O Dia Mundial do Planeta Terra (dia 22 de abril) foi criado para a reflexão sobre as iniciativas que a Humanidade precisa adotar para salvar o planeta e desenvolver uma consciência sustentável. A data reforça a mensagem global de como é importante proteger o meio ambiente para garantir um mundo melhor para as próximas gerações. A Cúpula de Líderes sobre o Clima, convocada por Joe Biden, dá início a importantes conversas sobre o tema.
A fim de trazer uma conexão maior da população com a sua “casa”, o dia 22 de abril foi escolhido como data em homenagem ao planeta Terra e a importância da preservação dos seus recursos naturais. Com diversas mudanças climáticas e no equilíbrio da fauna e flora, as interferências humanas no meio ambiente têm gerado impactos biológicos massivos para o mundo, como o aumento do buraco na camada de ozônio, devastação da mata atlântica, extinção de animais, poluição nas águas e no ar e desregulação no clima e na qualidade do ar.
Apesar de a pandemia do novo coronavírus dominar as manchetes atuais, agora mais do que nunca essa data é essencial para a sociedade. Afinal, é necessário criar consciência sobre os problemas de contaminação, conservação da biodiversidade e outras preocupações ambientais para proteger a Terra. Infelizmente, precisamos ainda de muitas mudanças, se quisermos comemorar.
Pensando no hoje, em atividades práticas, na coletividade e em como instigar novos hábitos, diversas iniciativas lançam ações inspiradoras. ViDA & Ação, que tem entre seus pilares a atitude sustentável para trazer mais saúde e qualidade de vida, reuniu algumas dessas iniciativas. Confira!
Rio marca a data com plantio de árvores e atividades virtuais
Com objetivo de mitigar o impacto negativo das ações humanas e promover uma reflexão sobre a importância da luta em defesa do meio ambiente, diversas iniciativas vão acontecer no Rio de Janeiro. A Fundação Parques e Jardins, vinculada à Secretaria do Meio Ambiente, vai realizar plantios simbólicos em pontos das cinco grandes áreas administrativas da cidade.
Os locais foram escolhidos em parceria com os coletivos de plantio urbano. Além de auxiliarem a FPJ, os coletivos vão realizar ações individuais de conscientização. Os plantios terão início no Campo de Santana, no Centro, às 9h. Também serão realizados plantios no Largo do Machado (AP2), no acesso à Igreja da Penha (AP3), na Estrada de Jacarepaguá (AP4) e na Praça do Canhão, em Realengo (AP5).
Em todos os locais serão distribuídas mudas de boldo do Chile, capim santo, citronela, cebolinha e maracujá. Serão apresentadas atividades de pintura, música, poesia, reciclagem e ‘silvoterapia’, que é a arte de abraçar árvores. As ações da Fundação Parques e Jardins serão transmitidas ao vivo pelos perfis no Facebook e no Instagram. Parceiros e seguidores nas redes sociais são convidados a celebrar a data em ações individuais, que serão transmitidas pela Internet ao longo do dia.
Para trazer as pessoas para mais perto da natureza e reforçar o seu novo conceito de zoológico com ações de conservação integrada, o BioParque do Rio também convida o público a plantar árvores. Neste dia, as 20 primeiras famílias que visitarem o local, no Parque da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, poderão participar da ação de plantio de mudas nativas da Mata Atlântica, a partir das 12 horas.
Já o AquaRio lança uma campanha no Instagram @aquariomarinhodorio para engajar as pessoas a compartilharem suas experiências no local e, assim, chamar a atenção sobre a importância da data. Durante a ação, os visitantes são convidados a postar fotos na atração turística com a hashtag #EuNoAquaRio e na legenda devem responder a seguinte pergunta: “Qual o maior aprendizado que você teve no AquaRio?”. As frases mais criativas poderão concorrer a ingressos para visitação ao local com três acompanhantes no Dia da Terra.
Dicas para incluir na rotina para atingir a meta da Agenda 2030
Uma das ações tomadas para preservar a Terra é a Agenda 2030. No final de setembro de 2015, a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, aprovou os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). São 17 objetivos e para que eles sejam alcançados, é necessária a participação de todos os habitantes do Planeta.
O professor de sustentabilidade da ESPM, Marcus Nakagawa, em seu livro 101 Dias com Ações Mais Sustentáveis para Mudar o Mundo, dá dicas fáceis que podem ser incluídas na nossa rotina e que ajudam a atingir a meta da Agenda 2030.
Uma delas é a de número 66, que é bem simples: Acompanhe sites e blogs sobre sustentabilidade. Isso mesmo, se manter informado sobre as novidades já é uma ação sustentável, pois ajuda a desenvolver o senso crítico.
Comece a seguir sites e blogs que tenham como foco o meio ambiente e a sustentabilidade. Existem alguns mais confiáveis que outros, por isso faça questão de consultar várias fontes diferentes. Ler as notícias não tomará muitos minutos de seu dia e te manterá informado sobre as novidades e os acontecimentos para que você possa discutir e argumentar quando necessário”, completa Marcus Nakagawa.
Outra ação é a número 81, que está presente na maior parte da vida dos executivos do mundo, atualmente, por conta da pandemia, que é: Fazer mais reuniões on-line do que pegar aviões para se locomover. Só o transporte aéreo consome sozinho 3% dos combustíveis fósseis do planeta, produzindo 12% do gás carbônico relacionado a transportes, segundo dados de 2017 do Massachusetts Institute of Technology – MIT.
“O principal combustível das aeronaves é o querosene, que, ao ser queimado, produz diversos gases que contribuem para o aquecimento global, como o monóxido de carbono e os óxidos de nitrogênio”, explica Nakagawa. O professor ressalta ainda que no mundo coorporativo, às vezes, é necessário uma conversa “olho no olho”, mas que a situação em que estamos vivendo nos ensinou que a tecnologia pode otimizar tempo, reduzir custos para as empresas e tornar todo o processo mais sustentável.
Vaquinhas ajudam em projetos coletivos para o meio ambiente
Com o intuito de aumentar a corrente de bem e propor ações e alternativas para mitigar os danos ambientais em nosso planeta, ONGs, coletivos e a população de forma geral encontraram nas arrecadações online do Vakinha o respiro que precisam para dar andamento em seus projetos, como é o caso do Projeto Sustentabilidade Aldeia Guarani Gyrapepo em Tapiraí .
A campanha, que foi criada por Ricardo Bertin Afonso em Sorocaba, interior paulista, tem como intuito trazer estrutura e sustentabilidade à aldeia com a instalação de placas solares para suprir as demandas de energia da população. Para isso, é necessário arrecadar R$ 8.500, que serão destinados para a compra de seis placas e o desenvolvimento de um sistema de companhia elétrica com o excedente da energia gerada.
Zueine Souza dos Santos, de Ilhéus (BA), também tem buscado suporte com uma vaquinha online para a campanha “O rio não pode morrer”. Com a meta de arrecadar R$ 350 mil, a ação pretende educar e auxiliar a comunidade da região a proteger os rios de resíduos poluentes que são lançados na água pela própria população. Com o dinheiro arrecadado, serão implementadas medidas como seminários de educação ambiental, a criação de uma farmácia viva e de hortos com plantas medicinais, oficinas profissionalizantes e culturais, além de atendimentos à comunidade para a inserção e recolocação no mercado de trabalho. Aqueles que desejam colaborar com a campanha podem acessar o link .
A fim de trazer uma inclusão de pessoas com mobilidade reduzida para passeios que os conectem com a natureza, o voluntariado Projeto Natureza é realizado em parceria com empresas de turismo e o Corpo de Bombeiros da região do Vale do Caí. Por meio de uma vaquinha online , o coletivo pretende arrecadar R$ 6 mil para a compra de uma cadeira Julietti, para que o público também possa realizar trilhas e melhorar sua qualidade de vida com o contato com a natureza.
Aqueles que desejam contribuir com essas ou outras campanhas, é necessário se cadastrar na plataforma do Vakinha para realizar as doações. E, para dar uma força extra, quanto mais os colaboradores engajarem com a campanha e compartilharem em suas redes, maiores as chances de mais pessoas se impactarem com as histórias e realizarem suas doações.
Programa Clorofila celebra a natureza com atividades educativas virtuais
Para comemorar o Dia da Terra, o Programa Clorofila de Educação Ambiental promove em Bertioga (SP) a “EcoGincana Clorofila” online para engajar jovens e crianças na adoção dos novos hábitos mais sustentáveis e mais saudáveis, tudo com muita diversão. A atividade é mais um resultado a iniciativa que completa 29 anos de atividades ininterruptas.
A Eco Gincana reúne estudantes das escolas da rede pública e particular da cidade, visando promover a educação ambiental dentro dos lares dos alunos. Todas as atividades da gincana foram pensadas para permitir a prática de atividades dentro de casa, de maneira educativa e, ao mesmo tempo, divertida.
São vários tipos de desafios, dentre eles: monitore o consumo de água em casa, separe o lixo, cozinhe e alimente-se saudavelmente, troque ou doe e outras. A programação leva em conta as restrições da pandemia. Para elaborar a programação, o Clorofila usou da preocupação com a Terra para refletir o papel dos educadores e como engajar os alunos, as escolas parceiras e criar novos influenciadores com consciência sobre preservação ambiental.
O Programa propõe a cada semana um desfio diferente. Cada professor ou coordenador pedagógico que quiser aderir à Eco Gincana repassa para uma classe de alunos o desafio da semana e recebe deles o material que comprove o cumprimento da tarefa, em forma de fotos, vídeos ou relatos, dependendo do caso. Ao final de um mês, os educadores repassam os materiais dos alunos ao Programa Clorofila. Se é aluno, pergunte da Eco Gincana para o seu professor.
Uma conversa global entre os países
Nesse Dia da Terra, a ong Conservação Internacional – CI-Brasil e a Havaianas celebram a parceria e as conquistas desde 2009 e propõem um diálogo sobre a conservação do planeta globalmente. Nos dias que antecederam a data, as principais contas globais de Havaianas do Instagram promoveram a pauta da conservação marinha com apoio da CI-Brasil. No dia 22, a conversa será expandida para que todos os países tragam as demais iniciativas locais, formando uma conversa global entre os países.
Desde 2009, Havaianas e a Conservação Internacional, organização sem fins lucrativos que promove o uso sustentável de recursos naturais para o bem-estar humano, atuam pelo fortalecimento e apoio de ações de conservação marinha realizadas na costa do país e, com maior foco, na Região dos Abrolhos, no extremo Sul da Bahia.
As ações realizadas pela CI-Brasil com esse apoio promovem a conservação marinha e estimulam a cadeia produtiva da pesca sustentável, mudando o paradigma de “pescar mais” para “pescar melhor” contribuindo não apenas para a conservação do oceano, mas também para o desenvolvimento socioeconômico dos pescadores e pescadoras locais.
Em mais de uma década de parceria, os esforços conjuntos de Havaianas e Conservação Internacional apoiaram a preservação de ambientes ricos em vida como recifes de coral, bancos de algas, praias, restingas e manguezais. Uma das estratégias é a criação de modelos de negócios ambientalmente sustentáveis e socialmente responsáveis, em especial voltados para a pesca e o turismo, que equilibram o uso dos recursos naturais com geração de renda para comunidades, fortalecendo e valorizando as áreas protegidas marinhas e costeiras do Brasil.
Como resultado desse trabalho, a ONG apoiou a conservação de cerca de 380 mil hectares de ecossistemas marinhos e costeiros na região de Abrolhos, além da implementação de práticas sustentáveis em 10 pescarias de cinco localidades da costa brasileira. Essas práticas de pesca sustentável e rastreabilidade demonstraram a possibilidade de um aumento de até 170% na renda familiar de pescadores que exerçam sua atividade de maneira sustentável, e de levar ao prato do consumidor um pescado sustentável e de qualidade.
Dia do Planeta Terra: é preciso promover a sustentabilidade
Por Luísa Nogueira*
Sensibilizar a sociedade para trabalhar a temática da sustentabilidade é algo que deve partir de todas as áreas. Neste Dia do Planeta Terra, 22 de abril, data que representa a luta em defesa do meio ambiente, é necessário promover essa reflexão sobre a importância do planeta e o desenvolvimento de uma consciência ambiental. Acredito que todos podem e devem promover essa conscientização.
Somos mais de sete bilhões de pessoas em situações às mais diversas. Gente como a gente, porém vivendo em extremos desumanos. Extremos de pobreza, onde a fome, a falta de saneamento básico e a falta de conhecimentos elementares, mata. Para ir a fundo nas questões sustentáveis, basta pesquisar sobre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Esses objetivos compõem a Agenda das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável de 2030. Agenda essa que considera as prioridades para a sustentabilidade dos países e trabalha questões relacionadas ao meio ambiente na sociedade civil e no setor privado. Esse alinhamento gerou um comprometimento de todas as nações para a erradicação da pobreza, o enfrentamento da desigualdade e o combate às mudanças climáticas.
Os ODS falam exatamente sobre as soluções que podem levar a um crescimento sadio, sem os extremos sociais e econômicos. Os dois principais princípios da ODS são referentes ao combate da pobreza e da fome. Nesse sentido, é preciso repensar o modo de encarar o consumismo, a degradação e a poluição ambiental, para que todos deixem de sofrer as consequências climáticas advindas do modo desorganizado, desumano e inconsequente do mundo contemporâneo.
É preciso que todos os seres estejam em equilíbrio em relação uns aos outros. Mas como alcançar esse equilíbrio? Através de uma consciência ecológica. Refletir e agir sobre questões sustentáveis e sensibilizar as pessoas sobre a importância da conservação do planeta, são pontos primordiais. Para isto é necessário que todos tenham um patamar de vida saudável; que empresas priorizem parcerias, repensem modos de produção com menos gastos e mais pesquisas para uma poluição zero; que organismos públicos e privados trabalhem com igualdade de direitos e de deveres.
*Luísa Nogueira é mestra em Linguística Aplicada, autora dos livros “Acalanto: Sou pássaro e poesia”, “Letras Falam” e do recém-lançado “Balbúrdias na Quarentena”. Neste último ela também fala sobre problemas e soluções para um desenvolvimento sustentável.
Com Assessorias