Novo ano, novas metas, novos desafios! O começo do ano é marcado por muitas expectativas, planos e mudanças. O primeiro mês do ano é quando começamos os compromissos e queremos traçar metas para cumprir todas as promessas de 2020. A junção de todos esses sentimentos pode resultar na presença da ansiedade devido as possíveis frustrações. É nesse momento de muita emoção, reflexão, mudança e expectativa que o primeiro mês do ano foi escolhido para combater o adoecimento emocional das pessoas.
A campanha Janeiro Branco convida todos a cuidarem da saúde mental e repensar sobre suas vidas. Para especialistas, a escolha de janeiro é estratégica, já que o começo do ano pode gerar ansiedade pelo desejo de cumprir as metas dos 12 meses seguintes e frustração por não ter cumprido todas do ano anterior. Além disso, costuma ser um período de muita reflexão. O mês de conscientização chega após um período marcado pelo aumento de casos de ansiedade e depressão, que ocorrem no fim do ano.
Geralmente, começa com a época do Natal, festa bastante familiar e com os reencontros. Sentimentos guardados e lembranças vem à tona, inclusive sendo comum algumas situações de conflitos no âmbito familiar. Em seguida, vem outro momento importante: a festa de Ano Novo. Com tudo isso, os meses de dezembro e janeiro marcam um período de balanço para muitas pessoas. É um momento para analisar o que foi conquistado ou não durante o ano que se encerrou.
Algumas pessoas possuem a crença de que sair do dia 31 de dezembro para o 1° de janeiro significa que tudo vai mudar, mas sabemos que não é assim. É preciso resolver as situações de forma gradual. Para esse período, algumas dicas podem ajudar, mas é importante que elas representem uma ajuda inicial, não o a resolução de tudo”, afirma Eduardo Guidolin, psiquiatra e coordenador técnico do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD) de Mogi das Cruzes.
Em primeiro lugar, diz ele, não se deve fazer comparações com a vida de outras pessoas. “Os comerciais e propagandas costumam vender a ideia de bem-estar, de vidas bem-sucedidas, mas é uma felicidade fabricada. É necessário evitar se cobrar tanto, nem resolver tudo logo no início do ano. Tudo tem o seu tempo”, ressalta.
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2020 – Janeiro Branco quebra o tabu sobre transtornos mentais
2019 – Janeiro Branco: é tempo de cuidar da nossa saúde mental
2018 – Janeiro Branco: Quem cuida da mente, cuida da vida
2017 –Janeiro Branco: uma campanha pelo bem da saúde mental
Dependência química e outros transtornos
Quando uma pessoa está deprimida, é porque o cérebro está sofrendo alterações químicas que desencadeiam sentimentos negativos, e ele vai precisar de ajuda para voltar ao seu funcionamento normal. Mas, segundo Eduardo Guidolin, os sintomas de depressão e ansiedade não são causados pelo Natal e Ano Novo, mas por questões inconscientes que precisam de ajuda profissional para serem resolvidas.
Outro aspecto, que precisa ser discutido sem preconceitos, é a dependência química, que são situações clínicas avassaladoras. Ela também envolve a saúde mental e precisa ser encarada como uma doença. “Derrubar as barreiras do preconceito é um dos primeiros passos para se falar mais abertamente sobre os diferentes transtornos e de se buscar o devido tratamento”, ressalta o especialista.
É importante destacar que o Janeiro Branco alerta, ainda, para a esquizofrenia, transtorno bipolar e transtornos de personalidade. São doenças que costumam ser negligenciadas ou escondidas, principalmente pelas famílias que demoram a aceitar e reconhecer a necessidade de ajuda profissional. São situações clínicas que deveriam ser prontamente atendidas, mas que por causa do preconceito e tabu, acabam até piorando o quadro do paciente. Por isso, sempre procure ajuda profissional caso sinta qualquer sinal de que há algo errado com sua saúde mental, seja para si mesmo ou algum familiar.
Isso nos leva a crer que as pessoas estão buscando alternativas de prevenção e tratamento, consequentemente a uma ampliação na qualidade de vida dessas famílias. Essas estão sendo afetadas cotidianamente com o aumento de casos de suicídio, ansiedade e depressão”, contextualiza Fábio.
Com Assessorias