Em torno de seis milhões de vidas de crianças são salvas a cada ano em todo o mundo por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de vida.  A amamentação é o único fator que, isoladamente, pode reduzir em até 13% a mortalidade infantil por causas evitáveis, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Entretanto, as taxas de amamentação no Brasil ainda estão abaixo do recomendado pela OMS, apesar de estarem evoluindo nas taxas ao longo das últimas décadas. A prevalência de aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de 6 meses no país foi de 45,8%, segundo o Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) publicado em 2021.
O índice, apesar de baixo, representa um avanço relevante em cerca de três décadas – em 1986, por exemplo, o percentual no país foi apenas 3%. Na década de 70, as crianças brasileiras eram amamentadas, em média, por dois meses e meio. Agora, a duração média é de 16 meses, o equivalente a 1 ano e quatro meses de vida.
A meta estabelecida pela OMS é que, até 2025, pelo menos 50% das crianças de até seis meses de vida sejam amamentadas exclusivamente. E a expectativa é que esse índice, até 2030, chegue a 70%.

Que melhoremos ainda mais esses números rumo à meta dos 70% de aleitamento materno exclusivo até os 6 meses. Que possamos dar esse exemplo a outros países”, avaliou a ministra da Saúde Nísia Trindade. “O Brasil é referência naquilo que a saúde pública mais sabe fazer: unir conhecimento cientifico, gestão e mobilização social.”

Brasília (DF), 01-08-2024 -
Ministra da Saúde Nísia Trindade anuncia novas ações de apoio à amamentação no país na abertura da Semana Mundial da Amamentação 2024 (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

Apoio no SUS a mulheres que amamentam

No Brasil, muitas mulheres ainda necessitam de apoio ou enfrentam dificuldades com a amamentação. O governo federal reconhece as diferentes condições a que milhares de famílias estão expostas no dia a dia e que impactam na amamentação, e oferece apoio no Sistema Único de Saúde (SUS) às mães que amamentam. Em 2023, mais de 1,6 milhão de mulheres foram atendidas em todo o Brasil. No Rio de Janeiro, o número de atendimentos passou dos 113 mil.
No último mês, como parte do trabalho realizado pelo governo federal no Rio Grande do Sul, após a emergência das enchentes provocadas pelas fortes chuvas, o Ministério da Saúde enviou 63 litros de leite humano ao estado. Segundo a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, um pote de 300mL pode alimentar até 10 prematuros ou bebês de baixo peso.
Segundo o Ministério da Saúde, a doação foi fundamental para ajudar na alimentação e recuperação dos bebês internados nas Unidades Neonatais gaúchas. A medida reforça o objetivo da campanha, em sensibilizar a sociedade sobre a necessidade de apoio à amamentação, especialmente em momentos de maior vulnerabilidade.

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Semana Mundial da Amamentação 2024

Para fortalecer as ações já realizadas em todo o país, nesta quinta-feira (1º) o Ministério da Saúde lançou a Campanha da Semana Mundial da Amamentação 2024, celebrada de 1º a 7 de agosto, que marca o chamado Agosto Dourado, mês de conscientização sobre a importância do aleitamento materno.

O objetivo este ano é garantir o direito à amamentação, com atenção especial às lactantes em situação de vulnerabilidade, além de apoiar a amamentação em estado de emergência, calamidade pública e desastres naturais. O foco é a redução das desigualdades relacionadas ao apoio à amamentação. 

A amamentação não deve ser tratada como um privilégio e sim como um direito de crianças e mães. Além de direito, ela é fundamental para a garantia da vida dessas crianças e dessas mães”, avaliou o secretário adjunto de Atenção Primária à Saúde, Jersey Timoteo.

Em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a nova campanha defende que a população seja informada sobre as desigualdades no apoio e prevalência da amamentação. Com o tema “Amamentação, apoie em todas as situações”, a iniciativa de conscientização está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODSs) da Organização das Nações Unidas (ONU), voltados à garantia da sobrevivência e ao bem-estar das crianças.
Saiba mais sobre a campanha “Amamentação, apoie em todas as situações” 

Novo programa vai fortalecer e integrar ações em todo o país

O Ministério da Saúde coordena nacionalmente essa iniciativa global, que hoje é a principal ação de mobilização social em prol da amamentação. A pasta está trabalhando para lançar o novo Programa Nacional de Promoção, Proteção e Apoio à Amamentação, como parte de um dos eixos estratégicos da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). 

O objetivo do programa, que está em fase final de pactuação com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), é fortalecer e integrar ações voltadas à temática em todo o país, incentivar que a amamentação tenha início já na primeira hora de vida do bebê e seja continuada até os dois anos ou mais, sendo de forma exclusiva até os seis meses.

Além disso, vai estimular ações integradas, transversais e intersetoriais de amamentação nos estados e municípios.  Para garantir o acesso em saúde, o Ministério da Saúde está investindo, ainda, R$ 4,8 bilhões na construção de 36 novas maternidades e 30 novos Centros de Parto Normal. Todas as unidades terão salas de amamentação. As obras acontecem com recursos do Novo PAC Saúde e vão beneficiar cerca de 30 milhões de mulheres.

Com essas medidas, o Ministério da Saúde reforça os princípios da amamentação como direito humano, do acesso universal à saúde, da equidade em saúde, da integralidade do cuidado e da humanização da atenção em saúde em todo o país.

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Agenda Positiva

Iluminação laranja no Congresso destaca a Semana Mundial do Aleitamento Materno

Em comemoração à Semana Mundial do Aleitamento Materno, que faz parte da campanha Agosto Dourado, o Palácio do Congresso Nacional fica iluminado na cor laranja, nesta quinta (1º) e sexta-feira (2). A Semana foi criada em 1992 pela Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação (WABA, sigla em inglês). Nesse período, são desenvolvidas várias atividades que buscam promover o aleitamento exclusivo até o sexto mês de vida, se estendendo até os dois anos ou mais de idade.

Neste ano, o tema escolhido é “Reduzindo a lacuna: apoio à amamentação para todos”, que tem como foco a sobrevivência, a saúde e o bem-estar das mães e das crianças em todas as situações. A campanha destaca a necessidade de melhorar o apoio à amamentação, diminuindo as desigualdades existentes na sociedade, com atenção especial para a amamentação em tempos de emergências e crises.

Fonte: Ministério da Saúde e Congresso Nacional

 

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