Álcool e drogas: abstinência ou redução de danos?

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Internar ou não internar um dependente químico? O dilema bate na porta de muitas famílias brasileiras que não sabem o que fazer em casa com um viciado em drogas. “A história nos mostra que o excesso de internações psiquiátricas e intervenções forçadas tendem a produzir preconceitos, exclusão social e não resolvem o problema”, alerta Felipe Vianna Pinheiro, psicanalista, mestre em psicologia e doutorando em psicologia clínica pela PUC/RJ.

O especialista diz que atualmente, no Brasil, há duas propostas de tratamento para esses tipos de vícios destrutivos: a abstinência e o projeto de redução de danos. A abstinência foca no objetivo fundamental de induzir o sujeito a deixar de consumir totalmente a substância, por meio da internação psiquiátrica e da intervenção do saber médico. Já a redução de danos, segundo ele, aposta que é preciso entender a história da pessoa e, junto com ela, criar uma rede de cuidados. Para isso, é formada uma equipe de saúde interdisciplinar. “A ideia é realizar intervenções que devem ocorrer dentro da comunidade onde vive o indivíduo e não tendo nunca a internação psiquiátrica como referência”.

Para aprofundar mais o tema, o Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica, Ciências Humanas e Sociais (IBRAPCHS) realiza nesta terça-feira, dia 4 de julho, palestra gratuita sobre quais cuidados se deve ter com as pessoas que sofrem do uso abusivo de álcool e outras drogas. O objetivo é poder pensar o sujeito à luz da psicanálise e a construção de uma rede de cuidados sob a ótica da redução de danos. “O objetivo principal é que o paciente consiga reduzir os danos sofridos pelo uso abusivos das drogas, além de conseguir sua reinserção social e a melhoria de sua qualidade de vida”, destaca o profissional.

Ele lembra que a sociedade vive um momento grave: antes, as drogas eram consumidas de forma escondida, velada, agora há espaços em que elas estão a céu aberto para todos verem. “Pela sociedade não querer enfrentar o problema em sua complexidade, ocorrem os atos de violência policial e as internações por ordem judicial com esses usuários”. “A melhor solução é o tratamento que vá em busca da reinserção da pessoa na sociedade enfrentando de frente os problemas, e não através dos excessos de internações psiquiátricas. Ao internar de forma desmedida, não se propõe uma solução para o problema. Somente esconde o indivíduo da sociedade”, conclui.

Encontro psicanalítico – IBRAPCHS

Psicanálise e redução de danos: o cuidado com usuários de álcool e outras drogas

Dr. Felipe Vianna Pinheiro, psicanalista, Mestre em psicologia e doutorando em psicologia clínica

Data: 4 de julho, terça-feira, a partir das 18h

Endereço: Rua Santa Luzia, 405. Centro,  Rio de Janeiro – RJ

Telefones: 2220-5372 / 96709-7954

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