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“Em última análise, precisamos amar para não adoecer”, dizia Sigmund Freud, o ‘pai da Psicanálise’. Neste Dia do Psicólogo (27 de agosto), Vida & Ação gostaria de homenagear todos esses profissionais que têm como missão ajudar as pessoas a lidarem com suas próprias questões, emoções e sofrimentos. E muitos fazem isso com maestria, tornando-se aliados importantes para vencer a guerra contra o inimigo interior de cada um.
Para Fernanda Rodrigues, que desde 2005 coordena a área de Psicologia da Casa de Saúde Saint Roman, no Rio de Janeiro,  o preconceito em relação ao trabalho desenvolvido pelos psicólogos tem diminuído e é preciso estudar frequentemente para atender às novas demandas, nesses tempos tão conturbados. O mundo virtual, por exemplo, impõe uma nova abordagem para os profissionais e, apesar de sempre se exigir respostas rápidas, é preciso “respeitar o tempo de cada um”.
Pós-graduada em Clínica Psicanalítica pela Universidade Gama Filho e especializada em Psicologia Clínica, a profissional que trabalha com pacientes psiquiátricos e com dependência química fala um pouco sobre sua experiência e rotina nesta entrevista, além dos desafios que o mundo contemporâneo traz para dentro dos consultórios especializados. Confira:

1. Qual a missão profissional de um psicólogo?

A missão do psicólogo é ajudar as pessoas a lidarem com suas próprias questões, emoções e sofrimentos.  Através de um processo de autoconhecimento e utilização de técnicas psicológicas, a pessoa aprende sobre seu funcionamento psíquico e comportamental, entendendo melhor a sua relação consigo mesmo e com o meio social.

2. Qual é o papel do profissional de Psicologia dentro do perfil multidisciplinar?

Dentro de uma equipe multidisciplinar, o psicólogo pode contribuir com percepções e análises mais profundas a respeito de cada caso. Como ele investiga as demandas dos pacientes, coopera juntamente com toda a equipe, na definição dos projetos terapêuticos para cada paciente.

3. Como você vê a profissão hoje?

Eu percebo que a Psicologia perdeu um tanto do preconceito que a cercava, pois ganhou maior reconhecimento por parte da sociedade, por ser um profissional de saúde que pode e deve ser recorrido quando existe essa indicação, sendo sua ajuda muito importante efetivamente. Percebo também, a psicologia entrando em outras áreas de forma bastante influente como na área escolar, esportiva, do trânsito, jurídica e hospitalar.

4. Como se tornar um bom profissional na área?

Para ser um bom profissional nesta área, além de seu desejo de ajudar o outro e ter empatia, é importante que o profissional que irá atender pacientes faça a sua própria análise pessoal, que faça supervisões de seus casos regularmente e que mantenha seus estudos.

5. O que mudou na profissão nos dias de hoje, com o surgimento de tantas doenças mentais?

Para tantos sintomas e síndromes novas, são exigidos estudos cada vez mais contemporâneos aos nossos novos tempos também, pois as relações humanas apresentam mudanças e novas organizações que precisamos acompanhar e compreender. Tomamos como exemplo o mundo virtual. Sinto que há uma demanda pelo tempo e as pessoas querem respostas e melhoras rápidas. Mas por mais que haja novas técnicas, não podemos nunca deixar de respeitar o tempo de cada um para sua mudança.

6. Como é o seu trabalho na Clínica?

Eu trabalho na Casa de Saúde Saint Roman desde 1994, quando iniciei como estagiária.  Quando me formei em 1997 fui contratada como psicóloga da Clínica e, desde 2005 sou a coordenadora da área de Psicologia. Eu coordeno o grupo de psicólogos, conselheiros e  demais terapeutas da Clínica, como o  professor de educação física, professora de yoga, psicóloga de cantar-terapia e arte-terapeuta.  Elaboro as grades de atendimentos dos pacientes e  atendo um grupo de orientação familiar. Realizo uma grande parte das triagens, atendimentos destinados às famílias de primeira internação.  Também participo das reuniões de equipe onde colaboro com a construção dos projetos terapêuticos  e discussão dos casos dos pacientes, além de participar da reunião do COIT (Centro de Orientação e Integração Técnica), onde são definidos os planos de ação da Clínica.

7. Qual é a importância desse trabalho junto aos pacientes e familiares?

O trabalho da Psicologia acredito que seja essencial para os pacientes e familiares. Muito do processo de uma internação é passado por esse profissional que  oferece uma escuta nesse momento tão sofrido e um maior entendimento da doença e do pós-internação.  Muitas dessas famílias se sentem perdidas, sem orientação, talvez encarando pela primeira vez o contato com a Psiquiatria, que, sabemos, carrega muito estigma e preconceito.  O psicólogo, juntamente com a equipe psiquiátrica, acaba podendo tratar e orientar para a continuidade do tratamento e a busca pela qualidade de vida, evitando assim novas internações.   Sua presença é fundamental para elaboração, execução e desenvolvimento do trabalho.

8. Qual mensagem você deixaria para o profissional de Psicologia neste dia?

Caros colegas!  Sabemos que essa profissão é uma missão, carregada de desafios e gratificações.  Vamos comemorar nosso dia e continuar nossa luta pelos nossos pacientes e nossa profissão. Os dois dependem de nós!!!  “Em última análise, precisamos amar para não adoecer” (Freud)

Fonte: Casa de Saúde Saint Roman, com Redação

 

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