Katia Arruda, de 63 anos, foi diagnosticada com insuficiência cardíaca e cardiopatia moderada há quatro anos e passou por um período de estabilidade a partir da adesão ao tratamento. Recentemente, voltou a enfrentar sintomas graves e aguarda um cateterismo.No Brasil, cerca de 14 milhões de pessoas têm alguma doença cardiovascular, condição responsável por quase 400 mil mortes por ano. Esse número corresponde a 30% de todos os óbitos no país.
“Além da insuficiência cardíaca e cardiopatia, também tenho lúpus, o que acredito ter agravado as outras condições. Estamos na luta, por meio do grupo que criei no Facebook quando recebi o diagnóstico de IC. Já somos mais de 8 mil pessoas e nunca desistimos. Sempre falo para as pessoas controlarem e cuidarem da pressão. Antes achava que para minha idade, 14 e 15 de pressão era normal, e não é! Os médicos disseram que aí foi o meu erro. Controlem a pressão, porque isso dá problemas no coração.”
Campanha estimula brasileiro a conhecer seu risco cardiovascular
Grande parte destes casos poderia ser prevenida com mudança de hábitos e com o tratamento adequado. Para promover a conscientização sobre os tipos, os sinais e os fatores de risco das doenças cardiovasculares, bem como a importância do tratamento correto, o GAC – Grupo de Advocacy em Cardiovascular e a Colabore com o Futuro realizam uma série de ações da campanha “Um Coração”.
Com a mensagem “Você só tem UM CORAÇÃO. Cuide dele!”, a iniciativa pretende incentivar a educação em saúde, permitindo que a população conheça seu fator de risco cardiovascular e, em caso de diagnóstico, consiga controlar a doença de forma eficaz.
O principal objetivo é estimular a população a fazer o “Teste de Risco Cardiovascular”, um questionário simples, que traz perguntas como histórico familiar de doença, peso, hábitos de atividade física, níveis de colesterol e tabagismo.
“Temos apenas um coração e precisamos cuidar muito bem dele. Conhecer seu risco cardiovascular é fundamental para prevenir complicações graves, como infarto e AVC, permitindo que medidas preventivas e tratamentos sejam adotados de forma precoce”, afirma destaca Carolina Cohen, cofundadora da Colabore com o Futuro.
Petição por mais atenção à saúde cardiovascular
O GAC e a Colabore com o Futuro lançaram uma petição online por melhorias nas políticas públicas para as doenças cardiovasculares. No texto, é destacado que o Brasil registra uma morte a cada 90 segundos, por conta de problemas no coração.
O documento solicita que o Ministério da Saúde organize planos de ações e iniciativas em saúde, além de implementar diretrizes e linhas de cuidado que atendam à necessidade do paciente, proporcionando melhor conduta e decisões no manejo da doença pelos profissionais de saúde. A petição pode ser assinada no link.
Setembro Vermelho na Câmara dos Deputados
No dia 25 de setembro, será realizada uma sessão solene do Setembro Vermelho na Câmara dos Deputados, em Brasília. O evento, que pretende chamar a atenção para a importante causa das doenças cardiovasculares, é uma iniciativa o deputado Zacharias Calil, com o apoio da Colabore com o Futuro e do GAC.
Especialistas vão debater as necessidades de melhorias nos tratamentos e nas políticas públicas para o cuidado das doenças cardiovasculares. É possível inscrever-se para a participação, pelo link bit.ly/comunidadedcv
Já no Dia Mundial do Coração, em 29 de setembro, o GAC e a Colabore com o Futuro irão realizar uma ação na Avenida Paulista, em São Paulo. Serão distribuídos balões em forma de coração para alertar a população sobre a saúde cardiovascular. Quem estiver no local também será incentivado a fazer o teste e conhecer os fatores de risco para doenças cardíacas.
Colabore com o Futuro e GAC
A Colabore com o Futuro é o primeiro negócio social de advocacy da América Latina. A entidade tem como objetivo mobilizar a sociedade a participar das decisões de saúde junto com o governo, criando de maneira transparente e sustentável políticas públicas mais democráticas, justas e efetivas.
O GAC – Grupo de Advocacy em Cardiovascular foi fundado em 2017 e é um movimento inovador, administrado pela Colabore com o Futuro e composto por organizações de pacientes sem fins lucrativos. Foi criado para atuar nas necessidades dos pacientes não atendidos, como o desafio de se conseguir um diagnóstico preciso e precoce e a dificuldade de acesso à exames e tratamentos. Também tem como objetivo diminuir a alta incidência e mortalidade por essas doenças no Brasil.
Para isso, uniu-se as ONGs que tem como foco apoiar os pacientes com doenças cardiovasculares ou os pacientes com patologias que tem como consequência essas doenças (diabetes e algumas doenças raras, por exemplo) para trabalhar em conjunto, aumentando e fortalecendo a voz dos pacientes.