Já disponível desde setembro nos centros e clínicas de vacinação particulares, a nova versão da vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) – responsável pela temida bronquiolite nos bebês e pela pneumonia nas pessoas idosas – pode chegar à rede pública de saúde em 2025. A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), do Ministério da Saúde, analisa a inclusão da vacina Abrysvo no Programa Nacional de Imunizações (PNI), para aplicação nos postos de saúde.

Trata-se da única vacina aprovada no Brasil com indicação para proteção dos dois grupos mais vulneráveis ao VSR: idosos e bebês (a partir da imunização de suas mães, durante a gestação). Desenvolvida pela Pfizer,vacina evita desdobramentos graves da infecção pelo vírus, influindo em comorbidades como cardiopatias, pneumopatias e diabetes.

Um estudo mostrou que a eficácia dessa vacina foi de 82% para infecções graves do trato respiratório inferior até três meses de vida. Para formas leves, a eficácia foi, em média, de 51% até seis meses. Conforme a Sociedade Brasileira de Imunização, a vacina é indicada para gestantes entre 32 e 36 semanas e idosos a partir dos 60 anos. Sua aplicação requer prescrição médica.

Os resultados de ensaios clínicos demonstraram a eficácia e a segurança da vacina para bebês e idosos. No estudo de fase 3 para indicação materno-fetal, a vacina se mostrou capaz de prevenir 82% das formas graves de doenças respiratórias causadas pelo VSR em crianças de até três meses de idade e 69% para bebês até os seis meses. Em idosos, o imunizante atingiu a eficácia de 85,7% contra quadros graves provocados pelo VSR.

Continuaremos a trabalhar, tanto na rede privada quanto com o sistema público, para permitir que a nossa vacina possa chegar ao maior número possível de pessoas elegíveis, como forma de aumentar a proteção contra um vírus tão desafiador como o VSR”, diz a diretora de Primary Care da Pfizer Brasil, Camila Alves.

O perigo do vírus sincicial respiratório (VSR)

Altamente contagioso, o VSR está associado a surtos em ambientes hospitalares, especialmente em unidades neonatais, com elevada morbimortalidade. Globalmente, infecções por VSR também constituem uma das principais causas de morte em bebês. Estima-se que o VSR seja responsável por 66 mil a 199 mil mortes por ano em menores de 5 anos no mundo.

Em países em desenvolvimento, como o Brasil, as infecções por esse vírus, são a principal causa de internação entre crianças até um ano de idade e de morte. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o VSR é o principal agente causador de internações hospitalares por infecções respiratórias em bebês e idosos, podendo levar a sérias complicações e até mesmo a óbito, se a doença não for tratada a tempo. Entre os problemas associados ao VSR, estão a bronquiolite e a pneumonia, que frequentemente acometem essa população, considerada mais vulnerável aos agravamentos respiratórios.

Neste ano, até o momento, dados oficiais apontam que o VSR se mantém como a causa mais frequente de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) na população brasileira, detectado em 41,6% dos diagnósticos com resultado positivo para algum vírus respiratório. Além disso, o VSR permanece entre os principais responsáveis pelos casos de internação e morte de crianças com até 2 anos de idade no País.

Estatísticas do Ministério da Saúde mostram que, em 2023, o vírus foi responsável por 30% das infecções respiratórias registradas no país durante o primeiro trimestre. De janeiro a março, foram mais de 3,3 mil infecções – dessas, 95% atingiram apenas bebês e crianças de 0 a 4 anos.

Dados da emergência pediátrica do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), da rede Dasa, apontam que cerca de 10% dos atendimentos da unidade são por bronquiolite e 30% desses são casos graves e que precisam de internação. A forte presença do VSR no cenário epidemiológico brasileiro reforça os dados da literatura médica sobre o tema.

O VSR acomete mais de um terço das crianças nos primeiros dois anos de vida. Nas crianças menores de 2 anos de idade, o VSR chega a ser responsável por até 40% das pneumonias e 75% dos quadros de bronquioliteuma inflamação aguda das ramificações que conduzem o ar para dentro dos pulmões, podendo causar quadros graves, que demandam internação.

Nova vacina evita mais de 80% de casos graves de doenças respiratórias

Idosos e gestantes ganharam uma aliada para prevenir o vírus sincicial respiratório (VSR), causa mais comum de doença do trato respiratório inferior e uma das principais causas de mortes de crianças com até seis meses de idade, segundo a Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp).

Aprovada no Brasil em abril deste ano, Abrysvo também está licenciada nos Estados Unidos e na Europa, tanto para gestantes quanto para idosos, bem como em outros países e regiões. Na Argentina, por exemplo, a vacinação de mulheres grávidas com o imunizante desenvolvido pela Pfizer foi iniciada em março deste ano, nas redes pública e privada, cobrindo até o momento cerca de 57% da população de gestantes elegíveis.

Como a vacina deve ser aplicada

Para proteger os bebês até os seis meses de vida, mulheres grávidas devem receber uma única dose de Abrysvo entre as semanas 24 e 36 da gestação, como forma de oferecer resposta imune contra infecções respiratórias causadas por VSR nos bebês até 6 meses de idade.

Quando a mãe recebe a vacina, os anticorpos produzidos por ela atravessam a placenta, fortalecendo o organismo do bebê, cujo sistema imunológico ainda está em desenvolvimento”, comenta a diretora médica da Pfizer Brasil, Adriana Ribeiro. “O desenvolvimento de vacinas para gestantes é considerado prioritário pela Organização Mundial de Saúde, podendo reduzir as taxas de mortalidade infantil, aliviar a sobrecarga das unidades hospitalares pediátricas e, é claro, evitar esse forte impacto para as famílias”, afirma.

Para os idosos a partir de 60 anos a indicação também é de uma única dose. “Os mais velhos também constituem um grupo de risco para desdobramentos graves da infecção pelo VSR. Essas complicações podem, inclusive, agravar ou desestabilizar condições de saúde pré-existentes, como cardiopatias, pneumopatias, diabete e nefropatias”, diz a médica.

Segurança e eficácia

A aprovação de Abrysvo no Brasil foi baseada nos resultados dos estudos realizados durante seu programa de desenvolvimento clínico, que demonstraram a eficácia e a segurança da vacina tanto para idosos quanto para bebês – a partir da imunização de suas mães.

No estudo de fase 3 para a indicação materno-fetal, a vacina se mostrou capaz de prevenir 82% das formas graves de doenças respiratórias causadas pelo VSR em crianças de até 3 meses de idade, porcentagem que se mantém elevada, em 69%, para bebês até os 6 meses.

Mais de 7 mil gestantes participaram do estudo, envolvendo 18 centros de pesquisa ao redor do mundo, sendo quatro deles localizados no Brasil: dois no Rio Grande do Sul, um em Santa Catarina e um no interior de São Paulo. Em idosos o imunizante também demonstrou resultados consistentes durante sua avaliação no programa clínico, alcançando uma eficácia de 85,7% contra quadros graves provocados pelo VSR.

O perigo do VSR

A transmissão do VSR ocorre por meio do contato direto com gotículas de saliva ou secreções das vias respiratórias de uma pessoa contaminada. Em geral, as primeiras manifestações da infecção pelo VSR são coriza, tosse leve e, em alguns casos, febre. No período de um a dois dias pode ocorrer piora da tosse, dificuldade para respirar, aumento da frequência respiratória e chiado no peito.

O maior fator de risco para a doença por VSR na infância é a pouca idade, de modo que os bebês menores de 3 meses são os mais suscetíveis. Sexo masculino, prematuridade, doença pulmonar prévia ou doença congênita são outros elementos que tornam as crianças mais suscetíveis aos quadros graves. A presença de irmãos mais velhos em casa também aumenta o risco de hospitalização pelo VSR.

Com Assessorias

 

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