Você já recebeu algum agente comunitário de saúde ou de combate às endemias – aquele pessoal que vem na casa da gente para checar se estamos cuidando direitinho da nossa saúde ou dos vasos de plantas e outros possíveis focos de água parada, moradia preferida do mosquito da dengue? Pois no calendário oficial da saúde, também tem espaço para homenagear esses importantes profissionais para a saúde pública. Nesta quarta-feira (4) é celebrado o Dia Nacional do Agente Comunitário de Saúde (ACS) e o do Agente de Combate às Endemias (ACE).
No Rio de Janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) lembra sobre a importância do trabalho desses dois profissionais em benefício da saúde da população dentro dos territórios da cidade. Apesar de desempenharem funções diferentes, ambos trabalham de forma integrada e lidam diretamente com a comunidade, com o mesmo propósito de entender as necessidades e orientar a população. Atualmente, a SMS conta com 7.692 agentes comunitários e 2.810 agentes de endemias.
O Agente Comunitário de Saúde (ACS) é uma peça fundamental na Estratégia Saúde da Família, por ser a pessoa que faz o contato direto entre o usuário e a unidade básica de saúde. O agente comunitário tem o papel de identificar as necessidades da população, orientar e incentivar a busca por atendimento em saúde quando necessário.
Já o Agente de Combate às Endemias (ACE) trabalha na vigilância, prevenção e controle de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela, atua tanto nas ações de campo para pesquisa de vetores e coleta de reservatórios de doenças, quanto na mobilização da comunidade. O trabalho é integrado no território com os ACS e as equipes de Atenção Primária. Eles são capazes de perceber que as questões relacionadas ao meio ambiente podem estar associadas às condições determinantes e condicionantes da saúde e da qualidade de vida das pessoas. O ACE
Agentes criam relações de afeto com moradores das comunidades
As ações de combate às arboviroses – doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti – sobretudo a dengue, são realizadas o ano inteiro em toda a cidade, principalmente em territórios mais vulneráveis para a proliferação do mosquito. Em 2023, já foram vistoriados mais de 8 milhões de imóveis para controle e prevenção de possíveis focos, com eliminação ou tratamento de mais de 1,6 milhão de recipientes que poderiam servir de criadouro.
Além disso, as equipes de vigilância ambiental em saúde atenderam mais de 4 mil chamados na Central 1746 de Atendimento ao Cidadão, canal oficial da Prefeitura do Rio para realizar denúncias e solicitar vistorias. Por conta do contato diário com a população, muitos agentes acabam criando vínculos e relações de afeto com as pessoas da comunidade.
‘Já fui paciente: chegar com um sorriso no rosto é importante’
Maria Aparecida Gouveia, de 51 anos, ACS do Centro Municipal de Saúde Rocha Maia, em Botafogo. Atuando há 10 meses na unidade, em que ela também já foi usuária, Cida, como é chamada, é muito conhecida pelo seu carisma, alto astral e simpatia, não só pelos colegas de trabalho, mas também pelos usuários da unidade.
Muito além do trabalho na rua com a população, a agente comunitária também se transforma em personagens infantis como atrativo e distração para as crianças durante ações do dia D das campanhas de vacinação, como aconteceu em 6 de maio, contra a gripe, em que ela foi a Branca de Neve, e no último dia 2 de setembro, na multivacinação, quando brilhou de Wandinha.
“Eu já trabalhei com festa antes de ser ACS, já fiz teatro, então para mim essa integração com as crianças é muito bacana, elas adoram e eu também. Acaba sendo uma atração para os adultos também. Eu já fui paciente da unidade, então conheço alguns usuários. Nos territórios em que eu não tinha vínculo com as pessoas, comecei a criar, faz parte da minha função. Amo trabalhar com essas pessoas. Entendo muito a importância do meu trabalho e acho que chegar com um sorriso no rosto é sempre muito importante”, relata a agente comunitária.
‘Sou muito realizado no que faço’
O agente de endemias Gilberto de Souza, de 52 anos, atua há 12 anos na comunidade Vila Canoas, em São Conrado. Ele reforça que o trabalho integrado com a equipe do CMS Vila Canoas, bem como a relação com a comunidade, facilita na obtenção de resultados positivos.
“A boa relação com a equipe do CMS facilitou o entrosamento e a realização de ações conjuntas na comunidade. Atividades como visitas domiciliares, palestras, caminhadas e panfletagem nas ruas são realizadas de forma planejada com a equipe. Construí também um bom relacionamento com a associação de moradores, o que considero muito importante para ajudar a transmitir informações e orientações à população. Hoje me sinto bastante integrado à comunidade de Vila Canoas e sou muito realizado no que faço, pois reconheço a importância do meu trabalho”, conta Gilberto.
Com informações da SMS-Rio