O Brasil assumiu o compromisso de zerar o número de famílias afetadas pela tuberculose até o ano de 2035. Segundo o Ministério da Saúde, o país está entre os países prioritários para o combate à doença, já que registrou 78.057 casos em 2022. Há 19 anos, o país apresentava uma tendência de queda no número de óbitos, mas em 2021 passou a ter uma crescente que comparada à 2019, foi de 11,9%.

Já o número de casos de tuberculose drogarresistente, ou seja, que apresentam resistência a antibióticos, foi de 1.104 no ano passado. As bactérias ganham resistência porque o paciente, quando apresenta uma melhora, interrompe a medicação. Os antibióticos que o paciente pode apresentar resistência são: Rifampicina, Isoniazida, Levofloxacina, Fluoroquinolonas, Etambutol, Pirazinamida, Bedaquilina, Linezolida, Clofazimina, Amicacina e Estreptomicina.

Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou a recomendação do uso do sequenciamento genético NGS (Sequenciamento de Nova Geração ou Next-Generation Sequencing, em inglês) para o uso no diagnóstico de pacientes que possuem resistências a antibióticos e dentre eles, a Rifampicina. Para chegar a esse resultados, a OMS, realizou 12 estudos com 1.440 participantes com resistência à Isoniazida e 3 estudos com 346 pessoas com bloqueios a Pirazinamida. Todos os integrantes dessas pesquisas são da Georgia (EUA), Índia e África do Sul.

O sequenciamento NGS é a alternativa tecnológica mais avançada para a detecção de resistência a antibióticos, sendo a mais ágil para auxiliar no tratamentoLaboratórios públicos, como o Butantan, a Fiocruz e o Lacen – que, em conjunto, abrangem todo o território brasileiro – utilizam a tecnologia da Illumina para realizar esse tipo de sequenciamento. Segundo Rivadavia, é a única solução do mercado que consegue identificar 10 dos 11antibióticos recomendados pela OMS.

Segundo Fernando Rivadavia, gerente de Genomics Specialists da Illumina na América Latina, a tecnologia desenvolvida pela empresa detecta Rifampicina, Isoniazida, Fluoroquinolonas, Etambutol, Pirazinamida, Bedaquilina, Linezolida, Clofazimina, Amicacina e Estreptomicina. Já o Levofloxacin não é possível detectar com nenhum dos testes das empresas indicadas pela OMS.

“Para fazer essa análise é coletada uma amostra de secreção diretamente do paciente e levada ao laboratório para realizar o sequenciamento. A agilidade é o principal benefício desse tipo de exame, já que o resultado sai em poucos dias identificando o patógeno e os marcadores de resistência importantes para o tratamento, ao passo que testes baseados em cultura demoram mais de 4 a 6 semanas para gerar um resultado, além disso pode levar a um resultado inconclusivo”, explica.

Parceria com a Fiocruz para adoção de testes genéticos no SUS

Em junho, a  empresa de sequenciamento e análises genéticas Illumina formalizou uma extensão de sua parceria com a Fiocruz para fortalecer e amplificar a adoção de testes genéticos no sistema público de saúde (SUS). O objetivo é colaborar com o desenvolvimento de testes genéticos para diversas áreas da saúde, incluindo oncologia, doenças infecciosas, tuberculose, arboviroses, doenças sexualmente transmissíveis, entre outras. 

A parceria se iniciou com as soluções de vigilância genômica da Illumina que desempenharam um papel crucial na reposta à epidemia de dengue durante o ressurgimento do sorotipo 3 no País. Além disso, em 2020, as duas entidades trabalharam juntas para ajudar a combater a pandemia da Covid-19 no Brasil, e passaram a integrar o Programa Nacional de Genômica e Saúde de Precisão – Genomas Brasil. 

“Essa colaboração permitirá otimizarmos a utilização da infraestrutura que já existe no SUS e expandi-la com a instalação de novos sequenciadores capazes de reduzir o custo do sequenciamento do genoma humano”, afirma Vagner Simões, presidente da Illumina Brasil. 

Para o executivo, o projeto auxiliará no futuro da medicina do Brasil, pois proporciona o acesso a tecnologias inovadoras na análise das variações e funções do genoma, possibilitando estudos diversos em genética. “O diagnóstico precoce de doenças feito por meio do sequenciamento genético, por exemplo, é essencial para salvar vidas”, complementa Simões.  

 

 

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