O Dia Mundial e Nacional de combate à Osteoporose é lembrado no dia 20 de outubro, a data tem como objetivo a conscientização, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da doença que pode ser entendida como uma patologia osteometabólica sistêmica, caracterizada pela redução na densidade e na qualidade óssea, e tem como consequência mais grave, a ocorrência de fraturas por fragilidade, particularmente no antebraço, coluna e no quadril.
A doença é silenciosa e atinge uma a cada três mulheres e um a cada cinco homens, com mais de 50 anos, sofrerão uma fratura devido à fragilidade óssea, é o que mostrou a estimativa realizada pela International Osteoporosis Foundation (IOF, da sigla em inglês), cerca de 200 milhões de pessoas em todo o mundo têm a osteoporose. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que 18 milhões de brasileiros sofram com a doença.
A osteoporose provoca a perda de massa óssea, é uma doença silenciosa, que avança lentamente. Não há dor, nem sintomas. Os ossos tornam-se porosos, frágeis, e podem fraturar com facilidade. Por causa da gravidade, 20 de outubro é o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose, voltado para a conscientização sobre prevenção, diagnóstico e tratamento da enfermidade.
A ginecologista Adriana Orcesi Pedro, presidente da Comissão Nacional Especializada em Osteoporose da Federação Brasileira de Ginecologia Obstetrícia (Febrasgo), explica que “isso ocorre devido a vários fatores, destacando-se mudanças hormonais ocorridas na menopausa, pela parada da produção dos esteróides sexuais pelos ovários. No hipoestrogenismo, há um aumento do número e da sobrevida de osteoclastos, responsável pela reabsorção óssea, o que acarreta maior perda óssea predispondo a osteoporose e fratura por fragilidade”.
Diagnóstico
A médica da Febrasgo esclarece sobre a grande importância do diagnóstico precoce com a identificação de fatores de risco — e, se indicado, a realização do exame de densitometria óssea. Uma vez diagnosticada, há uma variedade de tratamentos medicamentosos eficazes que deverão ser individualizados e contínuos.
As principais indicações para realizar densitometria óssea são:
Mulheres com idade ≥ 65 anos e homens com idade ≥70 anos;
Mulheres na pós-menopausa < 65 anos de idade e homens (50 a 70 anos) com fatores de risco;
Adultos com fraturas de fragilidade;
Adultos com doença ou condição associada a perda de massa óssea;
Adultos em uso de medicações associadas com baixa massa óssea ou perda óssea;
Pacientes onde a terapia farmacológica esteja sendo considerada;
Pacientes em tratamento, a fim de monitorar a eficácia da terapêutica.
Tratamento
O ginecologista e o obstetra têm um importante papel em promover a saúde óssea em fases da vida da mulher que requerem maior atenção e cuidado, consequentemente assumindo uma posição decisiva no diagnóstico, prevenção e tratamento da osteoporose.
“O tratamento deverá envolver cuidados como a orientação nutricional com ingestão de alimentos ricos em cálcio ou suplementação quando necessário, de acordo com as recomendações de adequação alimentar. A vitamina D deverá ser checada e suplementada quando necessário em pessoas de alto risco e naquelas que receberam tratamento farmacológico para osteoporose. A atividade física deverá ser realizada de forma persistente e progressiva, respeitando a capacidade motora e cardiovascular dos pacientes. Outras medidas são fundamentais, como as orientações para se evitar hábitos de vida danosos à saúde óssea e a prevenção de quedas” enfatiza a Dra. Adriana.
No paciente de alto para fratura, além das medidas gerais supracitadas, deverá receber o tratamento farmacológico com agentes antirreabsortivos que são efetivos em diminuir o risco de fratura.
Estimule Sua Saúde Óssea
Visando fazer um alerta, a Febrasgo participa da campanha criada pela IOF “Estimule Sua Saúde Óssea”, que tem como objetivo destacar a importância de um estilo de vida saudável como a base para a manutenção de ossos fortes e um futuro com mobilidade, livre de dependências e de fraturas por fragilidade.
Ferramenta para prevenção e detecção precoce
Preocupada com os fatores de risco que contribuem para ocorrência da doença, a IOF criou uma ferramenta on-line para ajudar a população a conhecer os fatores de risco que podem predispor ao surgimento da doença — o questionário de Verificação de Risco de Osteoporose.
Trata-se de uma rápida e dinâmica enquete programada para combinar diferentes marcadores biológicos e de hábitos de vida a fim de alertar os indivíduos sobre os riscos para osteoporose e a necessidade de buscar orientação médica.
Vale ressaltar que o resultado chega por e-mail, e o paciente pode imprimi-lo e levá-lo ao seu médico para obter informações sobre diagnóstico, prevenção e tratamento. Os principais fatores de risco estão expostos a seguir.
Por que as mulheres são mais suscetíveis?
O ortopedista Murilo Tavares Daher, que atende no centro clínico do Órion Complex, confirma que as mulheres são mais suscetíveis à doença. “É relacionado aos fatores hormonais. Geralmente acontece depois da menopausa, quando há uma queda na produção dos hormônios femininos, principalmente o estrógeno”.
Por ser uma enfermidade que não apresenta dor ou outros sintomas, o especialista destaca a importância de exames. “É importante o diagnóstico nos exames de rotina, principalmente dos pacientes mais suscetíveis, pois muitas vezes ela só apresenta sintomas quando se tem uma consequência da osteoporose, que seria a fratura por insuficiência”, revela. Fora do grupo de risco, o médico conta que os casos são raros.
“Existem casos de osteoporose secundária, que é causada por alguma outra doença e pode aparecer nos mais jovens. Quando se tem alteração de algum órgão que é importante para o metabolismo do cálcio e do fósforo, você pode ter alterações que vão levar à fragilidade óssea, como por exemplo alguns pacientes com insuficiência renal”.
Prevenção
Murilo Daher ressalta que é importante fortalecer os ossos durante a sua formação. “A massa óssea é formada durante o desenvolvimento da pessoa, principalmente durante as duas primeiras décadas de vida. Então é importante o aporte de nutrientes, principalmente de cálcio, com o consumo de leite e derivados nessa fase da vida.
A oferta adequada desses nutrientes permitirá uma boa formação do osso e diminuirá o aparecimento da osteoporose nas fases mais avançadas da vida”, afirma. “Os derivados do leite são fontes ricas em cálcio, no entanto algumas vezes necessitamos suplementá-lo também através de medicamentos”, detalha o médico sobre pessoas que não consomem o alimento.
O tratamento da osteoporose se dá por meio de remédios e mudanças de hábitos. “Baseia-se na suplementação de cálcio, vitamina D e alguns remédios que diminuem a reabsorção do cálcio nos ossos. Contudo, é muito importante o tratamento com as mudanças de hábitos de vida, principalmente o ganho de massa muscular, pois a massa óssea é diretamente proporcional à muscular.
“Uma dieta rica em proteínas para ganho de massa muscular, atividade física com carga, como musculação e hidroginástica, são muito importantes para o ganho de massa muscular e na manutenção da massa óssea também”, salienta Murilo.
Sobre o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose, o especialista destaca que é importante para deixar a enfermidade em evidência. “A data serve para fazer campanhas de prevenção e orientar a população. A osteoporose é uma doença tratável e quando feito de maneira adequada, permite evitar o desfecho desfavorável, que seria a fratura.
No idoso, a fratura por osteoporose, principalmente de coluna e quadril, pode levar a consequências graves, diminuindo a qualidade de vida e aumentando, inclusive, a mortalidade desses pacientes”, finaliza Murilo Daher.
Com Assessorias