Após duas semanas desaparecida das redes sociais, a cantora Preta Gil, de 50 anos, veio a público no último domingo (26), pelas redes sociais, para esclarecer sobre seu estado de saúde e declarou que terá que utilizar uma bolsa de colostomia definitiva. O procedimento é resultado da cirurgia que durou 20 horas em dezembro para remover novos tumores cancerígenos.

Foi uma cirurgia delicada, e agora essa é uma nova realidade na minha vida. Não foi fácil aceitar no início, mas hoje vejo isso como um instrumento que me dá a chance de continuar vivendo e de estar aqui com as pessoas que amo”, disse Preta, ao agradecer aos fãs o carinho e apoio que tem recebido ao longo de sua jornada contra o câncer.

Desde o diagnóstico do câncer colorretal – mais conhecido como câncer de intestino -, em janeiro de 2023, Preta Gil tem compartilhado a sua luta contra o câncer, inspirando fãs e outros pacientes a enfrentarem suas batalhas com coragem. No decorrer do tratamento, ainda em 2023, a cantora chegou a fazer uso temporário do acessório, assim como o modelo e empresário Luciano Szafir, que nos últimos anos vem enfrentando diversos revezes na saúde.

Preta Gil permanece internada no Hospital Sírio Líbanês, em São Paulo, onde foi operada em 18 de dezembro de 2023. Ela também passou o Natal, o Ano Novo e os aniversários de dois irmãos e do filho. Sobre o uso – agora permanente – da bolsa de colostomia, Preta destacou a importância de quebrar tabus e falou sobre o processo de aceitação.

Isso não me define. Sou mais forte do que qualquer desafio que venha a enfrentar”, disse Preta. Ela ainda afirmou estar focada em sua recuperação e grata pela chance de continuar sua jornada. “Cada dia é uma nova oportunidade, e eu só tenho gratidão por estar viva e cercada de tanto amor. Vamos em frente!”.

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Brasil tem mais de 400 mil pessoas ostomizadas

Muita gente não sabe para que serve este dispositivo, que é usado em diversos pacientes com doenças crônicas.  Uma abertura criada cirurgicamente na parede abdominal, com a finalidade de permitir a eliminação de fezes ou urina para uma bolsa coletora externa, pode ser necessária por diversas razões. O estoma, provisório ou definitivo, varia em sua localização, função e objetivo.

Estimativas globais indicam que a quantidade de indivíduos ostomizados é de 0,1% da população geral. No Brasil não existem números exatos sobre quantas pessoas são portadoras de ostomias, mas, segundo o Ministério da Saúde, a estimativa é que haja cerca de 400 mil ostomizados no país.

De acordo com o médico coloproctologista, Carlos Mateus Rotta, a realização de uma estomia pode ser decorrente de problemas do sistema gastrointestinal, traumatismos colo-retais, anomalias congênitas e, principalmente, câncer de cólon e reto – que é o caso do tumor original diagnosticado há dois anos em Preta Gil. E deve ser realizado em todas as doenças que envolvam, em seu tratamento, o desvio do trânsito intestinal.

Pacientes relatam preconceito e dificuldades no dia a dia

A realização do procedimento acarreta mudanças no estilo de vida das pessoas, que envolvem desde a aprendizagem do autocuidado com a estomia, pois passam a usar uma bolsa de colostomia, até alteração das atividades sociais e cotidianas.

Para Andreia Muniz, ostomizada após uma cirurgia para retirada de um tumor no intestino, devido a uma endometriose, que o colou em seus órgãos, entre as dificuldades diárias enfrentadas estão, por exemplo, a questão da acessibilidade a banheiros adaptados fora de casa.

A falta de banheiros com uma duchinha é um transtorno para nós, ostomizados. Não temos controle sobre o estoma, então, se ele funciona e enche a bolsinha enquanto estamos na rua, não tem jeito: tem que trocar, senão ela pode vazar e o odor é muito forte. E os banheiros públicos não atendem nossas necessidades de higiene, e isso é um grande dificultador,” lamenta.

E, na maioria dos casos, as pessoas que passam por esse tipo de cirurgia acabam sendo vítimas de preconceito. É o caso de Sandra Neves Rabelo que, há 10 anos, convive com uma bolsa de colostomia após o tratamento de um câncer de colo de útero que afetou seu intestino devido à radioterapia.

Ser uma ostomizada representa enfrentar dificuldades, sobretudo em lugares públicos. Isso sem contar o olhar de preconceito das pessoas a nossa volta, o que nos causa constrangimento e faz com que percamos a vontade de sair de casa”, afirma.

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Agenda Positiva

Especialistas tiram dúvidas sobre bolsa de colostomia

Na próxima quinta-feira, 6 de fevereiro, às 20h, o Centro de Carcinomatose Peritoneal promove uma live para apresentar, explicar e tirar todas as dúvidas sobre um importante tema relacionado ao tratamento da Carcinomatose Peritoneal: os estomas.

A live contará com a presença de Arnaldo Urbano Ruiz, cirurgião geral e oncológico, coordenador do Centro de Doenças Peritoneais da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo;  Julia Rodrigues Leandro Ulliano, cirurgiã do aparelho digestivo e coloproctologista; e Daiana Ramos, enfermeira estomaterapeuta do Hospital Paulistano.

Juntos, eles explicarão por que os estomas são necessários, como é realizado o procedimento para a criação de um estoma e os cuidados que o paciente deve ter para a sua manutenção.

A live será realizada ao vivo e será possível encaminhar perguntas que serão respondidas ao longo do bate papo, pelos canais do Youtube ou no Facebook. Para acompanhar, basta acessar as páginas do Centro de Carcinomatose Peritoneal.

Com Assessorias

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