Notícia triste na manhã chuvosa e fria de inverno neste sábado (26), no Rio de Janeiro. O ídolo do mundo funk no Brasil, Márcio André Nepomuceno Garcia, mais conhecido como MC Marcinho, de 45 anos, morreu aos 45 anos, vítima de falência múltipla dos órgãos. Ele estava internado no Hospital Copa D´Or, em Copacabana, desde 27 de junho para tratar uma cardiopatia e doença renal crônica.
O cantor e compositor, que sofria de insuficiência cardíaca, lutava pela vida, tendo implantado um coração artificial três dias após sofrer uma parada cardíaca, para esperar por um transplante. Mas na UTI do hospital, o artista fez um quadro de sepse (infecção generalizada), chegou a tomar vários antibióticos, mas não resistiu.
Durante a semana, a família já havia divulgado o agravamento do quadro do artista, pedindo orações e doações de sangue. Ela também fazia hemodiálise por conta da insuficiência renal. Marcinho sofreu uma parada cardíaca no dia 10 de julho, precisou ser intubado e respirava por aparelhos, com auxílio da ECMO (membrana extracorpórea), conhecida como pulmão artificial.
Em março, o MC revelou que estava debilitado e precisava passar por uma cirurgia para trocar um marca-passo implantado desde 2021. Na época, a equipe do artista informou que o procedimento havia sido bem-sucedido e o quadro clínico era estável.
O funkeiro também enfrentou outros graves problemas de saúde ao longo da carreira. Sofreu um acidente de carro em que quase perdeu a perna e precisou ficar por meses em uma cadeira de rodas. Ele ainda passou por algumas infecções graves no estômago e no pé.
‘Príncipe do funk’
Conhecido como ‘príncipe do funk’, MC Marcinho era uma figura emblemática do ritmo no Brasil e se consagrou como uma das principais referências do funk melody, estilo mais suave e com letras mais românticas ou de contestação social, que atravessou gerações.
Nascido em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o artista ficou conhecido pelos hits “Rap do Solitário”, “Princesa”, “Glamurosa” e “Garota nota 100”. Somente neste mês, o cantor teve mais de 1 milhão de ouvintes na plataforma de streaming de músicas e áudios Spotify.
Nas redes sociais, diversos artistas e se manifestaram em solidariedade à família, como Gilberto Gil, Anitta, Marcelo D2, Valeska Popozuda e Tati Quebra Barraco. O Governo do Estado emitiu nota de pesar pelo falecimento do artista:
“MC Marcinho fez história em um estilo que tem a essência do Rio de Janeiro: o funk. Embalou diversas fases da vida de muitos com suas canções, foi inspiração para outros funkeiros, abriu portas, contagiou com sua alegria e levou a cultura da favela para o mundo”. “De zero a dez te dou nota 100″. Suas letras, que não saíam da boca do povo, o consagraram como: “príncipe do funk”. Título mais que justo, para quem foi um dos precursores do estilo no Brasil. Uma grande perda para todos nós. Obrigado por todo talento e por ter se tornado um ícone da cultura fluminense. Que Deus fortaleça todos os familiares, fãs e amigos”.
MC Katia morreu há duas semanas após perder a perna
Também este mês, o funk carioca também sofreu outra perda. Kátia Marques de Melo França, a MC Kátia (foto ao lado), uma das precursoras do estilo musical, morreu dia 13, no Hospital Souza Aguiar, onde estava internada desde junho.
Ela havia revelado que tinha um tumor benigno e precisaria operar para retirar o útero e o ovário. A situação da artista se agravou depois de uma trombose, que a levou a amputar parte da perna.
Com informações da Agência Brasil, G1 e CNN