Em outubro, a sociedade se une para alertar as mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. No Brasil, estimativas do Inca – Instituto Nacional do Câncer indicam mais de 57 mil novos casos a cada biênio. Mas pouco se fala sobre câncer de mama avançado, que ainda é responsável por quase 40% dos casos no país.

Dados preocupantes mostram que mais de 35% das mulheres descobrem o câncer de mama em estágio localmente avançado ou metastático (quando o tumor já se espalhou para outros órgãos). “Além dos altos índices da doença avançada, chama também a atenção que muitas dessas pacientes são jovens, em fase de pré-menopausa”, afirma o oncologista Rafael Kaliks, diretor científico do Instituto Oncoguia e médico da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.

Existem estudos brasileiros que apontam para o estigma e o impacto emocional do câncer de mama, principalmente com relação a essa etapa do tratamento. Segundo especialistas, as pacientes enfrentam diversas emoções relacionadas a um diagnóstico de câncer: negação da condição de doença, sentimentos negativos para lidar com o adoecimento, enfrentam maior risco de finitude da vida, além do impacto na autoimagem, para citar alguns.

Por isso, a humanização e o empoderamento da paciente são tão importantes quanto os avanços da medicina personalizada, que traz mais conforto e eficiência no tratamento. Um relacionamento transparente e de confiança é fundamental para que não haja dúvidas ao longo da jornada e para que médicos e pacientes possam, juntos, tomar a melhor decisão no tratamento.

Experiência sensorial que acolhe

Para dar visibilidade a mulheres com câncer metastático, a Novartis realiza a Campanha Outubro Rosa Choque, com o objetivo de educar a população, buscar soluções e apoiar pacientes, multiplicando o alcance do debate. A ideia da ação, que contempla hospitais e clínicas de referência de São Paulo, é trazer acolhimento e leveza para essas pacientes durante o mês de outubro. A ação acontece no A.C. Camargo Câncer Center, IBCC Oncologia, Hemomed e Hospital Israelita Albert Einstein.

Um dos propósitos é tornar as sessões de quimioterapia menos difíceis para as pacientes. Os efeitos físicos são mais conhecidos, mas há também o efeito psicológico. Tornar esse momento menos estressante, mais agradável e confortável, pode trazer um benefício enorme para as pacientes, ajudando-as a passar por esse processo”, afirma Kaliks.

Desta forma, a campanha pretende promover uma melhor experiência às pacientes durante esse momento crítico e sensível. As pacientes poderão escolher qual dos cinco sentidos serão explorados, optando pelas atividades que mais lhe agradam durante a sessão de quimioterapia.

  1. Paladar: haverá kit de lanches, elaborado por nutricionistas das próprias clínicas e hospitais, para acompanhar a sessão;
  2. Tato: massagem de reflexologia;
  3. Visão: o ambiente estará preparado com luzes cor-de-rosa;
  4. Olfato: óleos essenciais irão perfumar o ambiente;
  5. Audição: músicas relaxantes estarão à disposição das pacientes.

Em busca de novas soluções tecnológicas

Além da experiência sensorial, a Novartis está promovendo outras atividades voltadas às pacientes com câncer de mama metastático. Em parceria com a Eretz.Bio, iniciativa da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein que fomenta o empreendedorismo e inovação em saúde no Brasil, a empresa lançou um desafio para as startups da incubadora: encontrar soluções para câncer de mama avançado.

O principal objetivo é ajudar as pacientes a entender seu subtipo da doença, considerando que normalmente elas demoram muito para ter essa informação, o que implica em não ter acesso ao melhor tratamento. O pitch das startups para a Novartis acontece no início do Outubro Rosa Choque e as melhores soluções poderão ser contratadas pela farmacêutica que, só no ano passado, tratou mais de 10 milhões de pacientes no Brasil.

Com o objetivo de multiplicar informações para a promoção da saúde e bem-estar da população, a Novartis também apoia a ‘Série Saúde Brasil’, programa exibido na TV Cultura que realiza documentários educativos sobre várias patologias, e irá fazer uma edição especial sobre câncer de mama metastático.

Mais sobre o câncer metastático

Para Raphael Brandão, chefe da Oncologia do Américas Oncologia em São Paulo, a medicina moderna possibilitou tratar o câncer metastático como uma doença crônica. “Hoje, a palavra câncer metastático já não descreve de forma satisfatória a doença. Existem vários subtipos de câncer e, quando identificamos as características especificas da doença, conseguimos tratá-la, controlando os sintomas, melhorando a qualidade de vida da paciente e oferecendo anos de sobrevida”.

O médico explica que existem, pelo menos, quatro grandes subtipos de câncer de mama. “Ao receber o diagnóstico de câncer de mama, paciente e médico precisam se unir e investigar todas as informações possíveis sobre a doença. Por exemplo, entender se o câncer tem componente hormonal (HR+) e características agressivas é fundamental para traçar uma estratégia com terapia-alvo”, exemplifica o médico. Dados recentes de uma pesquisa do Instituto Oncoguia revelam que 20% das pacientes não fazem ideia de qual é seu subtipo de tumor de mama.

É a genética do tumor que define o tipo de câncer de mama e auxilia o médico na decisão do melhor tratamento. Os receptores hormonais (RH) e o receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER2) são proteínas importantes e definem quatro tipos de câncer de mama. “Câncer de mama avançado não é tudo igual. Para cada tipo existe um tratamento e novas possibilidades. Ao fazer essa identificação, é possível indicar tratamentos mais modernos, como a terapia-alvo que age em alvos específicos e pode oferecer mais qualidade de vida e menor impacto na rotina das pacientes”, finaliza.

Novidades no tratamento 

1. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no dia 9 de setembro o registro do Piqray (alpelisibe). Trata-se do primeiro tratamento específico para pacientes com câncer de mama metastático HR+/HER2-, com mutação PIK3CA. Produzido pela Novartis, Piqray é indicado em combinação com o medicamento fulvestranto para tratar mulheres na pós-menopausa e homens.

2. Em junho, durante o principal congresso de oncologia do mundo, realizado pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), foi apresentado um estudo que comprovou que o Kisqali (ribociclibe), da Novartis, aumenta significativamente as taxas de sobrevivência das pacientes com câncer de mama avançado tipo HR+/HER2-. Utilizando o medicamento, a sobrevivência de mulheres jovens após 3 anos e meio de seguimento chegou a 70% contra 46% das que receberam o tratamento padrão e a taxa de mortalidade foi 29% menor do que quando as pacientes receberam placebo.

Existem várias condições que contribuem para que o câncer de mama retorne e gere metástase. A biologia e características do tumor, e o estágio em que ele se encontra no momento do diagnóstico são os principais fatores, podendo variar de pessoa para pessoa. Apesar de hoje existirem tecnologias que possibilitam o tratamento do câncer de mama metastático, ainda existe um estigma muito grande e, por isso, pacientes e suas famílias podem ter dificuldade na hora de encarar o diagnóstico.

Com Assessorias

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