Novo boletim divulgado pelo Ministério da Saúde com os dados de domingo (13) informa que o Brasil registrou pelo menos mais quatro mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. Com as atualizações de 14 das 27 unidades da Federação, foram registrados 994 novos diagnósticos.
O número é parcial, pois as secretarias de Saúde de 13 unidades da federação ainda não encaminharam a atualização de dados sobre a doença.Restam pendentes os dados da Bahia, do Distrito Federal, do Maranhão, de Minas Gerais, de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, da Paraíba, de Pernambuco, do Rio de Janeiro, de Roraima e São Paulo e do Tocantins.
Enquanto no Brasil 21 unidades da federação registram aumento de casos, nos Estados Unidos já há sobrecarga nos sistemas de saúde e especialistas alertam para a transmissão acelerada da nova onda.
Vacinação em dia e uso de máscaras de proteção facial em locais fechados por pessoas com comorbidades são as principais recomendações das autoridades sanitárias neste momento. Além disso, é necessário voltar a adotar medidas não farmacológicas já amplamente difundidas durante a pandemia, como lavar bem as mãos, usar álcool 70% e evitar aglomerações. Em caso de suspeita, é aconselhável fazer o teste para evitar contaminação de outras pessoas.
Um fato que chama a atenção em meio ao novo cenário epidemiológico é o grande número de pessoas que não completaram o esquema vacinal. Mais de 69 milhões de brasileiros não tomaram a primeira dose de reforço e quase 33 milhões poderiam tomar a segunda dose de reforço
A Associação Médica Brasileira (AMB) cobra a ampliação da cobertura vacinal, bem como mais agilidade do Ministério da Saúde em relação à compra de vacinas. Imunizantes de segunda geração já deveriam estar disponíveis no Brasil. O médico Marcos Safadi ressalta, entretanto, que as vacinas disponíveis oferecem proteção para formas graves e complicações da doença
Mais de 688 mil mortes desde março de 2020
Desde o início da pandemia, o Brasil já confirmou 34.912.931 casos de covid-19 no país, com 688.658 mortes. De outro lado, houve recuperação em 34.114.074 ocorrências. Há atualmente 110.226 pacientes contaminados em acompanhamento.
Considerando os dados disponíveis até o momento, o Estado de São Paulo tem o maior número de casos confirmados com 6,16 milhões. Em seguida, aparecem Minas Gerais (3,88 milhões) e Paraná (2,76 milhões). São Paulo registra também o maior número de mortes por covid-19 (175.825), seguido por Rio de Janeiro (75.908) e Minas Gerais (63.897).
O menor número de casos de covid-19 entre as unidades federativas é registrado no Acre (150 mil). O estado é também é que contabiliza o menor número de mortes (2.029).
Novas subvariantes da Ômicron, BQ.1 e XBB
Diante do aumento de casos de covid-19, autoridades sanitárias internacionais estão em alerta. O registro de novos casos da doença tem a ver com o surgimento de novas subvariantes da Ômicron, BQ.1 e XBB. Segundo os primeiros estudos, elas podem ser mais transmissíveis e resistentes às barreiras vacinais.
O mais recente Boletim InfoGripe Fiocruz, divulgado na última quinta-feira (10), sinaliza para o aumento nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) com resultado laboratorial positivo para Covid-19 na população adulta do Amazonas, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Segundo o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, ainda não é possível afirmar que esse crescimento esteja relacionado especificamente com as identificações recentes de novas sublinhagens identificadas em alguns pontos do país.
Em alguns estados, o sinal é mais claro nas faixas etárias a partir de 18 anos. A exceção é o Rio Grande do Sul, que apresenta essa tendência apenas nas faixas etárias a partir de 60 anos.
“Como os dados laboratoriais demoram mais a entrar no sistema, espera-se que os números de casos das semanas recentes sejam maiores do que o observado nessa atualização, podendo, inclusive, aumentar o total de estados em tal situação”, disse o pesquisador da Fiocruz.
Crianças são as mais vulneráveis
Quando o recorte foi feito por capitais, a Fiocruz identificou maior predominância em crianças. As exceções são Manaus, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo, que apresentam crescimento nas faixas etárias acima de 60 anos. Para o médico Werciley Júnior, coordenador da Infectologia da rede Santa, em Brasília, as crianças devem ser um foco de atenção importante.
“Apesar da doença em crianças ser uma forma normalmente leve, a gente tem dois aspectos. O primeiro é que nelas, quando a forma é grave, há uma alta taxa de mortalidade. O outro é que as crianças são carreadoras do vírus para dentro de casa. Se elas estiverem imunizadas, vão diminuir muito sua capacidade de transmissão”, alertou.
Ainda segundo o médico infectologista, apesar de até o momento os casos no país serem leves, registros positivos preocupam especialmente entre os não vacinados. O especialista ressaltou que o grande medo da comunidade médica e de autoridades sanitárias é que essa variante sofra uma nova mutação e fuja totalmente da vacina causando doenças graves.
“A gente sabe que a taxa de vacinação mais ou menos estacionou com duas doses. As pessoas não estão fazendo a terceira dose que houve uma redução gigantesca”, observou, acrescentando que esse público pode desenvolver formas graves da doença.
Segundo o médico, a vacina tem dois pontos importantes. O primeiro deles é proteger as pessoas de modo que quem tiver a doença desenvolve a forma leve. O outro ponto é que, com anticorpos trazidos pela vacina “mesmo que parcialmente funcionando”, o paciente infectado diminui a carga viral e não consegue transmitir o vírus para a mesma quantidade de pessoas que transmitia sem a imunização.
Da Agência Brasil, com Redação