Nesta quinta-feira (14) é lembrado o Dia Mundial do Doador de Sangue. A data, criada em 2014, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), tem o objetivo de agradecer o empenho dos doadores voluntários e conscientizar o público em geral sobre a falta de doadores por todo o mundo. Dados recentes mostram que no Brasil, 1,8% da população doam sangue, número que está dentro dos parâmetros, de pelo menos 1%, mas longe da meta da OMS, de 3% da população doadora.

Todos sabemos que doar sangue é fundamental para garantir o sucesso de cirurgias e a vida de muitas pessoas que precisam de transfusão. Mas o que muita não sabe é que muito além desse grande gesto de solidariedade, doar sangue também representa mais saúde. Uma série de benefícios está por trás do ato.

Para o doador, o benefício é saber que sua saúde está adequada e que sozinho o mesmo irá conseguir recuperar a quantidade de células doadas, além de ajudar alguém que está necessitando muito deste sangue, para sair da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), realizar uma quimioterapia ou se recuperar de uma cirurgia”, aponta a médica hematologista Nadia Misael, da Aliança Instituto de Oncologia.

Especialistas indicam que doar sangue ajuda a melhorar o fluxo sanguíneo,  prevenindo a hipercoagulação, e  equilibra os níveis de ferro no organismo, dando mais energia ao doador. Com isso, ainda contribui para reduzir doenças como a hipertensão arterial, protegendo o coração. Como se não bastasse, o doador ainda tem acesso a vários exames de graça, com resultado na hora. De quebra, em alguns estados, o doador pode até entrar de graça no cinema, teatro e shows.

Doação de sangue por aférese ou total

De acordo com Nadia há dois tipos de doação, por aférese ou doação de sangue total. A modalidade mais comum é a doação de sangue total, na qual, é retirado cerca de 400 a 450 ml de sangue. Neste tipo, o doador não entra em contato com o anticoagulante, diferente da aférese. Essa doação é rápida, dura menos de 10 minutos, com poucos efeitos colaterais.

Menos comum, na doação por aférese o sangue do doador é processado em uma máquina, para isso, é utilizado um anticoagulante. “Nesta modalidade, é retirado um grupo específico de células, apenas as plaquetas ou hemácias”, explica.

Segundo a médica, essa doação demora um pouco, cerca de uma hora ou mais, a depender do acesso venoso do paciente. Ela acrescenta que existe o retorno para o doador de anticoagulante, por isso, alguns pacientes podem ter alguns efeitos colaterais desta medicação. São candidatos a doação por aférese os doadores frequentes com bom acesso vascular.

Nadia destaca que para realizar a doação de sangue é necessária uma entrevista prévia para avaliação da saúde do doador, que precisa ter entre 16 e 69 anos e ainda pesar mais de 50 quilos. “Não é necessário jejum para a doação de sangue”, finaliza.

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Confira seis vantagens de doar sangue

1. Check-up médico de graça

Antes de ser enviado aos hemocentros, seu sangue passa por uma série de exames que analisam se ele está apto para ser armazenado no banco de sangue. Entre os testes aos quais ele é submetido, destacam-se hepatite B e C, sífilis e HIV. Você tem acesso a todos esses resultados. E melhor: gratuitamente!

2. Paga meia no cinema, no teatro e em exposições

Em alguns estados, como São Paulo, Paraná e Espírito Santo, será instituído o direito à meia entrada em todos os locais públicos de cultura, estádios e espaços culturais para quem possuir a carteirinha de doador. Quem sabe a novidade também não ‘pega’ por aqui?

3. Equilibra os níveis de ferro no organismo

O ferro é o responsável pelo transporte do oxigênio aos tecidos do organismo, e seu equilíbrio é fundamental para que esse processo ocorra de forma correta. Infelizmente, o excesso de ferro é um problema que afeta a saúde de muitas pessoas (muito mais do que a falta de ferro, por exemplo), mas que pode ser resolvido ao se doar sangue, uma vez que cada doação elimina um quarto de grama de ferro do organismo.

4. Melhora o fluxo sanguíneo

Doar sangue ajuda a prevenir a hipercoagulação, fenômeno responsável pela ruptura de vasos sanguíneos, que tende a aparecer em casos de estresse excessivo, consumo elevado de açúcar e de nicotina.

5. Emagrece

Doar sangue consome muita energia, já que o corpo gasta muitas calorias repondo o sangue que foi doado.

6. Faz bem para o coração (nos dois sentidos)

Existe uma correlação entre doar sangue e a redução de doenças como pressão alta, novamente em função da redução dos níveis de ferro no organismo, já que o ferro em excesso também causa lesões nas paredes arteriais. Além disso, a sensação de estar colaborando para salvar vidas e ajudar o próximo melhora, consideravelmente, o humor e o estado emocional.

Quem pode doar

Para doar sangue, é preciso ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 kg, estar bem de saúde e portar um documento de identidade oficial com foto.

Não é necessário estar em jejum, apenas evitar apenas alimentos gordurosos nas quatro horas que antecedem a doação e não ingerir bebidas alcoólicas 12 horas antes.

Jovens com 16 e 17 anos só podem doar sangue com autorização dos pais ou responsáveis legais. Devem portar ainda um documento de identidade do responsável.  A autorização pode ser obtida no site do Hemorio. (http://www.hemorio.rj.gov.br/html/pdf/menor_idade.pdf)

 Onde doar

O Hemorio funciona todos os dias, das 7h às 18h, inclusive sábados, domingos e feriados, na Rua Frei Caneca, n° 8, no Centro do Rio. Para saber o endereço das outras 26 unidades de coleta distribuídos pelo estado o candidato a doador pode ligar de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, para o Disque Sangue (0800 282 0708). O serviço ainda ajuda a esclarecer dúvidas e checar os pré-requisitos.

10 curiosidades sobre  a doação de sangue

Fonte: Hemorio, Aliança Instituto de Oncologia e Tokio Marine Seguradora

 

 

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