Com a chegada do inverno nesta quinta-feira, dia 20, a tendência é que, principalmente no Sudeste, os próximos meses sejam marcados por uma seca significativa, com poucas chuvas, além de trazer ondas de frio, especialmente em julho, de acordo com o site do Climatempo. Essas baixas temperaturas e a mudança no cotidiano levantam maior preocupação com a saúde, uma vez que durante essa estação, há aumento significativo nos casos de doenças respiratórias e cardíacas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as alergias respiratórias atingem, em média, 30% da população mundial, além disso, as baixas temperaturas do inverno fazem aumentar em 30% o risco de infarto, de acordo com dados do Instituto Nacional de Cardiologia, principalmente em pessoas que apresentam fatores de risco, como hipertensos, indivíduos com diabetes, obesidade e fumantes.

Por isso, especialistas do Hospital Alemão Oswaldo Cruz destacam a importância de adotar medidas preventivas para minimizar os riscos associados ao clima frio e seco.

Doenças respiratórias no inverno

Segundo Ciro Kirchenchtejn, pneumologista, durante o inverno, o tempo frio e seco e a menor incidência de chuvas levam a uma maior concentração de poluentes no ar, o que piora a qualidade do ar e irrita as mucosas respiratórias. O muco, quando mais espesso, dificulta a respiração, causando sintomas como coriza, espirros, tosse e falta de ar.

Em dias de baixas temperaturas, ocorrem dois fenômenos que podem causar desconforto nas mucosas dos olhos, narinas e brônquios: o frio e a inversão térmica. A inversão térmica é um processo climático onde uma camada de ar frio fica presa perto do solo, impedindo que o ar quente suba e, consequentemente, aumentando a concentração de poluentes na atmosfera. Esses poluentes podem irritar as vias respiratórias e os olhos”, explica.

A tendência de aglomeração em locais fechados agrava ainda mais essa situação, aumentando a incidência de infecções respiratórias.

Dr. Ciro Kirchenchtejn lembra que as pessoas que correm maior risco de complicações são as crianças pequenas, os idosos, aqueles com falhas nos esquemas de vacinação e portadores de doenças crônicas, como insuficiência cardíaca, asma, enfisema e comprometimento da imunidade.

Estes grupos são especialmente vulneráveis durante o inverno, pois têm sistemas imunológicos mais frágeis ou condições que podem ser exacerbadas pelo frio e pela maior circulação de vírus e bactérias. É crucial que essas pessoas sigam rigorosamente as medidas preventivas, mantenham a vacinação em dia e busquem orientação médica ao menor sinal de agravamento dos sintomas”, ressalta.

Medidas preventivas para doenças respiratórias

Para ajudar na prevenção de doenças respiratórias durante o inverno, o Dr. Ciro preparou algumas dicas essenciais, que podem fazer toda a diferença para manter a saúde em dia durante os meses mais frios.

Ventilação adequada: mantenha os ambientes bem ventilados para reduzir a concentração de vírus e bactérias. Abrir janelas e portas regularmente permite a circulação de ar fresco.

Higiene das mãos: lave as mãos regularmente e use álcool em gel para eliminar contaminantes. Essa é uma das formas mais eficazes de prevenir infecções, especialmente em ambientes com grande circulação de pessoas.

Hidratação: beba bastante água para manter as mucosas hidratadas e facilitar a eliminação de secreções. Manter as vias respiratórias umedecidas é importante para evitar o ressecamento e a irritação.

Vacinação: mantenha o calendário vacinal em dia, incluindo vacinas contra a gripe e Covid-19. Essa é uma ferramenta poderosa na prevenção de doenças respiratórias, protegendo tanto o indivíduo quanto as pessoas ao redor.

Uso de máscaras: utilize máscaras em locais fechados e aglomerados para reduzir o risco de infecção.

 

Doenças cardíacas no inverno

As baixas temperaturas também representam um risco para o sistema cardiovascular. Segundo o cardiologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Leandro Costa, o frio provoca a contração dos vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial e sobrecarregando o coração.

Para se manter aquecido, o corpo aciona o mecanismo da vasoconstrição, que é a diminuição do calibre das artérias, dificultando a circulação sanguínea e aumentando o esforço do músculo cardíaco, o que eleva o risco de infarto e derrame”, explica.

Outro fator que explica uma maior incidência de doenças cardíacas no inverno é o fato de haver uma tendência na evolução dos processos inflamatórios das vias aéreas, como as gripes e resfriados. Portanto há um aumento da inflamação das paredes internas dos vasos, sendo fator determinante para a formação de coágulos sanguíneos, e da possibilidade de ocorrência de infarto ou derrame cerebral.

Livrar-se dos fatores de risco é fundamental em qualquer época do ano. Entre os mais frequentes, o Dr. Leandro Costa destaca a hipertensão, o sedentarismo, tabagismo, estresse e a obesidade.

Sobre os sintomas, a dor no peito é um dos principais, principalmente com a sensação que pode irradiar para o braço esquerdo. Os sintomas mais genéricos, como tontura, sudorese e náuseas podem aparecer, mas há casos em que o episódio ocorra de forma silenciosa.

Principais recomendações para saúde cardíaca

A seguir, o Dr. Leandro Costa separa as principais dicas para a prevenção de doenças cardíacas durante os meses mais frios do ano.

Manter-se aquecido: use roupas adequadas para evitar a vasoconstrição excessiva. Vestir-se em camadas e proteger extremidades, como mãos e pés, é essencial para manter o corpo aquecido e reduzir o esforço cardíaco.

Hidratação: beba líquidos regularmente para evitar o aumento da viscosidade do sangue. Mesmo que a sensação de sede seja menor no inverno, é fundamental manter-se hidratado para garantir uma boa circulação sanguínea.

Exercícios físicos: pratique atividades físicas de forma moderada e regular, evitando exercícios intensos em temperaturas muito baixas. Escolha ambientes aquecidos para se exercitar e faça alongamentos para evitar lesões causadas pelo frio.

Alimentação saudável: evite alimentos ricos em gorduras e sal, optando por uma dieta equilibrada. Inclua frutas, verduras e proteínas magras nas refeições, garantindo todos os nutrientes necessários para fortalecer o sistema imunológico.

Check-ups regulares: realize exames periódicos para monitorar a saúde do coração. Consultas regulares com um cardiologista são fundamentais para identificar e tratar precocemente possíveis problemas cardíacos.

No inverno é essencial adotar medidas preventivas para proteger a saúde respiratória e cardiovascular. A combinação de cuidados com o ambiente, higiene pessoal e hábitos saudáveis pode fazer a diferença na prevenção de doenças durante a estação mais fria do ano.

Com Assessorias

 

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