Mesmo anunciada pelo Ministério da Saúde na terça-feira (15), a entrada do Grupo Hospitalar Conceição (GHC) para assumir definitivamente a gestão do Hospital Federal de Bonsucesso só ocorreu na manhã deste sábado (19), depois da ação de policiais federais e militares autorizados pela justiça, que retirou os manifestantes que ocupavam ilegalmente as dependências do prédio da direção no Rio de Janeiro.

A meta da nova gestão é, em 90 dias, reativar 210 leitos, reabrir a emergência do hospital, fechada desde 2020, bem ampliar a capacidade da unidade de tratamento intensiva (UTI) e do centro cirúrgico. Além de contratar emergencialmente 2,2 mil profissionais de saúde por tempo determinado, o complexo do HFB precisa de obras de infraestrutura nos sistemas elétrico e hidráulico.

Desde o último dia 15, um grupo de servidores fazia um bloqueio na porta da unidade para impedir que a nova gestão entrasse no HFB. Mesmo com multas diárias de R$ 50 mil determinadas pela Justiça do Rio, junto com a ordem de desbloqueio, os manifestantes permaneciam no local e prometiam ficar lá até a audiência de conciliação marcada para a próxima segunda-feira (21).

O Ministério da Saúde informou que, após uma operação com auxílio das forças de segurança pública, “a desocupação da sala de direção foi realizada por volta das 6h, depois de uma rápida e pacífica negociação de policiais com os manifestantes que estavam no local”.

A Polícia Federal, em conjunto com a PM, de forma muito tranquila, harmônica, liberou o prédio e a entrada. Entramos às 6h e já iniciamos, com 40 pessoas, a visita de todas as áreas do hospital, com o foco principal de saber como está a assistência aos pacientes internados. Temos quase 200 pacientes aqui, sete na UTI e alguns na emergência. Olhamos todos os quadros clínicos para saber sobre a segurança, se não faltam insumos e sobre as escalas de plantão”, afirmou o secretário adjunto de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Nilton Pereira Júnior.

Protesto na porta é encerrado com spray de pimenta

Um grupo de servidores do hospital e de outras unidades do Ministério da Saúde, no entanto, manteve o protesto em uma área de manobra de veículos, na entrada do HSF, durante toda a manhã deste sábado, e só foram retirados depois de uma ação do Batalhão de Choque da PM.

Desta vez, os manifestantes não aceitaram sair voluntariamente e os policiais usaram spray de pimenta e retiraram alguns deles à força das dependências do hospital. Uma das manifestantes – a técnica de enfermagem Ivanilda Ferreira Alves, que é servidora do hospital – foi detida.

Foi uma ação truculenta, covarde. Não estávamos depredando nada do patrimônio. O hospital é público e nós somos servidores lutando com dignidade. A gente está aqui com o emocional abalado, tem gente passando mal, colegas nossas de idade que estavam aqui somente ocupando o lugar de espaço no trabalho”, afirmou Ivanilda.

Os manifestantes que estavam ocupando as dependências do hospital para impedir que os novos gestores do hospital assumissem a direção da unidade são contra a decisão de passar a gestão, do ministério para a estatal. “Fizemos denúncias contra esse grupo que está assumindo a gestão. Estamos aqui lutando pela saúde pública. Nós vamos continuar na luta”, afirmou a servidora.

Previsão é reabrir emergência em 90 dias

Na terça-feira (15), o Ministério da Saúde iniciou a transição da gestão, por meio de uma portaria de descentralização, com a prioridade de reabrir a emergência, salas para cirurgias e mais de 200 leitos, para retomada gradativa de todos os serviços.

A previsão da pasta e do novo gestor é de completar esse processo de transição em 90 dias, período em que se espera a reabertura do serviço de emergência e a entrega progressiva de leitos comuns e de UTI e a volta do funcionamento do centro cirúrgico.

Nos próximos dias, será feito um levantamento para fazer a aquisição de equipamentos para reabrir os serviços hoje fechados. Essa análise deverá ser feita em dois ou três dias.

Tomamos posse do hospital hoje e nosso primeiro objetivo é garantir a continuidade dos atendimentos que existem, garantir o abastecimento do hospital. Temos problemas na área de medicação, de insumos, de materiais. Além disso, estamos com uma equipe fazendo um diagnóstico para identificar problemas para reabrir os leitos. Sabemos que tem falta de equipamentos”, afirmou o diretor presidente do Grupo Conceição, Gilberto Barichello.

Compra de equipamentos e obras emergenciais

Barichello, contou que para retomar o atendimento nesses serviços interrompidos, são necessárias medidas emergenciais:

Nós precisamos substituir todo o cabeamento da subestação de energia elétrica, porque hoje não tem capacidade suficiente para incorporar novas tecnologias ou para reabrir o hospital. A gente já tomou essas medidas e o cabeamento já começou a ser substituído e tem o prazo até 16 de novembro para a empresa entregar toda a substituição do cabeamento da subestação que conduz a energia para os diversos prédios” revelou em entrevista à Agência Brasil.

Outra obra necessária é a troca do telhado de parte do hospital que está avariado e impede o funcionamento, por exemplo, de 24 leitos de curta permanência que estão fechados por causa de goteiras:

O telhado todo furado, são telhas de cerâmica antigas sustentadas por madeira danificada por cupim. As telhas estão quebradas e o telhado fica furado e os leitos estão interditados. Vamos licitar de forma urgente por dispensa para que a gente troque o telhado e devolve em até 90 dias, também esses leitos de curta permanência. A partir de agora é tudo com o Grupo Conceição”, disse Barichello.

Para abrir todos os 210 leitos fechados, mais a emergência e salas cirúrgicas, nós precisamos adquirir equipamentos, entre eles, cama, monitores multi paramédicos, carro de anestesia… Enfim, para abrir em 90 dias precisamos concluir a aquisição de equipamentos”, observou. “Além de substituir o cabeamento, trocar o telhado, contratação de mais de 2,2 mil profissionais, nós queremos que, em 45 dias, todos já estejam lá trabalhando lá em dezembro”, completou.

Contratação emergencial de 2,2 mil profissionais de saúde, em até 45 dias

O Grupo Hospitalar Conceição publicou nesta sexta-feira (18) um edital no Diário Oficial da União (DOU) para contratação emergencial de 2.252 profissionais de saúde em vagas temporárias no Hospital Federal de Bonsucesso, em até 45 dias. Entre os novos trabalhadores, estarão médicos, enfermeiros, técnicos e funcionários administrativos.

A contratação temporária é pelo período de 60 dias, que podem ser prorrogados pelo mesmo período. Durante esse tempo, o GHC vai fazer uma avaliação completa sobre o dimensionamento da unidade hospitalar para saber qual é a real necessidade de vagas que precisam para que o hospital volte ao pleno funcionamento.

O processo seletivo vai priorizar profissionais do Rio de Janeiro, com o objetivo de dar capacidade plena à unidade, e está incluído nas ações para o fortalecimento da administração definida pelo Ministério da Saúde. O secretário Nilton Pereira Júnior explicou que a medida tem como objetivo recompor o quadro de funcionários e ampliar a oferta de serviços aos usuários do SUS.

Os profissionais temporários que já atuam no Hospital de Bonsucesso poderão participar do processo seletivo, sendo mantidos os prazos dos contratos atuais até novembro e dezembro de 2024”, disse.

Com a transição, o Ministério da Saúde reforçou que os direitos dos servidores ficam mantidos. Os profissionais poderão optar por continuar atuando no hospital ou serem transferidos para outras unidades da rede federal de saúde.

Os direitos dos servidores, conforme os termos do concurso público ou contrato, serão preservados, não haverá mudança de regime. Os funcionários terão direito de escolha garantido e acertado”, apontou o ministério em texto publicado no seu site.

O presidente do GHC também confirmou que os atuais trabalhadores do HFB são do regime estatutário e seus direitos conquistados serão garantidos. Já os do GHC também passaram por concurso público mas são do regime CLT e não é possível fazer a transposição de regime. No entanto, os empregados temporários que já trabalham na unidade hospitalar poderão mudar por meio do processo de seleção que foi aberto agora.

No período de dez dias será feito um recadastramento dos atuais servidores estatutários do HFB. “Nós precisamos conhecer os trabalhadores que estão lá, que turno de trabalho eles têm, que escala, carga horária, qual é o perfil e especialidade, para que a gente reorganize o hospital para reabrir com toda a capacidade instalada”, disse Barichello. Depois da análise que deve estar concluída em 180 dias, será aberto um concurso público para a contratação definitiva de profissionais.

Compra emergencial de insumos e medicamentos

Com a entrada na unidade, de forma imediata, a equipe conversou com os trabalhadores, avaliou a situação estrutural e também dos insumos e medicamentos.

O mais importante: estamos conversando com os pacientes. As equipes assistenciais e gerenciais do GHC estão visitando todas as enfermarias e leitos, olhando um por um dos pacientes, olhando a qualidade da assistência e sua segurança”, detalhou o secretário adjunto de Atenção Especializada à Saúde, Nilton Pereira Junior, explicando que o hospital possui 200 pacientes internados, sendo sete na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Segundo Nilton, o objetivo agora é entender a situação, fazer um diagnóstico rápido e já iniciar os procedimentos administrativos, gerenciais e assistenciais, para reabrir o Hospital de Bonsucesso o mais rápido possível.

Precisamos melhorar a qualidade da infraestrutura do hospital. Vamos reabastecer com insumos e medicamentos suficientes para oferecer assistência de qualidade”, disse. “Abrir a emergência é uma das principais prioridades da ministra Nísia Trindade, juntamente com a ampliação do número de leitos de UTI e salas cirúrgicas”, acrescentou Nilton.

O Ministério da Saúde e o GHC estimam que a unidade de Bonsucesso tenha a transição de gestão completa em 90 dias, assim como a abertura da emergência e a entrega progressiva de leitos de UTI e leitos comuns.

Só 42% da capacidade instalada em operação

De acordo com o Ministério da Saúde, o HFB é um complexo hospitalar com mais de 42.242m² de área construída. A capacidade total do Hospital Federal de Bonsucesso é de 412 leitos, mas a nova gestão já avalia a possibilidade de ampliar esse quantitativo.

A ineficiência da gestão anterior não conseguiu avançar nesse sentido, mesmo com os recursos que o Ministério da Saúde garantiu. Mesmo com a ampliação do orçamento, não conseguiram garantir a qualidade do atendimento ao paciente”, explicou o secretário.

A localização na Avenida Brasil, principal via do Estado do Rio de Janeiro, ligando a cidade às outras, principalmente da Baixada Fluminense, permite que a unidade seja uma referência em serviços de média e alta complexidade a toda a população fluminense.

Em 2020, um incêndio atingiu o HFB, e desde lá a precariedade aumentou com o fechamento da emergência, de leitos comuns e de UTI, além do Centro Cirúrgico Segundo o secretário Nilson Pereira Júnior, o hospital enfrentava um problema de ineficiência na gestão que ele espera ser resolvido com a administração do Grupo Conceição. “Nós vamos trazer de volta essa unidade como hospital de referência em média e alta complexidade, para essa região do Rio de Janeiro que necessita da assistência”, declarou Nilton.

É um hospital que tem sido referência por longos anos, que trabalha na alta e na média complexidade. E não são só a emergência e os leitos, esse é um hospital que tem uma capacidade de diagnóstico importante, com exames na área de cardiologia, nefrologia, endoscopia e gastrologia. É um hospital com capacidade enorme mas que está com menos de 50% da capacidade instalada operacional, com um pouco mais de 42% de ocupação”, destacou a nova superintendente do hospital, Elaine Lopez.

Necessidade de transparência sobre as condições atuais do hospital

Desde a última terça-feira (15), o Ministério da Saúde iniciou a transição da gestão para o Grupo Hospitalar Conceição, buscando fortalecer a gestão, garantir a execução adequada do orçamento e sanar gargalos históricos, como problemas de desabastecimento e descontinuidade assistencial.

Nilton explicou que a obstrução da entrada pelo movimento ilegal da gestão anterior poderia trazer prejuízos ao cronograma de abertura de leitos. “Nós estávamos fazendo todos os atos possíveis fora do hospital, mas era preciso ter o real diagnóstico da situação. Estávamos com dificuldade de concluir as análises, os diagnósticos mais precisos, o que impacta diretamente na abertura de novos leitos”, disse.

Estávamos sem saber as condições da parte elétrica do hospital. Trouxemos especialistas para fazer o diagnóstico preciso da rede elétrica, mas não estava sendo possível realizar o trabalho. Também sobre a condição da estrutura física dos equipamentos, dos insumos necessários para abertura de leitos. Ou seja, esses cinco dias de atraso acabaram impactando de forma muito significativa, mas hoje conseguimos entrar e todo o trabalho já foi iniciado”, concluiu o secretário Nilton.

Entenda o impasse na gestão do Hospital Federal de Bonsucesso

Diante do quadro de sucateamento ao longo dos anos do Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), o Ministério da Saúde escolheu o Grupo Hospitalar Conceição (GHC), empresa estatal pública do Rio Grande do Sul, para fazer a gestão da unidade da zona norte do Rio de Janeiro. 

O GHC é uma empresa pública, de atuação nacional e que atende integralmente ao SUS. Vinculado ao Ministério da Saúde, o GHC é reconhecido como a maior rede pública de hospitais da Região Sul, com atendimento 100% SUS.  A organização tem mais de 64 anos aplicados em atenção à saúde.

É formado por quatro hospitais, um centro de oncologia.  Além de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), tem mais 12 postos de saúde do Serviço de Saúde Comunitária, três Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e uma Escola de Formação em Saúde Pública.

A estrutura inclui 1.391 leitos, com internações de 46,1 mil usuários por ano. Por ano são realizados cerca de 4 milhões de exames, 1,1 milhão de consultas, 27 mil cirurgias e 6,6 mil partos. Ao todo o quadro de pessoal tem 10.852 profissionais que ingressaram por concurso público.

Sindicalistas não concordam com transferência da gestão

O bloqueio no Hospital Federal de Bonsucesso foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-/RJ). A dirigente sindical Christiane Gerardo disse que os manifestantes não aceitam negociar com o Ministério da Saúde e nem com o GHC, porque não concordam com a transferência de gestão do Hospital de Bonsucesso.

A saída é manter a gestão pública ligada diretamente ao Ministério da Saúde com respeito às decisões dos órgãos deliberativos colegiados e eles fazerem concurso público para cargo efetivo. Fora isso, não existe nenhuma possibilidade de negociação com essa gente, porque nós somos água e eles são vinho. Não nos misturamos”, apontou  à Agência Brasil.

De acordo com o Ministério da Saúde, um dos fatores para a escolha do novo gestor é o fato de o GHC ser “uma empresa pública vinculada ao governo federal, de atuação nacional e que atende integralmente ao Sistema Único de Saúde (SUS)”.

Para a ministra Nísia Trindade, o GHC já mostrou referência no atendimento à população, inclusive quando ajudou o ministério em missões no Haiti, no território Yanomami e no enfrentamento à grave crise climática do Rio Grande do Sul.

Por ser vinculado ao Ministério da Saúde, o GHC é um ponto central para o nosso trabalho de qualidade. Essa é a razão do GHC: um hospital de excelência e que vai contribuir de forma fundamental no Rio de Janeiro. Estamos trazendo o que temos de melhor na gestão hospitalar do Brasil”, garantiu Nísia em texto divulgado pelo MS.

Impedidos de entrar no HFB por causa do bloqueio nos últimos quatro dias, equipes do GHC/Bonsucesso começaram a preparação para assumir o trabalho na unidade com a realização de oficinas na sede do MS no Centro do Rio. A intenção era preparar os primeiros 15 dias no processo de integração entre os trabalhadores do Bonsucesso e do GHC.

Os manifestaram eram contra também ao que chamam de fatiamento dos hospitais federais que funcionam no Rio de Janeiro, após a decisão do Ministério da Saúde de fazer a transição para novas administrações escolhidas pela pasta.

Hospital dos Servidores e Hosp

O Hospital Federal dos Servidores do Estado (HFSE), na região portuária, terá a gestão da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), vinculada ao MEC.  O Ministério da Saúde deve assinar, nos próximos dias, um acordo de cooperação técnica com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio) e a Ebserh, para que eles assumam a gestão do HFSE.

A ideia é que a unidade de saúde se torne uma extensão do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle, vinculado à UniRio e administrado pela Ebserh. A informação foi divulgada à Agência Brasil neste sábado (19) pelo secretário adjunto de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Nilton Pereira Junior.

O Hospital Gaffrée é uma estrutura onde não é possível mais ampliar o número de leitos. A Ebserh tem condições de ampliar o hospital porém não na atual estrutura. E o Hospital dos Servidores também pode ser uma grande oportunidade de ele se tornar um hospital universitário. Hoje ele tem quase 170 leitos inoperantes”, explicou o secretário.

Segundo ele, depois da assinatura do acordo, será feito um diagnóstico da unidade, a fim de que ele possa se transformar em um hospital universitário. O Conselho Universitário da UniRio, no entanto, ainda precisará aprovar a medida. “A partir daí, a UniRio faz um contrato de gestão com a Ebserh e passa a administrar esse hospital”, diz Pereira Junior. Segundo ele, tanto o Gaffrée e Guinle quanto o Hospital dos Servidores terão ganhos com a integração das duas unidades:

A ideia é transformá-los em um hospital que é maior do que a soma dos dois juntos hoje. Temos alguns leitos fechados no Gaffrée por questões estruturais de um prédio histórico de mais de 100 anos e temos muitos leitos fechados no Hospital dos Servidores por falta de profissionais e questões estruturais. Teríamos os dois hospitais numa nova modelagem mais eficiente, mais racional com mais leitos do que a soma dos dois atualmente”, antecipou

O Hospital dos Servidores será o terceiro dos seis hospitais federais gerais cariocas a sair da administração direta do Ministério da Saúde. O próximo a ter a transferência de gestão prevista é a do Hospital Federal do Andaraí, na zona norte da capital, que passará a ser gerido pela Prefeitura do Rio. Por causa do período eleitoral o processo não pôde avançar e agora será retomado. A mudança de gestão do Hospital Federal da Lagoa ainda não tem prazo definido.

Ministério da Saúde e Agencia Brasil

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