Da Agência Fiocruz, com Redação

Ainda não é o momento de afrouxar os cuidados e deixar a máscara de lado, especialmente em locais de aglomeração, como o transporte público. Após o feriado prolongado de Corpus Christi sem a divulgação semanal dos dados epidemiológicos, a Fiocruz anunciou nesta quarta-feira (22/6), o novo Boletim InfoGripe, que segue apontando aumento da presença do coronavírus em casos e mortes por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Os novos indicadores apontam um amplo predomínio do vírus Sars-CoV-2 (Covid-19), especialmente na população adulta, representando 80,6% dos casos e 94% dos óbitos com resultado positivo para SRAG nas últimas quatro semanas. Os dados indicam sinal de crescimento de casos semanais de vírus respiratórios na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de queda na de curto prazo (últimas três semanas).

O cenário sugere possível interrupção na tendência de crescimento e formação de platô. Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, alerta, no entanto, que esse quadro deve ser interpretado com cautela e reavaliado nas próximas semanas para confirmação.

“Embora ainda apresentem sinal de crescimento na tendência de longo prazo, os estados das regiões Sudeste e Sul dão sinais de possível interrupção nesse aumento de casos, com formação de platô nas primeiras semanas de junho. Como tivemos o feriado prolongado na última semana, pode ter algum impacto nos registros, por isso a cautela e necessidade de aguardar as próximas atualizações para confirmação do cenário”, explica o pesquisador.

Assista a explicação do coordenador do Infogripe sobre os novos dados:

Os vírus respiratórios mais presentes

Os resultados laboratoriais por faixa etária se referem à Semana Epidemiológica (SE) 24 (período de 12 a 18 de junho de 2022) e tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 20 de junho.

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 3,2% Influenza A, 0,2% Influenza B, 9,9% vírus sincicial respiratório (VSR), e 80,6% Sars-CoV-2 (Covid-19).

Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1,8% Influenza A, 0,3% Influenza B, 2,0% vírus sincicial respiratório (VSR), e 94% Sars-CoV-2 (Covid-19).

Em crianças e adolescentes, observa-se sinal de queda entre os grupos de 0 a 4 e 5 a 11 anos. Dados laboratoriais apontam que, no grupo de 0 a 4 anos, os casos seguem sendo, principalmente, os associados ao vírus sincicial respiratório (VSR), embora também se observe presença relevante de Sars-CoV-2 (Covid-19), rinovírus e metapneumovírus.

 

Estados 

De acordo com o último Boletim Infogripe, 13 das 27 unidades da Federação apresentam sinal de crescimento nos casos e óbitos por SRAG na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a semana 24: Acre, Amapá, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo. As demais apresentam sinal de estabilidade ou queda na tendência de longo prazo.

Dados laboratoriais e por faixa etária mostram que o crescimento nos meses de maio e abril foi decorrente de aumento nos casos de Covid-19. Apenas no Rio Grande do Sul se observou aumento significativo também nos casos positivos para Influenza (gripe), ainda que em valores relativamente baixos e inferiores àqueles associados ao Sars-CoV-2 (Covid-19).

Capitais

Segundo a atualização, 16 das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo até a SE 24: Belo Horizonte (MG), plano piloto e arredores em Brasília (DF), Cuiabá (MT), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Natal (RN) Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Teresina (PI).

Das 27 capitais, uma está em macrorregião de saúde em nível pré-epidêmico (São Luís), outra em nível epidêmico (Palmas), 21 em macros em nível alto (Aracaju, Belém, Boa Vista, Campo Grande, Cuiabá, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, Macapá, Maceió, Manaus, Natal, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo, Teresina e Vitória), quatro em nível muito alto (Belo Horizonte, Brasília, Curitiba e Rio Branco), e nenhuma em nível extremamente alto.

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