Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a hipertensão arterial é responsável por mais de 10 milhões de mortes por ano em todo o mundo. No Brasil, o cenário é ainda mais alarmante: cerca de 30% da população convivem com a doença, de acordo com o Ministério da Saúde.
O dia 26 de abril marca o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, data crucial para conscientizar a população sobre os riscos e a prevenção de uma das doenças crônicas mais comuns, que afeta milhões de brasileiros. Vida e Ação reforça o especial Hipertensão e traz uma série de matérias com novidades sobre o tema.
Conhecida justamente por evoluir sem sintomas aparentes, a hipertensão pode levar a doenças cardiovasculares, que são a principal causa de morte no Brasil e no mundo. A doença pode ser primária, quando tem origem genética, ou secundária, quando associada a outros problemas de saúde, como doenças renais e disfunções hormonais.
Se não for diagnosticada e tratada a tempo, pode desencadear diversas complicações à saúde, como infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal e outras Entre os sintomas que podem indicar um quadro hipertensivo estão tontura, falta de ar, palpitações, dores de cabeça frequentes e alterações na visão. Entretanto, a condição é muitas vezes silenciosa, o que torna fundamental a aferição regular da pressão arterial.
A hipertensão arterial é caracterizada pela elevação sustentada dos níveis de pressão arterial acima de 140×90 mmHg, conhecida popularmente como 14 por 9. Segundo as diretrizes europeias, uma pressão arterial de 12 por 8 já é considerada elevada, enquanto uma pressão de 12 por 7 é preferível.
O médico cardiologista Daniel Branco, e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro (Unisa), esclarece que isso não significa que um indivíduo com pressão 12 por 8 seja hipertenso, mas que é importante manter a pressão arterial o mais baixa possível dentro dos limites saudáveis para reduzir os riscos de complicações.
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Fatores de risco para a hipertensão arterial
A pressão alta é causada por diversos fatores: predisposição genética, má alimentação, sedentarismo, obesidade, estresse e até o consumo excessivo de sal. Em muitos casos, mudanças simples de hábitos já são capazes de controlar os níveis de pressão, especialmente se a condição for identificada precocemente.
Segundo o cardiologista, a pressão alta pode ser influenciada por diversos fatores. Entre eles, a predisposição genética desempenha um papel significativo, aumentando o risco de desenvolver hipertensão. “Se há histórico familiar de pressão alta, as chances de desenvolver a condição são maiores”, alerta o especialista. A idade também é um fator importante. À medida que envelhecemos, os vasos sanguíneos tendem a perder elasticidade, o que pode contribuir para o aumento da pressão arterial.
Outros fatores como uma dieta rica em sal e calorias podem levar ao aumento da pressão arterial, assim como o sedentarismo e a obesidade, que são fatores de risco significativos para a hipertensão. Essas condições podem levar a alterações no sistema cardiovascular que aumentam a pressão arterial“, pontua o médico.
Por isso, especialistas ressaltam a importância do diagnóstico precoce e do tratamento contínuo para evitar essas complicações. A prevenção é fundamental e deve começar com a adoção de um estilo de vida saudável, incluindo uma dieta balanceada, prática regular de exercícios físicos, controle do peso e redução do consumo de sal e álcool.
Cardiometabolismo: a importância do tratamento multidisciplinar
Um termo recente na medicina, o cardiometabolismo, descreve a interseção entre a saúde cardiovascular e o metabolismo. O médico explica que essa abordagem, mais atual, relaciona a pressão alta ao diabetes e ao colesterol, destacando a importância de um tratamento integrado que considere todos esses fatores para a saúde do paciente.
Por isso, o cardiologista alerta para a importância da prevenção e do tratamento multidisciplinar para a saúde do coração. Para o cardiologista, o tratamento da hipertensão deve envolver uma abordagem global e multidisciplinar.
Além do cardiologista, outras especialidades como o educador físico e o nutricionista são essenciais para um tratamento eficaz. A hipertensão muitas vezes está associada a outras condições, como diabetes e dislipidemias, e o tratamento integrado é fundamental para o controle adequado da pressão arterial e a prevenção de complicações”, afirma o médico.
Com Assessorias