A hipertensão arterial é uma doença crônica que atinge milhões de pessoas no mundo e que traz muitos riscos para a saúde. A doença é caracterizada pela elevação dos níveis de pressão arterial acima de 140×90 mmHg (milímetro de mercúrio). O primeiro número (14) é a pressão máxima ou sistólica, que corresponde à contração do coração, o segundo (9), à pressão do movimento de diástole, quando o coração relaxa.

Relatório do Ministério da Saúde mostra que a hipertensão arterial é a condição que mais mata no Brasil, com mais de 100 mil vítimas fatais por ano – cerca de 388 brasileiros por dia. O número de adultos com diagnóstico médico aumentou 3,7% em 15 anos no Brasil. Os índices saíram de 22,6% em 2006 a 26,3% em 2021.

Ainda de acordo com o ministério, o problema crônico atinge mais de 30 milhões de pessoas no Brasil. Os dados mostram ainda um aumento na prevalência do indicador entre os homens, variando 5,9% para mais. Já os dados de 2019 da Pesquisa Nacional de Saúde trazem os estados com maiores prevalências de diagnóstico médico de hipertensão arterial. São eles: Rio de Janeiro (28,1%), Minas Gerais (27,7%) e Rio Grande do Sul (26,6%).

A doença geralmente é silenciosa, não provoca sintomas claros, mas algumas pessoas costumam apresentar tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alteração na visão. As principais causas da doença são: histórico familiar, estresse, obesidade, consumo exagerado de sal, doenças renais e da tireoide, entre outros.

Por tudo isso, no Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, celebrado dia 26 de abril, especialistas alertam para os perigos da pressão alta no desempenho das funções do coração, que atualmente é a principal causa de óbitos no mundo, além dos demais órgãos do corpo. A data tem por objetivo conscientizar a população sobre a importância do diagnóstico preventivo e do tratamento da doença.

Hipertensão é a principal causa de AVC no mundo

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a hipertensão arterial provoca sérios danos à saúde, sendo um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, que passaram a liderar as causas de mortalidade no Brasil e no mundo nos últimos anos. Elas são responsáveis por um terço das mortes, em comparação a outras doenças, e acometem tanto homens, quanto mulheres de todas as faixas etárias.

Os riscos de uma pressão descontrolada são muitos. A hipertensão é um dos principais fatores de risco para o surgimento das cardiopatias, como infarto, aneurisma arterial, insuficiência cardíaca e o temido Acidente Vascular Cerebral (AVC), o conhecido e popular derrame cerebral, que pode ser tanto hemorrágico como isquêmico.

Dados relacionados ao AVC continuam assustando: a hipertensão arterial pode estar relacionada a 80% dos casos de AVC. No mundo cerca de 17 milhões de pessoas sofrem um AVC anualmente, e desses, seis milhões não sobrevivem.  Especialistas apontam que nove em cada dez casos estão relacionados com fatores de risco que podem ser prevenidos, como hipertensão, diabetes, colesterol alto, tabagismo, sedentarismo, má alimentação e aumento de colesterol.

Neurologista explica riscos do AVC

O AVC atinge mais o sexo masculino e está crescendo entre as mulheres, principalmente no período da menopausa. Uma  pessoa que fuma tem 50% a mais de chance de ter um AVC, tanto o hemorrágico como o isquêmico. Uma pessoa que já teve AVC tem grandes chances de desenvolver outro. É muito importante descobrir a causa do primeiro para prevenir o segundo, que na maioria dos casos, possui sequelas mais graves.

“O AVC é uma alteração do fluxo sanguíneo dentro do cérebro. Cerca de 15% dos casos ocorrem por extravasamento de sangue em alguma região do  cérebro, provocando um coágulo, esse é o AVC hemorrágico. Os outros 85% acontecem por falta de sangue em alguma região do cérebro, provocando o AVC isquêmico”, explica Andre Gustavo Lima (foto), neurologista e diretor da clínica Neurovida e membro da Academia Brasileira de Neurologia.

O socorro imediato pode reduzir ou atenuar as sequelas – até 4h30 após o início dos sintomas o paciente tem 30% mais de chances de obter bons resultados – que caso aconteçam serão tratadas com fisioterapia, sessões de terapia da fala e sessões de estimulação cognitiva. A cada minuto sem tratamento 1,9 milhão de neurônios são perdidos.

Embora a maioria dos acidentes vasculares  ocorra nas pessoas com mais de 65 anos (o risco é 30 a 50 por mil nesta faixa etária), hoje existe um aumento abrupto dos casos de AVC entre pessoas na casa dos 35 e 55 anos.  As  vítimas jovens se beneficiam mais do tratamento imediato.

É importante que se conheça os sintomas iniciais que são  perda súbita de força e formigamento no rosto, braço ou perna de um lado do corpo; dificuldade de falar; perda de visão repentina em um os nos dois olhos; dor de cabeça e sem causa aparente e vertigem ou dificuldade de caminhar.

Com Assessorias

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