Os pacientes são monitorados pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS/SES-RJ) e as autoridades de Segurança Pública já foram notificadas para iniciar as investigações”, informou a Secretaria de Estado de Saúde (SES), ao atualizar os números.

A exemplo do que ocorreu na pandemia de covid-19, a Secretaria lançou um painel público com informações sobre os casos de intoxicação por metanol. Os dados estão disponíveis no site do Monitora RJ, que traz o mapeamento das notificações suspeitas, confirmadas e descartadas no estado.
O objetivo é garantir a transparência das informações, contribuindo para ações de Saúde e de Segurança Pública no combate às fraudes. “Nosso Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde monitora de perto as suspeitas registradas. Estamos tomando medidas para assegurar o pleno acesso à saúde para cada paciente”, disse a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello
Ferramenta digital para acelerar diagnóstico em caso de intoxicações por metanol
Plataforma permite que profissionais de saúde insiram informações clínicas para classificar o risco de cada caso; Governo investiga quatro casos suspeitos
Na quarta-feira (8), a Secretaria também lançou uma ferramenta digital que apoia profissionais de saúde na avaliação dos casos de intoxicação por metanol. Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da rede estadual, o link já está disponível para acelerar e aumentar a precisão do diagnóstico. Até o momento, a SES-RJ investiga quatro casos suspeitos no estado.
A criação da ferramenta foi proposta durante a Sala de Situação das intoxicações por metanol e estará disponível para outros estados brasileiros. A plataforma calcula indicadores de gravidade automaticamente e orienta sobre o uso de antídotos e indicação de hemodiálise, diretamente nas UPAs.
Além disso, orienta a conduta inicial dos profissionais, e as monitorizações necessárias para esses pacientes. Também recomenda os índices de hidratação, a realização de eletrocardiograma, a avaliação neurológica e oftalmológica e de outros parâmetros. Um dos indicadores afere a composição bioquímica do sangue, e pode indicar uma intoxicação antes da confirmação laboratorial.
Ao tornar a classificação de risco digital, aceleramos o diagnóstico. Ampliamos o acesso a indicadores que determinam, por exemplo, a necessidade de hemodiálise e o risco de cada paciente. Essa ferramenta foi desenvolvida pelo nosso CIEVS e as informações serão anexadas nas solicitações de transferência dos pacientes e na notificação dos casos”, explica Claudia Mello.
Rio tem hospital de referência para tratar casos de intoxicação por metanol
As pessoas que apresentarem visão turva, desconforto gástrico e quadros de gastrite após ingestão de álcool devem procurar a unidade de atendimento mais próxima de sua casa. A intoxicação por metanol pode causar cegueira irreversível e óbito.
No Rio de Janeiro, o Hospital Estadual Anchieta – localizado no bairro do Caju (Rua Carlos Seidl 714)- é referência no estado para receber e tratar desses pacientes. As unidades de saúde estaduais foram orientadas sobre os sintomas compatíveis e o tratamento de possíveis contaminações por metanol.
Uma das primeiras ações no estado foi a criação de uma Sala de Situação, na semana passada, para monitorar os casos e determinar as ações a serem tomadas. Os municípios foram orientados a enviar as amostras para detecção ao Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ), que fechou parceria para análise na Unicamp.
Já foram criados fluxos de atendimento dos pacientes e os médicos da rede estadual e dos municípios são orientados para registrar esses casos em tempo oportuno e administrar o tratamento adequado. É importante tomar cuidado quanto à procedência das bebidas alcoólicas”, alertou.
Leia mais
Intoxicação por metanol e o ‘antídoto’ irônico: ainda mais álcool
Metanol: o perigo invisível nas bebidas adulteradas
Metanol: ‘não tem que esperar a confirmação para começar a tratar’
Antídoto contra intoxicação por metanol está disponível em 9 estados

O Estado do Rio de Janeiro recebeu na segunda-feira (6) a primeira remessa de etanol farmacêutico enviada pelo Ministério da Saúde. A SES-RJ também iniciou a compra de kits para tratamento de intoxicações por metanol que poderá acelerar o início do tratamento de pacientes intoxicados.
O Governo do Estado já conta com antídotos caso se confirme uma suspeita de intoxicação por metanol. Reforçamos a urgência de ter o antídoto no estado, porque o tempo é primordial para o sucesso do tratamento para a intoxicação”, reforça a secretária de Estado de Saúde, Claudia Mello.
Além do Rio de Janeiro, que recebeu 60 ampolas do etanol farmacêutico, a segunda remessa antídoto utilizado no tratamento de intoxicações por metanol começou a ser enviada nesta terça-feira (7) a mais quatro estados. Com essa nova entrega, o total de frascos distribuídos pelo Ministério da Saúde chega a 1.125, alcançando nove estados. São eles:
- Acre: 30 ampolas
- Bahia: 90 ampolas
- Ceará: 120 ampolas
- Distrito Federal: 90 ampolas
- Goiás: 75 ampolas
- Mato Grosso do Sul: 60 ampolas
- Pernambuco: 240 ampolas
- Paraná: 360 ampolas
As ampolas integram o estoque estruturado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), garantindo reposição e distribuição conforme a necessidade de estados e municípios. Outras 60 mil ampolas de etanol estão em processo de aquisição.
O Ministério da Saúde também adquiriu 2,5 mil unidades do antídoto fomepizol de uma empresa japonesa, que também doou outras 100 unidades, totalizando 2,6 mil unidades do medicamento. A previsão é que o lote chegue ao Brasil ainda nesta semana e comece a ser distribuído aos estados, conforme as necessidades locais e o registro de casos.
Operação no RJ combate falsificação e contrabando de bebidas
O Rio de Janeiro deflagrou, nesta quarta-feira (08/10), a Operação Salus, uma grande força-tarefa de fiscalização voltada ao combate à adulteração e ao contrabando de bebidas. Os alvos da operação são distribuidores e depósitos localizados na capital e na Região Metropolitana, suspeitos de comercializar bebidas com indícios de falsificação ou sem origem comprovada.
A ação é coordenada pela Secretaria de Estado de Defesa do Consumidor (Sedcon) e pelo Procon-RJ, em parceria com a Polícia Militar e a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe). Segundo o secretário de Estado de Defesa do Consumidor, Gutemberg Fonseca, o Rio de Janeiro vem monitorando casos de adulteração e contrabando de bebidas há mais de um ano.
Somente no último ano, mais de 300 litros de produtos com indícios de falsificação ou contrabando foram apreendidos em operações realizadas em municípios como Rio das Ostras, Niterói e na Zona Sul da capital. Entre os itens recolhidos estavam whiskies e cachaças adulteradas, que representam sérios riscos à saúde pública, afirmou o secretário.
Cidade do Rio fiscaliza bebidas impróprias para o consumo
Até o momento, não há casos notificados de intoxicação por metanol no município do Rio de Janeiro. Mas, como medida preventiva, o Instituto Municipal de Vigilância Sanitária (Ivisa-Rio) prossegue as inspeções em estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas na cidade, com apoio da Secretaria Municipal de Ordem Pública (SEOP).
A operação já visitou mais de 180 estabelecimentos, incluindo bares, restaurantes, padarias e depósitos de bebidas, entre outros. Além da atuação nos pontos de venda, a Secretaria Municipal de Saúde emitiu alerta à rede pública e privada de saúde para que casos de intoxicação sejam imediatamente notificados.
As ações incluem a verificação da documentação, incluindo as notas fiscais dos produtos, e das condições higiênico-sanitárias dos estabelecimentos, a investigação da procedência das bebidas e a coleta de amostras para análise laboratorial.
Entre os estabelecimentos visitados desde a última quinta-feira, 2/10, oito foram interditados total ou parcialmente por falta de asseio, não conformidades sanitárias e produtos impróprios para o consumo. Foram expedidos autos de infração por bebidas, alimentos e outros itens sem identificação adequada, condições de higiene insatisfatórias e não conformidades administrativas.
Mais de 100 litros de cachaça e cerca de 180 garrafas de bebidas sem procedência, com identificação inadequada ou rotulagem ilegível foram apreendidos ou inutilizados, bem como 50 litros de chope com prazo de validade expirado.
Foram vistoriados estabelecimentos nos bairros de Campo Grande, Senador Vasconcelos, Inhoaíba, Madureira, Jardim América, Bangu, Gardênia Azul, Barra da Tijuca, Gávea, Leblon, Ipanema, Copacabana, Botafogo, Flamengo, Largo do Machado, Catete, Lapa, Centro e Tijuca. A operação continuará ao longo da semana.
Capacitação nacional e cartilha reforçam a prevenção
Na terça-feira (07/10), a Sedcon e a Abrabe promoveram o Treinamento Nacional de Identificação de Bebidas Falsificadas, Descaminhadas e Fora da Conformidade Legal, iniciativa inédita que capacitou mais de seis mil profissionais de todo o Brasil. Diante da procura, foi aberta uma nova turma, no dia 17, com dez mil vagas.
O curso é gratuito e online, voltado para profissionais do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor e de órgãos parceiros, com o objetivo de aprimorar a detecção de bebidas irregulares e fortalecer as ações de prevenção à falsificação.
Na última semana, o Governo do Estado, por meio da SEDCON e do Procon-RJ, lançou uma cartilha inédita com orientações práticas para ajudar os consumidores a reconhecer bebidas falsificadas. O material, elaborado em parceria com a Abrabe, está disponível nos sites da Sedcpon, Procon-RJ e Abrabe, e também será distribuído em locais de grande circulação, como terminais rodoviários e estações das barcas.
Durante o lançamento, foi assinado um protocolo de intenções que institui a Agenda Antipirataria de Bebidas no Estado do Rio de Janeiro, marco pioneiro no país. Pela primeira vez, um órgão estadual de defesa do consumidor firma parceria técnica com uma entidade representativa do setor de bebidas para fortalecer o combate à falsificação e ao contrabando.
Com Assessorias (atualizado em 8/10/25)








