Muita gente acha que seu pai é um herói. Outros, têm certeza. E não basta ser pai de facebook ou de instagram. Pai de verdade tem que participar da vida do filho, na alegria ou na tristeza, na saúde ou na doença. Muitos pais acabam deixando sua rotina de lado para acompanhar os filhos em tratamentos de doenças graves ou crônicas. Parte deles pode ser encontrada nas clínicas de hemodiálise.

Conheça as histórias de Eliezel – que deixou tudo para trás no Norte e mudou para São Paulo em busca de tratamento renal para o filho de 12 anos, já que hemodiálise pediátrica ainda é rara pelo país. E a do Fábio, que acompanha seu filho, de 36 anos, em Belo Horizonte, em todas as sessões, já que ele perdeu sua visão por conta do diabetes adquirido desde a infância.

Eliezel Nascimento Batista morava em Óbidos, pequeno município de 52 mil habitantes, à beira do Rio Amazonas, no Pará. Estava vivendo com sua esposa até que o filho Eduardo, com três anos, em 2014, começou a ficar inchado. Para fazer os exames necessários, a família partiu para uma cidade próxima e ele precisou largar o seu trabalho capinando roças, já que Eduardo ficou internado por um mês e meio.

Foi identificado que seu problema estava nos rins e nem mesmo medicamentos resolveriam o caso. Seguiram para Manaus atrás de vaga para o tratamento, mas não conseguiram. De volta a sua cidade natal, o estado de saúde da criança foi piorando até que o pai decidiu buscar, novamente, tratamento em Santarém.

“Eu tinha sofrido um derrame, mas o Eduardo nem falava mais direito. Eu me desesperei tanto com o estado dele que larguei os trabalhos que eu fazia na fazenda. A mãe não podia viajar com ele, pois tinha outros dois filhos. Nossa convivência não deu certo mais. Então, peguei a guarda dele e fui atrás da solução. O Eduardo levou dois meses e vinte dias internado. Até que disseram que eu não tinha como fazer nada por ele mais lá, ele fazia a diálise peritoneal, com uma bolsinha.

De lá, fomos para Belém, onde fiquei dois anos e meio e, com sete meses, ele entrou na fila pra transplante em São Paulo. Eu vinha só em consulta aqui em São Paulo e voltava. Parei de trabalhar, deixei meu serviço diário lá e aqui ele recebeu um novo rim, mas não deu certo, ainda precisava de diálise. Até que tivemos que viver apenas nós dois, em São Paulo, para ele dialisar. Sigo com ele fazendo diálise na Samarim, na esperança que um dia possa transplantar novamente. Ele perdeu o rim, mas não perdeu a vida e é isso que importa. Peço a Deus muitos anos de vida e saúde para cuidar dele”.

De acordo com a médica nefrologista pediátrica Simone Vieira, da clínica Samarim, unidade da Fresenius Medical Care em parceria com o Hospital Samaritano Higienópolis, da rede Americas, a força de vontade do Eliézer foi fundamental no tratamento do filho.

“Ele não esmoreceu, trouxe-lhe fé, esperança e amor. E ele cuida para que a alimentação dele seja criteriosa e dentro das regras estabelecidas pelas nutricionistas, providencia os remédios certos, nas horas certas. Não falta a uma sessão de diálise. A vida desse filho vem desse trabalho contínuo do seu pai”, afirma Simone.

Pai acompanha rotina do filho há 12 anos

Fabio e Felipe estão sempre juntos na rotina de diálise

Fábio Gonçalves Oliveira, é pai do Felipe Leandro Moniz Oliveira e mais quatro filhos. Eles vivem em Belo Horizonte e o filho, hoje com 36 anos, faz diálise há 12 na clínica Fresenius Savassi.

“Meu filho tem diabetes desde os sete anos de idade e, com o decorrer do tempo, ele infelizmente ficou cego. Hoje ele não tem a visão e seus rins também pararam de funcionar por causa do doença. Já são 12 anos de diálise e eu sempre o levei. Saio de casa às 4h da manhã, fico no trabalho, depois volto em casa e o levo para a clínica. Volto ao trabalho e depois o busco na clínica às 15h, três vezes por semana. À noite, ainda vou para Betim, para outro trabalho que faço. É uma rotina puxada e cansativa, mas eu sempre estou com ele, somos inseparáveis. Temos uma afinidade muito grande pelos anos que estamos nessa luta juntos.

Já tivemos muitas internações, usou muitos cateteres até que fez fístula. Então é um período bem longo que estamos nesse tratamento, mas eu agradeço muito porque ainda há um tratamento de ponta como fazemos hoje, humanizado, muito rigoroso com os pacientes para não deixar eles escorregarem na alimentação.

Ele fez transplante, mas infelizmente pelos problemas de vasos sanguíneos, também por conta do diabetes, não houve um resultado satisfatório. Mas para nós, a esperança continua, temos um tratamento muito bom e vamos ficar até o momento certo de tentar novamente um transplante. A nossa recompensa vem dos céus para nós, temos que fazer o que nós podemos fazer, não é?”, finaliza.

Fonte: Fresenius

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