A doação de sangue é um ato de solidariedade. Essa atitude simples, rápida e segura pode salvar a vida de até quatro pessoas. O Dia Mundial do Doador de Sangue (14/6) cai justamente num período de dias frios, quando os estoques dos hemocentros diminuem, e alertam para a necessidade de mais doações regulares.

O doador de sangue tem função essencial para auxiliar no tratamento de doenças, além de medidas de extrema urgência que possam beneficiar a saúde de pacientes internados, como em casos de acidente, desastres e conflitos envolvendo o uso de armas de fogo.

Mas para além dos benefícios dos hemocomponentes, como o plasma, plaquetas e hemácias, que podem salvar a vida de até quatro pessoas, o ato de doar sangue pode trazer também maior qualidade de vida para quem compartilha um pouco de si. Você sabia que ao doar sangue, há uma queda na reserva de ferro armazenada no corpo, com maior redução de risco de cânceres de fígado, garganta e pulmão?

Há também pesquisas que comprovam que quem doa sangue tem menor viscosidade, ou seja, passa por um tipo de limpeza sanguínea, o que impacta no desenvolvimento de doenças do coração. Com a doação, as células velhas passam por um processo de renovação e redução de oxidativos.

Além de todos os benefícios para o corpo, o bem-estar emocional de saber que está salvando vidas, faz com que se olhe com mais leveza para as questões da rotina. O momento costuma reunir diversos amigos, familiares e torcedores, em campanhas de arrecadação, que promovem carinho para a alma.

De cada mil brasileiros, apenas 16 são doadores de sangue

Dados de 2022 do Ministério da Saúde mostram que 16 a cada mil habitantes são doadores de sangue no país. O percentual corresponde a 1,6% da população brasileira e está dentro dos parâmetros preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda que 1% a 3% da população de cada país seja doadora.

“Apesar de estar dentro dos indicadores da OMS, precisamos conscientizar as pessoas sobre esse importante gesto humanitário, que é seguro e de fundamental importância à toda sociedade; especialmente nos dias mais frios, quando as doações diminuem”, reforça o presidente do Conselho Regional de Biomedicina do Paraná 6ª Região (CRBM6), Thiago Massuda.

Apesar de o número ter subido após o período da pandemia, quando houve uma diminuição de 10% no volume de coletas, está abaixo dos 2% ideais definidos pela Organização Panamericana de Saúde (Opas). 

Em São Paulo os estoques dos bancos de sangue estão baixos. Dados da Fundação Pró-Sangue Hemocentro de São Paulo, apontam que os tipos A- e A+ estão em alerta. O estoque de sangue tipo A- está com 42 bolsas, enquanto o ideal são 61. No tipo A+, são 318 bolsas e o ideal são 364..

Biomédico esclarece dúvidas comuns sobre doação

“A conscientização sobre a importância da doação e a desmistificação desse gesto devem ser rememoradas sempre para que nossa população adquira o hábito de doar sangue e entenda a grandeza desse lindo gesto que salva inúmeras vidas”, destaca o biomédico do CRBM6, especialista em Hematologia Clínica e Laboratorial, Caio Bellini.

Para esclarecer algumas dúvidas comuns sobre o gesto de doar sangue, Bellini responde às questões:

1) Doar sangue é seguro?

Sim. O volume de sangue coletado gira em torno de 450ml, lembrando que nosso organismo tem volume médio de 5 litros. Por isso, é uma quantidade segura e suficiente para salvar até quatro vidas.

2) Posso pegar alguma doença ao doar sangue?

Não, todos os materiais utilizados na doação de sangue são estéreis e descartáveis.

3) Quanto tempo o organismo leva para repor o sangue doado?

Nosso corpo repõe o volume da doação nas primeiras 72h após a doação.

4) A doação de sangue afina ou engrossa o sangue?

A doação de sangue não afina nem engrossa o sangue. Após a doação, existe a reposição do volume e componentes do sangue pelo próprio organismo até atingir um equilíbrio existente antes da doação.

5) Quem teve Covid-19 pode doar sangue?

Quem tomou a vacina deve aguardar 7 dias após a aplicação para doação. Quem teve a Covid-19 deve aguardar um período de 15 dias após a cura da doença.

6) Há algum substituto para o sangue?

Não há nenhum substituto para o sangue. O paciente que necessita de transfusão irá receber os materiais que lhe carecem. Por exemplo, paciente em quimioterapia que apresentam anemia grave, irá receber concentrado de hemácias; pacientes leucêmicos com contagens de plaquetas baixíssimas irão receber concentrado de plaquetas. A transfusão é adaptada à necessidade do receptor.

7) O que é preciso para doar sangue?

Podem doar sangue pessoas entre 16 e 69 anos e que estejam pesando mais de 50kg. Além disso, é preciso apresentar documento oficial com foto e menores de 18 anos só podem doar com consentimento formal dos responsáveis. Pessoas com febre, gripe ou resfriado, diarreia recente, grávidas e mulheres no pós-parto não podem doar temporariamente.

8) É necessário estar em jejum para doar sangue?

doador não deve estar em jejum, mas é importante evitar alimentos gordurosos três horas antes da doação.

9) Quanto tempo dura a doação de sangue?

O procedimento todo (cadastro, aferição de sinais vitais, teste de anemia, triagem clínica, coleta do sangue e lanche) dura em média 40 minutos.

10) Quantas vezes por ano posso doar sangue?

Para homens, o intervalo mínimo entre as doações é de 60 dias (com até quatro doações no período de 12 meses). Para mulheres, o intervalo mínimo é de 90 dias (com até três no período de 12 meses).

Doações no Paraná

No Paraná, o Hemepar é responsável pela coleta, armazenamento, processamento, transfusão e distribuição de sangue para 384 hospitais públicos, privados e filantrópicos que atuam em todas as regiões do estado. As doações de sangue podem ser feitas no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) de Curitiba, Cascavel, Maringá, Londrina, Ponta Grossa, Pato Branco, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Paranavaí, Campo Mourão, Umuarama, Paranavaí, Apucarana e demais unidades de coleta e transfusão no estado.

Com Assessorias

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