Só quem sofre como eu sabe o tamanho do desconforto. Queimação, regurgitação e azia são alguns sintomas de um dos problemas mais comuns do aparelho digestivo. O refluxo gastroesofágico está presente em mais de 20% da população brasileira, segundo dados da Faculdade de Medicina da USP, e se não tratado, pode causar complicações como úlceras, e até mesmo um câncer no esôfago.

O brasileiro Sebastian Garcia, que reside na Argentina, sofria com o problema e, para se ver livre, há dois anos passou por um procedimento chamado Terapia por Estimulação Elétrica do Esfíncter Inferior – Endostim. Hoje ele leva uma vida sem necessidade de medicamentos de uso crônico.

“No meu caso, passada a operação já não sentia mais nada. Tenho uma vida normal novamente, consigo comer e beber qualquer coisa e não sinto mais aquela acidez que tanto me atrapalhava. Consigo dormir bem à noite e não tomo mais nenhum medicamento. Foi uma mudança geral”, conta.

Após apresentar resultados  satisfatórios em regiões como Ásia, Europa e alguns países da América Latina a novidade foi liberada este ano pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e acaba de chegar ao Brasil, ficando disponível a partir de outubro. A técnica consiste na implantação do dispositivo, de forma minimamente invasiva, na região do esfíncter inferior do esôfago para a sua estimulação elétrica a fim de corrigir problemas no seu funcionamento.

Mais sobre o novo procedimento

Esse esfíncter é responsável por impedir que os alimentos e líquidos voltem em direção ao esôfago, sendo que quando está defeituoso produz a Doença do Refluxo Gastroesofágico. O refluxo do ácido gástrico para o esôfago costuma produzir queimaduras na parte interna do esôfago e, se não houver tratamento adequado, as paredes podem ficar tão machucadas que há um aumento das chances de se ter outras complicações mais sérias.

Comparado ao marcapasso cardíaco, o tratamento estimula o esfíncter a se contrair fazendo com que o refluxo não ocorra. Atualmente, o EndoStim é o único equipamento que estimula diretamente o esfincter e já tem resultados de quatro anos de acompanhamento trazendo resultados efetivos e duradouros para quem sofre com o refluxo crônico”, afirma o professor Richard Gurski, doutor em Doenças Esôfago-Gástricas, e médico credenciado no Brasil para a realização do procedimento.

Outro ponto interessante sobre o tratamento é sua capacidade de ajuste por meio de um programador de telemetria após a cirurgia, caso persista algum sintoma. “Além disso, é o único tratamento que objetiva restaurar a função do esfíncter esofágico sem mudança anatômica. Os trabalhos clínicos sobre o EndoStim demonstram que 90% dos pacientes que fizeram a implantação não tomam mais nenhuma medicação. Atualmente há 300 pacientes tratados no mundo e a expectativa é de realizar cerca de 50 procedimentos ainda esse ano no Brasil”, completa Gurski.

Tratamento para refluxo pós-bariátrica

A nova técnica foi apresentada também como eficaz no tratamento do refluxo após a cirurgia bariátrica, durante o Congresso Mundial da IFSO (International Federation for the Surgery of Obesity and Metabolic Disorders), realizado no Rio de Janeiro, no final de setembro, pelo diretor do Instituto do Esôfago do Hospital Universitário da Fundação Favaloro, em Buenos Aires, Argentina, Alejandro Nieponice.

Pioneiro no mundo todo na realização do procedimento por Endostim, ele afirma que a técnica é a única alternativa para pacientes que sofrem com refluxo gastroesofágico pós-cirurgia bariátrica por gastrectomia vertical, e já se encontra disponível no Brasil, onde são realizados cerca de 100 mil procedimentos como esse por ano.

Os tratamentos com EndoStim irão iniciar em Porto Alegre com Gurski, que também é professor de Cirurgia da UFRGS e diretor do Instituto do Aparelho Digestivo do Rio Grande do Sul. Os profissionais que tiverem interesse em realizar o procedimento deverão passar por treinamento com o especialista, que acompanhará os procedimentos iniciais de cada novo cirurgião. Além disso, a EndoStim só aprovará a realização de procedimentos mediante análise de exames específicos que comprovem o refluxo.

Fonte: Endostim – www.endostim.com.br

 

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