Autoridades locais informaram que o surto foi registrado na província de Kivu do Norte, no leste do país, que já é alvo de conflitos violentos entre tropas do governo e rebeldes. Os casos estão concentrados em quatro áreas do Lago Eduardo, na fronteira com Uganda. Do lado ugandense da fronteira, sete casos suspeitos foram notificados no oeste do distrito de Kabale.
A infecção bacteriana, que afeta principalmente animais, pode ser transmitida a seres humanos direta ou indiretamente por animais ou produtos de origem animal contaminados. Em seres humanos, o antraz geralmente não é considerado contagioso, embora haja notificações raras de contaminação entre pessoas.
A bactéria Bacillus anthracis produz toxinas extremamente potentes, causando alta taxa de letalidade. De acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, quando o paciente manifesta os sintomas de antraz, suas chances de morte são grandes.
Vacinação de rebanhos
Para conter o surto, a OMS autorizou nova campanha de vacinação em rebanhos, já que a doença afeta tipicamente ruminantes como vacas, ovelhas e cabras.
Agentes de saúde buscam entender a fonte do surto no país e como têm funcionado as cadeias de transmissão, além de fornecer medicamentos e tratamentos a pessoas infectadas e seus contatos próximos.
Atualmente, existem vacinas contra o antraz para animais e também para humanos. Doses veterinárias são usadas para o controle da doença em animais, enquanto o estoque de vacinas humanas é limitado e utilizado em indivíduos selecionados com possível exposição.
Disseminação
De acordo com a OMS, quando os esporos de antraz são ingeridos, inalados ou entram no corpo por meio de abrasões ou cortes na pele, eles podem germinar, multiplicar-se e produzir toxinas.
Insetos podem transmitir a bactéria entre animais. Já a ração animal pode ser contaminada por antraz se contiver farinha de ossos de animais infectados.
Humanos, por sua vez, podem ser infectados se manusearem ou estiverem envolvidos no abate de um animal doente, ou se estiverem em contato com produtos de origem animal contaminados (como carne, sangue, lã, couro, ossos).
Sintomas
Existem três formas de manifestação clínica do antraz em humanos, sendo que o cutâneo é a forma mais comum. Geralmente, a bactéria é contraída quando uma pessoa com uma lesão na pele, como um corte ou uma abrasão, entra em contato direto com esporos de antraz. A protuberância resultante, que coça, rapidamente se transforma em uma ferida preta.
A forma mais grave e rara de antraz em humanos é o chamada antraz por inalação ou antraz pulmonar, causada quando uma pessoa é exposta diretamente a um grande número de esporos de antraz suspensos no ar e os inala.
O antraz gastrointestinal é resultado da ingestão de carne de um animal infectado e causa sintomas iniciais semelhantes aos de uma intoxicação alimentar, que podem piorar e causar dor abdominal intensa, vômito com sangue e diarreia intensa. Algumas pessoas então desenvolvem dores de cabeça, dores musculares, febre e vômitos.
Os primeiros sintomas da infecção de antraz são semelhantes aos de uma gripe ou resfriado comum, mas podem progredir rapidamente para dificuldades respiratórias graves, incluindo pneumonia e meningite, e choque.
Ataques nos EUA com cartaz contendo antraz
Mortal e difícil de diagnosticar
Eles sobrevivem quando triturados, desidratados, enterrados ou pulverizados, tornando-se ativos novamente quando encontram um ambiente quente e úmido como o interior do nariz. Esses esporos podem ser borrifados por algo como um avião usado em plantações, ou por um aerosol caseiro, que possibilita seu uso em um ataque biológico.