A pandemia do novo coronavírus tem causado intensa pressão psicológica sobre o jovem brasileiro – o que não é diferente no Rio de Janeiro. Adolescentes e jovens fluminenses entre 15 e 24 anos dizem que estão mais ansiosos (85%), mais cansados (80%) e mais preocupados (76%) do que o normal.

É o que revela pesquisa nacional realizada pelo Espro (Ensino Social Profissionalizante), instituição filantrópica sem fins lucrativos, feita com 13.619 entrevistados de 18 estados do país, mais o Distrito Federal. O levantamento mediu diferentes aspectos da vida dos entrevistados em cinco momentos do ano passado, do início da pandemia (abril) até os primeiros anúncios concretos de vacinas contra a doença (novembro).

Esses índices, comparados a outras respostas da pesquisa, indicam que os jovens vivem um momento de agonia, tanto em relação ao futuro da economia do país quanto a de casa, além da preocupação constante com a saúde de parentes e amigos”, afirma Alessandro Saade, superintendente executivo do Espro.

Entre os temas abordados estão informações e preocupações com a Covid-19, medidas de proteção utilizadas, bem-estar, emprego e estudos. O recorte do Rio de Janeiro aborda dados das cinco ondas da pesquisa, sobre um total de mais de 1.560 respondentes.

O estudo mostrou que, em meio à pandemia de Covid-19, a maioria dos adolescentes e jovens fluminenses de 15 a 24 anos ainda precisa trabalhar fora de casa para ajudar na complementação de renda familiar.

De acordo com o levantamento, 62,5% dos jovens fluminenses dizem que precisavam sair de casa para trabalhar em novembro, seja todo os dias (55%) seja em sistema de rodízio (7%). Apenas 14% estavam trabalhando no esquema de home office, enquanto no Brasil o índice é de 25%.

O levantamento mostra que, à medida que o tempo passa, mais jovens estão trabalhando fora de casa. Em abril, o percentual de fluminenses nessa situação era de 12,7%. Em setembro, o índice já era de 46,52%, até chegar aos atuais 62,5%.

O jovem fluminense enfrentou um cenário preocupante durante todo o ano passado, ao ter de circular para trabalhar e, ao mesmo tempo, não poder deixar de complementar a renda dentro de casa”, afirma

Ao mesmo tempo, os resultados apontam que é preciso oferecer cada vez mais capacitação e acesso a tecnologias para que o adolescente e o jovem possam estar prontos para as principais tendências do mercado pós-pandemia, como o teletrabalho, segundo o especialista, que em 41 anos de existência já encaminhou mais de 315 mil jovens aprendizes para o primeiro emprego.

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