Uma boa imunidade pode diminuir as chances de uma pessoa ficar doente e ajudar aquelas que já apresentam problemas de saúde a ter uma recuperação mais rápida. A prática de exercícios, a diminuição do estresse e da quantidade de bebida alcoólica ingerida são boas formas de manter o sistema de defesa do organismo em dia contra vírus, bactérias, tumores e infecções variadas.

Mas, a boa alimentação também pode ser uma grande aliada, tanto para a população em geral, quanto para pacientes que enfrentam algum tipo de câncer. A importância da alimentação equilibrada é grande, já que se estima que 35% das mortes por câncer estejam relacionadas aos maus hábitos alimentares, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Quem enfrenta um câncer pode se beneficiar da nutrição  para diminuir a toxicidade de alguns tratamentos, mas precisa prestar atenção, já que alguns alimentos favorecem hemorragias, como a cúrcuma. De acordo com a nutricionista Ana Cláudia Nina Gomez de Araújo, do Hospital Marcos Moraes, montar um cardápio que favoreça a imunidade não é difícil. Um dos segredos é garantir um prato diversificado e colorido, onde não podem faltar legumes, frutas e vegetais in natura.

“Quando a gente fala da importância de um prato colorido, não é por ser bonito, mas por conter uma gama de vitaminas A, C e D, que são antioxidantes e têm um papel fundamental para intensificar a produção de células de defesa”, diz a nutricionista.

Entre os alimentos ricos em vitamina A, que atua no desenvolvimento do sistema imune, estão o mamão e a manga. Para quem gosta de comida agridoce, uma boa estratégia é misturar estas frutas às refeições principais. Cenoura, batata doce, fígado e gema de ovo também são ricos neste nutriente.

A vitamina E, que também é um poderoso antioxidante, pode ser encontrada em amêndoas, avelãs e castanhas de caju. As oleaginosas, lembra Ana Cláudia, também são ricas em zinco, que é fundamental para a reconstrução das células, sobretudo aquelas afetadas por tumores.

“Para pacientes oncológicos, é importante o consumo de 30 gramas de oleaginosas por dia, mas cada caso é analisado individualmente”, diz a nutricionista, destacando ainda que o zinco também está presente nas proteínas, como carne vermelha, frutos do mar e frango.

A especialista do Hospital Marcos Moraes também destaca a importância dos ácidos graxos Ômega-3, por terem ação anti-inflamatória e atuarem na função imunológica. “Muita gente pensa logo em salmão quando falamos de Ômega 3, mas ele também pode ser obtido através do consumo de sardinha, atum, linguado e de oleaginosas”, diz Ana Cláudia.

Para os pacientes oncológicos, a nutricionista comenta ainda que é possível usar determinados micronutrientes para reduzir o dano oxidativo causado pela quimioterapia e pela radioterapia, diminuindo, portanto, a toxicidade de alguns tratamentos.

A inapetência de alguns pacientes, por exemplo, pode melhorar com a ingestão de frutas mais ácidas e cítricas, que, além de serem fontes importantes de vitamina C, possuem ácido málico e bromelina, que melhoram a digestão e combatem a prisão de ventre. As náuseas também podem ser combatidas com o uso de gengibre como tempero ou na forma de chá.

Já com a cúrcuma, que pode ajudar a aumentar a imunidade por conta de seus poderes antifúngicos, anti-inflamatórios e bactericidas, é preciso ter cautela. Como ela tem propriedades anticoagulantes, seu uso em pacientes oncológicos pode levar a hemorragias se houver interação com medicamentos que impeçam a coagulação do sangue.

“Alimentos podem aumentar a imunidade do paciente oncológico e melhorar possíveis efeitos adversos do tratamento, mas também favorecer efeitos indesejados. Por isso, o acompanhamento de um nutricionista é fundamental”, finaliza.

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