Segundo a organização do evento, a meta é levar a feira de negócios de cannabis não a quem já é “convertido”, ou seja, já foi convencido da eficácia de medicamentos produzidos com a planta, mas fazer as demais pessoas, incluindo as que ainda têm preconceito, ter contato com aspectos concretos da aplicação nos mais diversos contextos.
De acordo com os organizadores, em geral, a falta de aceitação está relacionada ao uso recreativo da maconha, que se torna alvo de julgamento moral de alas mais conservadoras – uma situação que pode mudar com o avanço cada vez maior da cannabis na pauta nacional.
Esta semana, por exemplo, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que em seis meses a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária deverá passar a regular a importação e o cultivo de cannabis.
A segunda edição da ExpoCannabis Brasil deve atrair, em três dias, mais de 40 mil visitantes. A maior feira de cannabis da América Latina tem, em sua programação, oficinas e sessões gratuitas de massagem com óleos essenciais, aulas de yoga e meditação.
Também haverá uma praça de alimentação e fóruns que irão abordar legislação, uso medicinal e negócios do setor. Entre as atrações musicais, destacam-se os artistas Dawn Penn e Horace Andy.
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Potencial de combater eventos climáticos
Raquel Coutinho, da Humora, startup que combina produtos à base de cannabis e fitoterápicos, presente na ExpoCannabis, lembra que o crescimento da cannabis no Brasil também vem ao encontro de uma busca maior por soluções para atenuar a crise climática.
A indústria da cannabis tem experimentado um crescimento notável nos últimos anos. Mas o que vale destacar é não apenas sua relevância econômica, mas também o potencial para mitigar impactos ambientais, sendo essencial para a resiliência do planeta no presente e no futuro. Em um contexto global marcado por desafios climáticos urgentes e cada vez mais visíveis, a cannabis se apresenta como uma alternativa positiva, com diversas aplicações ecológicas, potencial para redução de danos e benefícios à saúde das pessoas e do meio ambiente”, afirma.
‘Agricultura tem que começar a se envolver’, diz especialista
Diretora de pesquisa do Instituto Agronômico (IAC), vinculado ao governo de São Paulo, Alessandra Alves, disse que é necessário que a comunidade acadêmica acompanhe a pauta da cannabis pelas inúmeras possibilidades que ela tem. “É uma planta e, como planta, a agricultura tem que começar a se envolver. Como pesquisadores, temos que antever, para, na hora em que [a regulamentação] chegar, já termos soluções para apresentar ao setor.”
Porta-voz da ExpoCannabis Uruguay, Mercedes Ponce de León disse que o fato de o país ter sido o primeiro do mundo a legalizar a produção, a distribuição e venda de maconha, em 2013, a regulamentação não foi a ideal. “Não é esperado que a primeira seja boa”, pontuou. Mercedes afirmou que a regulamentação teve o efeito esperado pelo governo uruguaio. “Fez com que menores de idade deixassem de consumir.”
A ExpoCannabis Brasil traz explicações de representantes de empresas que atuam nesses setores e uma agenda de palestras. No domingo, dia 17 de novembro, Raquel Coutinho, da Humora, participa do painel“Revolução verde: múltiplos usos do cânhamo”, junto com Marcela Ikeda, fundadora da Larica Uruguay, e Poliana Rodrigues, fundadora da Blazing Beauty Brasil. Juntas, as especialistas abordarão as diversas aplicações da cannabis nos mercados de bem-estar, saúde, cosmético e gastronômico, além de seu potencial como alternativa sustentável.
Além de integrar o painel, a Humora é uma das expositoras do evento e apresenta seu primeiro produto com tetraidrocanabinol (THC) na formulação, desenvolvido para auxiliar no alívio de dores, promover sociabilidade, foco e reduzir a ansiedade, ampliando o portfólio da marca, que atualmente conta com oito produtos à base de canabidiol (CBD) isolado, como sprays sublinguais e balms tópicos.
Mercado de cannabis tem capacidade de gerar 320 mil empregos
O mercado de cannabis movimenta mais de R$ 1 bilhão em headshops, growshops e marcas associadas. De acordo com o anuário produzido pela Kaya Mind, braço da companhia Kaya responsável pela produção de dados sólidos sobre a planta, houve, somente no período de 2023 e 2024, aumento de 34% na quantidade de empresas do segmento no Brasil.
Ao analisar mais de 6 mil produtos e mais de 1,5 companhias, em um trabalho que durou mais de um ano, apuraram que, no país, o mercado de sedas, item indispensável tanto para enrolar tabaco como para o consumo de cannabis, movimentou R$ 300 milhões este ano.
Capaz de gerar pelo menos 328 mil empregos no Brasil, o mercado da cannabis ainda aguarda regulamentação, estima a.Apesar da dificuldade para quantificar a contribuição do mercado de cannabis para a geração de emprego e renda no país, a importância da planta pode ser mais uma vez confirmada em visita à ExpoCannabis Brasil.
Na entrada, após vencer uma longa fila, o visitante já percebe como é difícil escolher um ponto do salão para fixar o olhar. Em um arranjo um tanto simbólico, já que talvez esta seja a forma de convencer os mais resistentes a enxergar a planta além da atmosfera do divertimento, os primeiros stands são da cannabis medicinal.
Na sexta-feira, um dos estandes mais badalados da ExpoCannabis foi o da Cannabis Empregos, pioneira no Brasil. O portal anuncia vagas de estágio, de trabalho temporário, para freelancers (autônomos), remotos, voluntariado e em regime presencial, de home office (trabalho a distância, em casa) e híbrido.
A empresa também oferece capacitação e mentoria para candidatos e empregadores, qualificando pessoas que desejam aprender sobre liderança no mercado canábico e a fazer networking (rede de contatos profissionais).
Um dos aspectos importantes em qualquer segmento e que também é cobrado dos profissionais que atuam com a cannabis é o domínio de tendências e políticas públicas. A companhia, por isso, auxilia no desenho de planos de carreira.
Com informações da Agência Brasil e Assessorias
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