O número de acidentes com motocicletas nas rodovias federais brasileiras tem se tornado uma preocupação cada vez maior para os órgãos de trânsito. Somente em 2024, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) contabilizou 73.156 ocorrências nessas vias, resultando em 6.160 mortes e 54.526 pessoas feridas.
Entre os casos registrados, 2.024 foram acidentes fatais envolvendo motociclistas, o que corresponde a 31% de todas as mortes no trânsito federal.  No estado de São Paulo, entre janeiro e outubro de 2024, o número de motociclistas mortos nas rodovias aumentou 13% em comparação ao mesmo período de 2023, totalizando 730 óbitos.
Em novembro de 2024, as rodovias federais que cortam Minas Gerais registraram 126 acidentes, com 12 mortes e 147 feridos. A operação da PRF também resultou em 2.242 imagens de radar por excesso de velocidade e 197 veículos recolhidos por irregularidades.

A desatenção é a principal causa de acidentes, abrangendo situações como reação tardia ou insuficiente do condutor, ausência de reação e acessar a via sem observar a presença de outros veículos. Sonolência, ingestão de álcool ou drogas e mal súbito, são responsáveis por aproximadamente 10% dos acidentes. Cerca de 13 mil ocorrências foram atribuídas a esses fatores, resultando em 881 óbitos.

A infraestrutura das rodovias também desempenha um papel importante. Trechos com sinalização inadequada ou ausente apresentam índices mais elevados de acidentes e mortes, onde ausência de placas de limite de velocidade aumenta o risco de fatalidades em até 90%.

Os acidentes envolvendo motociclistas têm repercussões que vão além dos danos físicos aos envolvidos, afetando também o sistema de saúde pública e a sociedade em geral, alerta o presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico, Robinson Esteves.

Segundo ele, as lesões mais comuns nesses casos são graves e afetam, principalmente, as extremidades do corpo. “É frequente vermos fraturas de ossos como fêmur, tíbia, fíbula, além de lesões na bacia e na coluna vertebral”, explica. “Também são recorrentes os traumas cranianos e contusões cerebrais, que estão entre os casos mais delicados”, complementa.

Esteves ressalta que o tratamento dessas lesões exige recursos significativos e recuperação prolongada, o que gera forte impacto sobre o sistema de saúde. “Além do alto custo hospitalar, muitos pacientes ficam com sequelas permanentes, o que demanda reabilitação contínua e suporte médico por anos”, destaca. “Isso sem contar as implicações sociais, já que muitos não conseguem retomar suas atividades profissionais, comprometendo o sustento de suas famílias e afetando a economia”, completa.

Apesar de as motocicletas representarem uma alternativa acessível e eficiente para muitos trabalhadores, o especialista afirma que é imprescindível garantir segurança para esses profissionais.  “É papel do poder público e também das empresas promoverem condições de trabalho mais seguras para quem depende da moto para se locomover”, enfatiza.

A responsabilidade pela segurança no trânsito deve ser compartilhada e passa por educação, fiscalização efetiva e melhoria da infraestrutura viária. Com o aumento do uso de motos nos centros urbanos, a adoção de medidas preventivas tornou-se urgente”, conclui.

Ação para proteger motociclistas de linhas com cerol em Niterói

Segundo a Associação Brasileira de Motociclistas (Abram), o Brasil registra mais de 100 acidentes por ano envolvendo cerol, sendo que metade resulta em ferimentos graves e um quarto em mortes. Embora o Código de Trânsito Brasileiro torne o uso da antena obrigatório apenas para motociclistas profissionais, a recomendação se estende a todos que pilotam, inclusive durante atividades de lazer.
Niterói vai realizar diversas ações educativas para conscientização a respeito das leis de trânsito durante o Maio Amarelo. A segurança no trânsito é uma prioridade e iniciativas como a Blitz Antena Corta-Pipa, que integra o movimento Maio Amarelo, são fundamentais para promover a conscientização e a prevenção de acidentes.

Voltada especialmente para motociclistas, a ação educativa oferece a instalação gratuita de antenas corta-pipa — equipamento essencial para prevenir acidentes causados por linhas de pipa com cerol ou linha chilena. Além da instalação, os participantes ganharão folhetos informativos e brindes como porta-documentos e chaveiros personalizados.

É um mês de mobilização com o objetivo de conscientizar a população sobre os perigos de desrespeitar a legislação de trânsito. Essa ação da blitz é uma forma da gente mostrar a preocupação com os motociclistas e um alerta ao risco que linhas chilenas podem provocar”, enfatizou o presidente da NitTrans, Nelson Godá.

No dia 6 de maio, Niterói será palco de uma importante iniciativa em prol da segurança no trânsito. Em homenagem ao movimento internacional Maio Amarelo, a cidade receberá a ação Blitz Antena Corta-Pipa, que acontece das 8h às 12h, em frente à Honda Pernambuco Motos, no Centro.
Em Niterói, trabalhamos continuamente para tornar nossas ruas mais seguras para todos, especialmente para os motociclistas, que enfrentam riscos diários, como o uso indevido de cerol e linha chilena. A instalação gratuita das antenas corta-pipa, somada à distribuição de material informativo e brindes, é uma forma simples e eficaz de salvar vidas”, ressalta secretário executivo Felipe Peixoto.
A Blitz Antena Corta-Pipa integra o programa Honda – Harmonia no Trânsito e é realizada pelo Grupo Honda Pernambuco Motos, com apoio da Prefeitura de Niterói, da Niterói Transporte e Trânsito (NitTrans) e da Niterói Rotativo. O ponto de encontro será na Avenida Marquês do Paraná, 145 — em frente ao Corpo de Bombeiros.
Com Assessorias
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