A desatenção é a principal causa de acidentes, abrangendo situações como reação tardia ou insuficiente do condutor, ausência de reação e acessar a via sem observar a presença de outros veículos. Sonolência, ingestão de álcool ou drogas e mal súbito, são responsáveis por aproximadamente 10% dos acidentes. Cerca de 13 mil ocorrências foram atribuídas a esses fatores, resultando em 881 óbitos.
A infraestrutura das rodovias também desempenha um papel importante. Trechos com sinalização inadequada ou ausente apresentam índices mais elevados de acidentes e mortes, onde ausência de placas de limite de velocidade aumenta o risco de fatalidades em até 90%.
Os acidentes envolvendo motociclistas têm repercussões que vão além dos danos físicos aos envolvidos, afetando também o sistema de saúde pública e a sociedade em geral, alerta o presidente da Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico, Robinson Esteves.
Segundo ele, as lesões mais comuns nesses casos são graves e afetam, principalmente, as extremidades do corpo. “É frequente vermos fraturas de ossos como fêmur, tíbia, fíbula, além de lesões na bacia e na coluna vertebral”, explica. “Também são recorrentes os traumas cranianos e contusões cerebrais, que estão entre os casos mais delicados”, complementa.
Esteves ressalta que o tratamento dessas lesões exige recursos significativos e recuperação prolongada, o que gera forte impacto sobre o sistema de saúde. “Além do alto custo hospitalar, muitos pacientes ficam com sequelas permanentes, o que demanda reabilitação contínua e suporte médico por anos”, destaca. “Isso sem contar as implicações sociais, já que muitos não conseguem retomar suas atividades profissionais, comprometendo o sustento de suas famílias e afetando a economia”, completa.
Apesar de as motocicletas representarem uma alternativa acessível e eficiente para muitos trabalhadores, o especialista afirma que é imprescindível garantir segurança para esses profissionais. “É papel do poder público e também das empresas promoverem condições de trabalho mais seguras para quem depende da moto para se locomover”, enfatiza.
A responsabilidade pela segurança no trânsito deve ser compartilhada e passa por educação, fiscalização efetiva e melhoria da infraestrutura viária. Com o aumento do uso de motos nos centros urbanos, a adoção de medidas preventivas tornou-se urgente”, conclui.
Ação para proteger motociclistas de linhas com cerol em Niterói
Voltada especialmente para motociclistas, a ação educativa oferece a instalação gratuita de antenas corta-pipa — equipamento essencial para prevenir acidentes causados por linhas de pipa com cerol ou linha chilena. Além da instalação, os participantes ganharão folhetos informativos e brindes como porta-documentos e chaveiros personalizados.
É um mês de mobilização com o objetivo de conscientizar a população sobre os perigos de desrespeitar a legislação de trânsito. Essa ação da blitz é uma forma da gente mostrar a preocupação com os motociclistas e um alerta ao risco que linhas chilenas podem provocar”, enfatizou o presidente da NitTrans, Nelson Godá.
Em Niterói, trabalhamos continuamente para tornar nossas ruas mais seguras para todos, especialmente para os motociclistas, que enfrentam riscos diários, como o uso indevido de cerol e linha chilena. A instalação gratuita das antenas corta-pipa, somada à distribuição de material informativo e brindes, é uma forma simples e eficaz de salvar vidas”, ressalta secretário executivo Felipe Peixoto.