O Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, celebrado em 26 de maio, alerta sobre a importância dos cuidados e acompanhamento oftalmológico adequado com a doença ocular que mais cega no mundo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o glaucoma afeta entre 1% e 2% da população com mais de 40 anos de idade em todo o mundo, o que representa cerca de 3 milhões de pessoas.

Por ser uma doença silenciosa e não apresentar sintomas na maioria dos casos, muitas vezes é diagnosticada quando o paciente já está na fase final, onde ocorre a perda da visão e do campo visual, de forma irreversível. Uma curiosidade é que o glaucoma de ângulo fechado, a forma mais comum da doença, é mais frequente nas mulheres.

As evidências atuais sugerem que as mulheres mais velhas correm o risco de desenvolver glaucoma e cegueira devido à doença. De acordo com estudos recentes, as mulheres superam os homens em casos de glaucoma em todo o mundo e correm maiores riscos de glaucoma de ângulo fechado, mas não há uma predileção clara por gênero para o glaucoma de ângulo aberto.

Além disso, curiosamente, existem algumas evidências que sugerem que os hormônios sexuais femininos podem proteger o nervo óptico. Também levanta-se a hipótese de que a diminuição da exposição ao estrogênio está associada ao aumento do risco de glaucoma de ângulo aberto, mas estudos de base populacional apresentam resultados inconsistentes.

“Atualmente, não há evidências suficientes para apoiar o uso da terapia de reposição hormonal na prevenção do glaucoma. Pesquisas apontam que as mulheres carregam um fardo maior de cegueira devido ao glaucoma por conta da longevidade e desvantagens nas crenças socioeconômicas e de saúde”, completa a médica oftalmologista Márcia Keiko Tabuse, consultora da Hoya Vision Care.

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Doença pode acometer de recém-nascidos a idosos

glaucoma é uma doença crônica que leva a atrofia do nervo óptico, ou seja, a estrutura responsável por permitir ao cérebro reconhecer as formas e cores captadas. É uma doença progressiva e assintomática nas fases iniciais. Na falta de diagnóstico e tratamento precoces, ela pode progredir durante anos até os primeiros sintomas.

Quando se percebe a perda visual, é sinal de que a doença já está em um grau avançado e irreversível. Normalmente, ela acomete pessoas com mais de 40 anos, mas isto não exclui a necessidade de pessoas mais jovens e até crianças se prevenirem, pois há casos de doença congênita.  Embora mais comum a partir dos 40 anos, o glaucoma pode surgir em qualquer idade, até mesmo em recém-nascidos.

“É muito importante os pais estarem atentos à saúde ocular dos filhos, pois quando uma criança nasce com glaucoma ela tem propensão a se acostumar com a baixa visão recebida e não se queixar do problema”, informa Fernando Ramalho, especialista em cirurgia refrativa no Oftalmos – Hospital de Olhos, de Santa Catarina.

Na maioria dos casos o glaucoma surge devido ao aumento da pressão intraocular. ”Essa alteração lesiona o nervo óptico levando à perda da visão periférica, ou seja, as laterais do campo visual. É como se o paciente só conseguisse enxergar o que está à sua frente”, completa Ramalho.

É por isso que o diagnóstico precoce é fundamental. “O glaucoma não tem cura, mas tem tratamento. Um check-up ocular proporciona que esse paciente tenha menos complicações da doença, sendo que o tratamento é feito com indicações de colírios específicos, procedimentos a laser e cirurgias”, comenta Dr. Fernando.

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Tipos de glaucoma

Existem quatro tipos de glaucoma conhecidos. Cada um exige um acompanhamento e tratamento diferente. O primeiro é o glaucoma primário de ângulo aberto, caracterizado pela progressão lenta da doença.

No segundo, o glaucoma de ângulo fechado é uma condição mais grave, já que ocorre uma situação anatômica, bloqueando o trabeculado, podendo levar à cegueira em pouco tempo.

A terceira causa é o glaucoma secundário, sendo proveniente de outras doenças como diabetes e catarata.

Por último, temos o glaucoma congênito, quando ocorre uma má-formação no trabeculado desde o útero materno, podendo ser observado no “teste do olhinho”, finaliza Dr. Fernando Ramalho.

A prevenção do glaucoma se dá com visitas regulares ao oftalmologista para avaliação e detecção precoce do problema, como forma de evitar a cegueira por glaucoma.

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Maio Verde: o glaucoma em números

A campanha Maio Verde, que marca o Dia Nacional de Conscientização sobre o Glaucoma (26 de maio). Segundo a Associação Internacional de Prevenção da Cegueira (IAPB), nos próximos 15 anos, a projeção é que 112 milhões de pessoas tenham a doença, por fatores relacionados à expectativa de vida cada vez mais elevada no panorama mundial e o uso prolongado de medicamentos.

Causa de grande parte das cegueiras definitivas que poderiam ter sido evitadas no panorama global, o glaucoma é uma doença sem cura, que afeta o nervo óptico e impacta cerca de 2% da população brasileira acima dos 40 anos, de acordo o Ministério da Saúde, o que equivale a 1,5 milhão de pessoas.

O número de brasileiros portadores da condição, no entanto, tende a ser muito maior do que apontam as estatísticas atuais, devido à baixa identificação dos casos, o que tem preocupado instituições da área, como o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO).

Com assessorias

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