Atualmente, no Brasil, o número de afastamentos do mercado de trabalho por questões de saúde mental tem crescido de forma alarmante: de acordo com o INSS, o número de pessoas afastadas do trabalho por esses motivos aumentou 38% em 2023 em comparação com o ano anterior, atingindo cerca de 288 mil trabalhadores.
Com a recente atualização da Norma Regulamentadora nº 1 (NR–1), que agora exige que as empresas incluam intervenções psicossociais em seus relatórios de gerenciamento de riscos, é fundamental que as organizações adotem práticas que garantam o cuidado com o bem-estar emocional e psicológico de seus funcionários.
Embora muitas empresas tenham adotado medidas para cuidar da saúde mental de seus colaboradores, ainda há uma lacuna significativa entre o que é oferecido e o que é necessário: 34% das pessoas sentem que as organizações em que trabalham não adotam nenhuma prática voltada neste sentido, e 36% não enxergam eficácia nos programas de saúde mental implementados por suas companhias.
É o que mostra o estudo “Saúde Mental em Foco: Desafios e Perspectivas dos Trabalhadores Brasileiros – Edição 2024”, realizado pela Vittude, em parceria com Opinion Box. A análise tem como objetivo monitorar de perto o estado da saúde mental dos trabalhadores brasileiros, oferecendo um olhar atento sobre suas necessidades, percepções e desafios.
Entre as ações adotadas, 24% das empresas promovem palestras, webinares e eventos sobre o tema, enquanto 23% possuem políticas claras de combate à discriminação e assédio e oferecem treinamentos sobre saúde mental e segurança psicológica. Além disso, 22% das companhias têm equipes de saúde e bem-estar à disposição dos colaboradores. No entanto, apenas 17% oferecem sessões de terapia pelo plano de saúde, e apenas 9% subsidiam as consultas integralmente.
Para Tatiana Pimenta, CEO e cofundadora da Vittude, esses números mostram que, embora algumas organizações tenham começado a implementar ações voltadas para a saúde mental, muitas ainda estão longe de fornecer o suporte necessário aos seus colaboradores.
Em tempos de mudanças regulatórias que moldarão o futuro corporativo, como a Lei 14831/24 e a atualização da NR–1, que estabeleceram diretrizes que visam a proteção da saúde mental e a promoção da segurança psicológica nos locais de trabalho, as que se adaptarem rapidamente não apenas estarão em conformidade legal, mas também colherão os benefícios de um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo”, completa Tatiana.
Ricardo Mattos, CEO da Vetor Editora, “cuidar da saúde mental no trabalho é um investimento que traz benefícios para todos, principalmente tendo em vista que colaboradores mais satisfeitos, produtivos e comprometidos tendem a crescer juntamente com a companhia”.
5 práticas para evitar o adoecimento mental dos trabalhadores
Ele destaca cinco práticas que podem ajudar as companhias a promover uma cultura organizacional saudável e prevenir o adoecimento mental de seus colaboradores. “Com essas cinco práticas, as empresas não só se beneficiam, mas também contribuem para a construção de um ambiente de trabalho mais saudável e equilibrado”.
1– Oferecer benefícios ligados à saúde e ao bem-estar
Investir em benefícios que promovam o bem-estar é essencial. Planos de saúde completos que incluem cobertura para atendimentos psicológicos, terapias e atividades físicas são fundamentais para cuidar da saúde mental dos colaboradores de maneira personalizada.
2- Contar com o apoio de soluções e tecnologias que atuam como braço direito
A tecnologia pode ser uma forte aliada na gestão da saúde mental no ambiente corporativo. Ferramentas de monitoramento do bem-estar dos colaboradores, instrumentos psicológicos que avaliam o clima organizacional e o nível de estresse e plataformas de saúde integradas são exemplos de inovações que auxiliam os gestores a manter um ambiente de trabalho saudável.
3- Proporcionar ergonomia
A ergonomia no local de trabalho vai além de cadeiras confortáveis. Promover um ambiente ergonomicamente adequado ajuda a reduzir o estresse físico e, consequentemente, contribui para a saúde mental dos funcionários. Isso inclui desde a adequação do mobiliário até a oferta de pausas regulares e incentivo à prática de exercícios de alongamento.
4- Reconheça o trabalho do colaborador e ofereça oportunidades de crescimento
O reconhecimento profissional é um dos fatores mais importantes para a saúde emocional no trabalho. Celebrar conquistas, oferecer feedbacks construtivos e criar oportunidades de desenvolvimento profissional são maneiras eficazes de demonstrar valorização e estimular a motivação. Quando o colaborador se sente reconhecido e tem perspectivas de crescimento, sua saúde mental se fortalece mutuamente.
5- Faça ações práticas de bem-estar na empresa
Promover ações práticas, como palestras sobre saúde mental, programas de meditação, semanas temáticas de autocuidado e disponibilização de espaços de descompressão são iniciativas que podem transformar a cultura da empresa. Essas ações demonstram que a saúde mental é uma prioridade e que o bem-estar dos colaboradores não está no centro de gestão empresarial.
O relatório completo do estudo “Saúde Mental em Foco: Desafios e Perspectivas dos Trabalhadores Brasileiros – Edição 2024”, que a partir de agora passa a ser anual, está disponível gratuitamente em formato de e-book, pelo link.
Com Assessorias