A cantora Wanessa Camargo, de 39 anos, manifestou recentemente em suas redes sociais seus momentos de angústia após o diagnóstico de síndrome do pânico. “Acho que estou ficando louca”, chegou a declarar. Wanessa é mais uma celebridade criticada por vir a público expor situações cotidianas/familiares e também por demonstrar fragilidades em sua saúde mental, como qualquer ser humano mortal. Apesar de ser uma figura pública, Wanessa relatou em diversas entrevistas a angústia que é receber esse diagnóstico e conviver com os seus sintomas.
“Anônimos ou famosos estamos todos sujeitos a esse transtorno, que pode afetar homens e mulheres em diversas faixas etárias. O ideal é, ao perceber o menor sinal de desequilíbrio, buscar ajuda de um profissional de saúde mental que irá, através de ferramentas adequadas, identificar o problema e dar a tratativa correta para que esse indivíduo consiga viver de forma plena, saudável e equilibrado”, completou.
Mas o que vem a ser essa síndrome e de que forma ela se manifesta? A psicanalista Andrea Ladislau, colunista da seção Palavra de Especialista do ViDA & Ação, explica que a síndrome do pânico é uma condição em que há crises súbitas de ansiedade, medo, desespero associados a sintomas físicos, como: dor no peito, falta de ar, tontura, formigamentos, tremores, suor excessivo.
“A sensação é de morte ou perda do controle. A crise pode acontecer sem motivo aparente ou após um estresse emocional, e depois, gera ansiedade antecipatória (medo de acontecer novamente)”.
Segundo ela, o medo de perder o controle da situação faz o indivíduo evitar lugares muito cheios ou fechados. E quando se forçam, acabam desencadeando novas crises que se tornam mais constantes, e atrapalham a realização de atividades simples do cotidiano, como: ir ao mercado, entrar no elevador, andar de ônibus etc..
Infelizmente, a crise aparece quando menos se espera e sua duração varia de pessoa para pessoa, podendo ter picos de 5 até 30 minutos, seguida por uma sensação de esgotamento e cansaço.
Além disso, Wanessa informou que se viu perdida e angustiada, perturbada pelo elevado grau de estresse, por pensamentos irracionais, pelo medo geral ou medo do desconhecido, chamado de agorafobia, que a impediam de se relacionar com as pessoas a sua volta. “Ou seja, quem sofre com a síndrome de pânico, tendenciosamente, sempre procura estar isolado”.
Como buscar ajuda
A busca por um acompanhamento psicoterápico é fundamental para entender quais os gatilhos para início dos sintomas e como controlar os efeitos perturbadores da síndrome.
“Existe cura para a doença, embora seja difícil alcançar a cura completa do transtorno, pois a taxa de recaída da síndrome é bastante elevada e a maioria das pessoas volta a sofrer com os ataques”, explica a psicanalista.
De acordo com Andrea, os medicamentos e a psicoterapia são os mais recomendados, já que atuam sobre os desequilíbrios bioquímicos que geram os efeitos físicos associados à doença, além de trabalharem os medos, as fobias, a ansiedade e provocar mudanças comportamentais para que o indivíduo aprenda técnicas que possam mudar a sua atitude diante dos ataques de pânico.