Em 2013, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) já indicava em um de seus relatórios que pelo menos 70% das enfermidades infecciosas que surgiram após a década de 1940 têm origem animal. Ou seja, mudar hábitos alimentares não é mais uma mera questão individual, mas sim, um compromisso com a saúde pública e a coletividade.  

Para aqueles que acham que atitudes individuais, como deixar de comer carne e alimentos de origem animal, não tem impacto nenhum, o veganismo veio provar nossas escolhas conseguem abalar as velhas estruturas. Só no Brasil, o número de adeptos cresceu 75% entre os anos de 2012 e 2018, causando uma mudança gigantesca no setor alimentício.

Em uma volta por qualquer supermercado é notória a diferença nos últimos anos, as gôndolas têm muito mais espaço para carnes e leites vegetais, além de outros produtos veganos. E esse é só o começo! Por isso, a Million Dollar Vegan incentiva que o público “Tire As Pandemias Do Cardápio” e proteja o planeta, participando do seu desafio de 31 dias para descobrir o veganismo.

A campanha foca fortemente na divulgação de um dos principais caminhos para recuperar a saúde do planeta Terra, segundo a organização: a alimentação baseada em vegetais. Em seu site, a organização oferece conteúdo gratuito sobre nutrição e suporte para pessoas que desejam descobrir o veganismo. 

Por conta do Dia Mundial da Terra (22 de abril), a ONG internacional Million Dollar Vegan (MDV) relembra o início de sua campanha #TireAsPandemiasDoCardápio que começou em abril de 2020 para aumentar a conscientização do público a respeito dos impactos da nossa alimentação sobre o planeta e a sociedade.  A campanha, iniciada há exato um ano este mês, ressalta que a pandemia da Covid-19 veio revelar como nossa relação com os animais criados para consumo está prejudicando nossa sociedade e nosso planeta.

Os impactos da nossa alimentação vão além do aumento dos riscos de pandemias. Essa procura voraz por proteína animal tem custado caro para o planeta Terra e consequentemente para os seres humanos, de diversas formas. A necessidade de pastagem para gado, por exemplo, é a principal causa do desmatamento no mundo, chegando a ser responsável por 80% da perda das florestas no Brasil, segundo a ONU e a Universidade de Yale. 

A pecuária também é um importante contribuidor para a emissão de gases de efeito estufa que provocam as mudanças climáticas, responsável por pelo menos 14% de toda a emissão causada pelos seres humanos, segundo a FAO/ONU.  No Brasil, o coordenador do SEEG (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa), Tasso Azevedo apontou que o país “tem uma atividade econômica [agropecuária] que contribui com 20% do PIB brasileiro, mas que representa quase 73% das nossas emissões [de gases de efeito estufa]”. 

Outra consequência alarmante do consumo de produtos de origem animal se dá para os oceanos, como evidenciado no documentário Seaspiracy, recém-lançado pela Netflix. A obra denuncia a relação da pesca predatória com a extinção de espécies de peixes, como o atum verdadeiro, e o aumento da poluição das águas por plásticos, já que muitos materiais de pesca, como redes e partes de equipamentos, são perdidos em alto mar. Além disso, o filme revela a ameaça que essa atividade representa para espécies que não são tradicionalmente usadas para consumo, como golfinhos, tartarugas e baleias, atingidos pela captura acidental das redes de pesca. 

Pandemia desperta para o veganismo

Há um ano nossas vidas foram mudadas pela pandemia. Milhões de pessoas partiram para a outra jornada e o tempo de isolamento provocou reflexões sobre diversos aspectos das nossas vidas: trabalho, maternidade, relacionamentos, social e também consumo e saúde! A saúde, e a falta dela, nunca tiveram tanto destaque em nosso dia a dia. E talvez por isso tantas pessoas tenham despertado a atenção para a qualidade dos alimentos que consomem durante a pandemia.

Diante de tantas mortes e sofrimento, nunca estivemos tão conscientes sobre as consequências do consumo de carne animal como agora. Qual o impacto do consumo de carne animal nas pandemias? O quanto nossa saúde seria melhor sem consumo de proteína animal? Qual o papel social do veganismo? Como transformar nossos negócios em serviços e produtos de impacto negativo?

Essas são algumas das perguntas que a segunda edição do “Serra em casa” – um evento para os turistas de sofá que estão em busca de conteúdo relevante com leveza – vai abordar neste sábado (24), a partir das 15h, no Instagram @hotelserradaestrela. O evento reúne influenciadores do canal VegFlix, marcas, empreendedores e profissionais da área de saúde. O Serra em Casa faz parte das comemorações do aniversário do Hotel Serra da Estrela, de Campos do Jordão, que segue os princípios do vegetarianismo e tem em suas dependências um restaurante vegano, o Alquimia.

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WSL quer proteção de 30% dos oceanos e ajudará SOS Mata Atlântica

Em comemoração ao Dia da Terra (22 de abril) e ao longo desta temporada, a World Surf League (WSL) está se empenhando em preservar o futuro do nosso esporte, com a petição “We Are One Ocean” convocando os líderes mundiais da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica de 2021, para proteger e conservar pelo menos 30% do oceano global até 2030.

A WSL exige que os líderes mundiais sejam guiados pela ciência e por um processo inclusivo que abranja todas as comunidades de partes interessadas, considerando o valor do oceano para os povos de todas as nações.incentiva os amantes do oceano em todo o mundo a celebrar a data aprendendo mais e assinando a petição em weareoneocean.org.

A organização também anuncia que a SOS Mata Atlântica foi uma das ONGs escolhidas para receber uma bolsa da WSL PURE (ONG da WSL) esse ano. O benefício é concedido a organizações não governamentais localizadas em regiões importantes para a World Surf League, cujo trabalho apoia a campanha “We Are One Ocean” da WSL, para a proteção e conservação do oceano em todo o mundo.

A SOS Mata Atlântica é uma organização ambiental não governamental (ONG), que trabalha buscando inspirar a sociedade para proteger a floresta costeira ameaçada do Brasil. A doação será usada para financiar uma campanha de mobilização e conscientização, para envolver os governos locais e as comunidades a tomarem medidas visando proteger ecossistemas essenciais, incluindo manguezais, dunas e recifes de coral, ao longo da costa brasileira.

A Mata Atlântica é o bioma brasileiro mais próximo do oceano. São mais de 300 municípios localizados pela extensa linha de costa, onde se desenvolvem manguezais, restingas, praias, recifes e vários outros ecossistemas. Por outro lado, essa área também é uma das mais populosas do país. Além de mais de 70% da população brasileira morar na Mata Atlântica, a densidade demográfica na zona costeira chega a ser cinco vezes superior à média nacional. Ainda que, em números absolutos, o Brasil tenha grandes áreas marinhas protegidas, várias regiões no litoral da Mata Atlântica ainda carecem de maior e melhor proteção integrada aos municípios costeiros.

Com Assessorias

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