O leite materno é, de modo geral, o melhor alimento para o bebê nos primeiros meses de vida. Ele hidrata, nutre, sustenta e ajuda a reduzir em até 20% a mortalidade dos recém-nascidos. A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é que este seja o único alimento do bebê até os seis meses de vida e que a criança seja amamentada até os dois anos ou mais.
Segundo a OMS, o aleitamento materno é a maneira ideal de fornecer às crianças os nutrientes que elas necessitam para um desenvolvimento saudável. Por isso, é considerado um dos melhores investimentos para salvar vidas e melhorar a saúde e o desenvolvimento social e econômico de indivíduos e nações.
Para reforçar esta importância, o Brasil participa, mais uma vez, da Semana Mundial de Amamentação 2019 (SMAM), promovida anualmente na primeira semana de agosto pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (Waba, na sigla em inglês), OMS e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) em mais de 170 países.
Este ano a campanha destaca a importância do amparo de toda a rede de apoio (família, amigos, profissionais de saúde, empresários) aos pais, em especial às mulheres que estão amamentando. Com o slogan Empoderar mães e pais, favorecer a amamentação: hoje e para o futuro”, o objetivo é conscientizar pais e familiares sobre seu papel no apoio à prática do aleitamento materno, criando um ambiente que permita à mãe manter a amamentação como fonte exclusiva de nutrição nos primeiros seis meses de vida e como fonte complementar até os dois anos de idade.
A importância da rede de apoio para a mulher que amamenta
Antes, o foco era dar toda a informação para a mãe, mas hoje sabemos da importância de envolver as famílias; o pai precisa saber dos limites que a mulher pode ter, por exemplo, o quanto o estresse influencia nos hormônios e na produção e descida do leite. A rede de apoio da mãe deve ter ciência que essa mãe pode ser envolvida por uma série de sentimentos, como achar que não vai dar conta de alimentar seu filho somente com o seu leite”, comentou.
Empresas não cumprem período de 6 meses da licença-amamentação
O Centro de Referência Nacional de Bancos de Leite Humano (BLH) e o Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) participam da campanha Agosto Dourado, que marca as ações de conscientização sobre a amamentação. A gerente do Banco de Leite Humano (BLH) do IFF/Fiocruz, Danielle Aparecida da Silva, fala sobre a importância das políticas públicas inclusivas no empoderamento para incentivar o aleitamento materno.
Atualmente, o Brasil conta com políticas inclusivas na área de aleitamento humano, para além da licença-maternidade e a licença-paternidade. Desde 2008, o Programa Empresa Cidadã estende tal licença em até seis meses, período indicado pela OMS para o aleitamento materno exclusivo, mas, infelizmente, este projeto ainda não alcançou 100% das empresas em nosso país”, comentou.
Saúde no RJ abre sala de amamentação e incentiva doação de leite materno
Mulheres que trabalham na sede da Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) que voltam da licença maternidade podem, durante a jornada de trabalho, retirar seu leite, conservá-lo no freezer e levá-lo para casa no final de expediente. Além de atender uma recomendação do Ministério da Saúde, o espaço garante mais conforto e tranquilidade às mães na volta ao serviço.
Apesar da recomendação do Ministério, o Brasil ainda conta com poucos ambientes de apoio à mulher trabalhadora que amamenta. As salas são espaços no próprio local de trabalho onde as mulheres que voltam da licença maternidade podem alimentar seus filhos.
Na rede estadual de Saúde, também é possível doar leite materno através de dois bancos de leite: no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, e no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias. Conheça aqui os bancos de leite do Estado do Rio.
O leite das pacientes internadas é coletado na própria unidade com a ajuda de uma equipe multidisciplinar que atende as lactantes. Já para as mulheres que doam em casa, a coleta é feita sob orientação do hospital.
Mulheres saudáveis que amamentam e não tomam medicamentos que interfiram na amamentação e na doação podem ser doadoras de leite materno. Não existe quantidade mínima para ser doada e a mulher pode realizar o procedimento quantas vezes quiser na fase de amamentação. Cada litro leite pode beneficiar até 10 bebês internados.
Até o dia 4 de agosto, a SES-RJ participa da Mega Gestante e Bebê, no Riocentro, na Barra da Tijuca, com um ponto de coleta de potes para doação de leite materno. Durante o evento, também haverá a exposição digital “Maternidade”, do fotógrafo Radilson Gomes.
Agenda Positiva
Seminário e rodas de conversa sobre amamentação
A SES-RJ promove na manhã desta quarta-feira (7), o XXV Seminário Estadual da Semana Mundial da Amamentação, em parceria com o Hospital Federal dos Servidores do Estado e a WABA. O tema é o empoderamento de mães e pais em favor da amamentação e irá reunir profissionais de diferentes cidades, além de representantes da sociedade civil.
Durante o Agosto Dourado, o Instituto Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) promove rodas de conversa com famílias da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) Neonatal sobre o tema Empoderando mães e pais para fortalecer a amamentação no dia 5, às 8h, em seu auditório, e nos dias 5 e 19 no Banco de Leite Humano da instituição, na Av. Rui Barbosa 716, Flamengo.
Outros eventos estão programados para a SMA no Rio de Janeiro. Haverá rodas de conversa na sede da SES-RJ (Rua México, 128 – Auditório 10º andar, Centro); na Petrobras (apenas para servidoras) e na loja Abracadabra do Shopping Rio Sul, no dia 31. De segunda a sexta-feira, dias 5 a 9 de agosto, a Sala de Aleitamento Materno no Shopping Via Parque promove várias atividades pelo Agosto Dourado, das 10h às 17h, na Av. Ayrton Sena 3000, Barra da Tijuca.