E depois da febre amarela, que já matou mais de 70 pessoas, entre os mais de 200 casos confirmados este ano, é a vez de a gripe assustar a população do Rio de Janeiro. Pelo menos quatro pessoas já foram diagnosticadas este ano com o vírus H1N1 no estado e uma pessoa morreu por causa da gripe causada pelo vírus H3N2. Este último subtipo da gripe causou pelo menos 47 mil casos nos Estados Unidos, registrando recorde de internações –  principalmente de idosos, crianças e doentes crônicos, os mais vulneráveis – e pelo menos 20 mortes no início do ano.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio, até o dia 9 de abril foram notificados 123 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo 4 deles causados pelo vírus H1N1 e 11 provocados pelo vírus H3N2. No mesmo período foram notificados 13 óbitos por SRAG no estado, sendo um por H3N2. Já foram registrados 57 casos da SRAG causados pelo H3N2 em 13 estados brasileiros, com total de dez mortes este ano, segundo o último informe epidemiológico do Ministério da Saúde.

Para enfrentar um possível surto no inverno que se aproxima, a Secretaria de Estado de Saúde anunciou a 20ª Campanha de Vacinação contra a Influenza, programada pelo Ministério da Saúde, a partir do próximo dia 24 em todos os 92 municípios do Rio. A campanha vai até o dia 1º de junho, sendo 12 de maio o dia de mobilização nacional (Dia D).

A vacinação é a forma mais segura e eficaz para prevenir a gripe e suas complicações. Na maioria dos casos, a doença não se torna grave, mas entre os grupos suscetíveis, pode evoluir para casos de maior gravidade e, por isso, é essencial que a nossa população mais vulnerável esteja protegida”, destaca o secretário de Estado de Saúde, Sérgio Gama.

Deverão ser vacinadas gestantes, crianças com idades entre 6 meses e menores de 5 anos, pessoas com mais 60 anos, mulheres com até 45 dias após o parto, pacientes crônicos, além de profissionais de saúde e indígenas. Todos eles fazem parte do grupo prioritário por estarem mais suscetíveis ao contágio e complicações da doença. As doses imunizam contra os três subtipos de gripe que mais circulam no inverno: A/H1N1, A/H3N2 e Influenza B.

Medidas simples de higiene ajudam a combater

O meio do ano se aproxima e as baixas temperaturas deste período vêm acompanhadas das típicas doenças de inverno. Com a chegada do outono e a proximidade do inverno, começa também a temporada de gripe, a gripe, que pode ser provocada pelo vírus Influenza, e se agravar entre a população mais suscetível à doença.  Este ano, a preocupação é ainda maior, pois a expectativa é que a Influenza A subtipo H3N2, gripe que assustou o Hemisfério Norte, chegue ao Brasil.

O superintendente de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da SES, Mário Ribeiro, afirma que todos os subtipos do vírus, incluindo o H3N2, já circulam em território nacional há décadas. Segundo ele, esses vírus vêm sendo monitorados conforme a sazonalidade da transmissão e o cenário epidemiológico apresentado.

Além da vacinação, esses inimigos invisíveis podem ser combatidos com medidas simples de higiene. “O Estado do Rio de Janeiro vem seguindo as orientações internacionais de combate à doença, com a aplicação de vacina, e orienta a adoção de medidas preventivas que devem ser lembradas por toda a população, como lavar as mãos com frequência e não compartilhar objetos de uso pessoal”, enfatiza

Taxa de eficiência da vacina ainda é desconhecida

Por causa da gravidade da doença, a infectologista Maria Beatriz de Souza Das, do Hospital Sírio-Libanês, destaca a importância da vacinação. “É uma forma de se proteger da doença”, alerta, acrescentando que, nos Estados Unidos, a vacina teve eficiência de 36%. “As vacinas que começam a chegar no Brasil, feitas para o Hemisfério Sul, são diferentes e, por isso, ainda não temos como informar a sua taxa de eficiência.” De acordo com a infectologista, a vacina impede um grande número de pacientes de adoecer e reduz o número de internações.

A vacina é recomendada especialmente para os grupos de risco, que são os idosos com mais de 60 anos; crianças com menos de 2 anos; portadores de doenças pulmonares, cardiovasculares, hepáticas, renais, neurológicas; pessoas imunossuprimidas (inclusive portadores do HIV); diabéticos; gestantes e mulheres que deram à luz nas duas últimas semanas e profissionais de saúde.

A vacina estará disponível, a partir de meados de abril, na rede pública. Na rede particular ela já está disponível, como no Hospital Sírio-Libanês. Além de cepa do H3N2, a vacina protege também contra a H1N1 e outros dois tipos de Influenza B.

Medidas de  prevenção da gripe

Dra. Maria Beatriz lembra que os antivirais, como o Tamiflu, são eficientes para o tratamento da doença. “A recomendação é que os pacientes com sintomas fortes da gripe, como febre, tosse, dor de garganta e dificuldade para respirar, entre outros, procurem atendimento médico o mais urgente possível”, afirma. Para evitar as gripes e outras doenças respiratórias, a infectologista recomenda algumas medidas de proteção:

  • – evitar aglomerações
  • – ficar a pelo menos a dois metros de distância de pessoas gripadas
  • – usar lenço de papel
  • – lavar as mãos constantemente
  • – evitar levar as mãos aos olhos e outras mucosas
  • – cobrir a boca com a parte interna do braço ao tossir ou espirrar.

Tire suas dúvidas sobre a gripe

O que é Influenza? – É uma doença viral febril, aguda, comumente conhecida como gripe, geralmente benigna e autolimitada. Caracteriza-se por sintomas como febre, tremores, dores de cabeça, dor de garganta e rouquidão, além de alterações respiratórias, como tosse seca e coriza. A infecção geralmente dura, aproximadamente, uma semana. Existem três tipos de vírus Influenza: A, B e C. O vírus Influenza C causa infecções respiratórias brandas, sem causar impactos na saúde pública ou estar relacionado com epidemias. Já os vírus A e B são responsáveis por epidemias sazonais. O vírus Influenza A é classificado ainda em subtipos H1N1 e H3N2, além do H7N9.

Transmissão – Ocorre pelo contato com pessoas infectadas, ao tossir, espirrar ou falar. Pode ser transmitida ainda indiretamente pelas mãos, após contato com superfícies contaminadas por secreções respiratórias.

Sintomas – Pessoas com gripe podem apresentar febre, tosse ou dor na garganta, além de dor de cabeça, dor muscular e nas articulações. Já o agravamento pode ser identificado por falta de ar, febre por mais de três dias, piora de sintomas gastrointestinais, dor muscular intensa e prostração (cansaço extremo).

Como se prevenir – A vacinação contra a gripe é a forma mais eficaz de evitar a doença, mas pequenas ações no dia a dia também podem ajudar, como manter as mãos sempre limpas, principalmente antes de consumir algum alimento; utilizar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca quando espirrar ou tossir; evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; manter os ambientes bem ventilados; evitar contato próximo com pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe.

Fonte: SES-RJ e Hospital Sírio-Libanês (SP)

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