A Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro confirmou nesta segunda-feira (27) a primeira morte por dengue ocorrida na cidade. A vítima é um homem de 38 anos de idade, morador de Campo Grande, na zona oeste da capital.Cerca de 1 mil casos já foram registrados este ano na cidade.
Apesar da morte, a pasta registrou uma melhora no índice de infestação pelo mosquito da dengue, que passou de 0,79% no mesmo período em 2024 para 0,74%, em 2025. O resultado é positivo, indicando redução em comparação com o verão anterior, de acordo com o o primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) de 2025, divulgado pela SMS-Rio.
Em 2024, o município do Rio de Janeiro enfrentou uma epidemia de dengue, com o registro de 111 mil casos da doença, o maior número registrado nos últimos dez anos. A taxa de incidência foi de 1.756,21 casos a cada 100 mil habitantes. Além disso, a cidade apresentou uma taxa de letalidade de 0,02%, com 21 óbitos confirmados.

Ao anunciar os resultados do o primeiro LIRAa de 2025. secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, fez um apelo à população para que se engaje nas ações de mobilização contra o Aedes aegypti. 

Embora tenhamos registrado uma melhora em relação ao ano passado, ainda existem áreas da cidade que requerem atenção especial. É importante destacar que ainda há regiões que estão nas faixas de alerta e risco. Diante disso, eu faço um apelo à população carioca para que continue tomando todos os cuidados necessários para prevenção contra o mosquito Aedes aegypti.

Vacina da dengue é estendida para jovens até 16 anos

Ele também convocou os pais a levarem seus filhos de 10 a 14 anos às unidades de saúde para se vacinarem contra a dengue para se vacinar contra a doença – a cobertura vacinal tem sido baixa desde o início da imunização nos postos de saúde. No ano passado, foram aplicadas 155.756 doses da primeira etapa da vacina contra a dengue e 55.235 doses da segunda etapa.

O imunizante está disponível em todas as 239 unidades de Atenção Primária da cidade, além do Super Centro Carioca de Vacinação, em Botafogo, que funciona todos os dias, das 8h às 22h; e o Super Centro Carioca de Vacinação, unidade Campo Grande, localizado no ParkShoppingCampoGrande, que também fica aberto de domingo a domingo, de acordo com o horário de funcionamento do centro comercial.

Nesta terça-feira (28), Soranz anunciou que a prefeitura vai ampliar, a partir de fevereiro, a faixa etária para quem pode se vacinar contra a dengue de 10 a 14 anos para 10 a 16 anos. Segundo ele, a prefeitura tem cem mil doses de vacina em estoque para pessoas que deveriam ter ido se vacinar e que não voltaram para a segunda dose.

Dengue é sempre uma preocupação no verão, mas este ano temos números muito menores do que ano passado, quando tivemos uma epidemia na cidade do Rio e no Brasil. Temos uma preocupação grande porque o número cresce em São Paulo, que já tem 58 mil casos, e tem a dengue tipo 3 circulando, que pode chegar ao Rio a qualquer momento”, disse durante apresentação do plano operacional para o carnaval de rua da capital.

Quase 30% dos focos estão em depósitos móveis

O primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) de 2025 foi realizado entre os dias 6 e 10 de janeiro. Mais de 2 mil agentes de vigilância em saúde vistoriaram mais de 100 mil imóveis para coletar as amostras, que foram enviadas para o laboratório de entomologia.  Ao todo, 102.316 mil imóveis passaram por inspeção em toda a cidade.
Dos 247 estratos trabalhados, mais da metade (178) estavam com o Índice de Infestação Predial – IIP satisfatório (menor que 1%); 64 na faixa de alerta (de 1% a 3,9% ) e apenas cinco na classificação de risco (infestação acima de 3,9%). Em três áreas da cidade, com bairros que abrangem a região central e a zona oeste, foram apresentadas situação de alerta.
Os focos mais predominantes (29,8%) foram encontrados em depósitos móveis como vasos/frascos com plantas, pingadeiras, recipientes de degelo de geladeiras, bebedouros, pequenas fontes ornamentais, materiais em depósitos de construções e objetos religiosos.
A orientação para evitar a proliferação de mosquitos nesse tipo de recipiente é realizar a limpeza semanal com bucha ou esponja esfregando as paredes do recipiente pelo menos uma vez por semana. Outro tipo de depósito também se destacou, os ralos, cujos cuidados recomendados são a limpeza semanal, a vedação ou telagem.

Leia mais

Dengue: por que o aumento do sorotipo 3 preocupa tanto?
Dengue: mortes em 2024 superam as da Covid-19
Dengue: baixa procura da vacina preocupa especialistas
Saúde monitora provável epidemia de dengue em 6 estados

Saiba mais sobre o LIRAa: Índice de infestação pelo Aedes aegypti

O LIRAa é um método de amostragem realizado em todos os municípios brasileiros. É uma importante ferramenta para mapear as regiões da cidade onde o Aedes aegypti está presente, traçando assim as estratégias para controle do vetor.

O município é dividido em estratos com 8,2 mil a 12 mil imóveis com características semelhantes e, em cada um desses recortes, 20% dos imóveis são visitados pelos agentes de vigilância ambiental, para verificar se existem focos de larvas do mosquito e quais os tipos de depósitos mais utilizados pelo Aedes aegypti para reprodução.

Durante a realização do levantamento, são analisados os tipos de depósitos e criadouros utilizados por esse vetor para a reprodução. A partir dessa informação, pode-se melhor direcionar a comunicação de risco e as ações preventivas. O conhecimento desses indicadores permite o direcionamento das ações para as áreas apontadas como críticas possibilitando, assim, um melhor aproveitamento dos recursos humanos e materiais disponíveis.

Quatro vezes por ano, os agentes de saúde fazem o LIRAa para verificar o índice de infestação do Aedes aegypti. O objetivo desse monitoramento é identificar as áreas de maior circulação do mosquito e os tipos de depósitos mais comuns, permitindo uma abordagem mais eficaz para o controle da infestação. Com isso, é possível direcionar as informações de prevenção e alertar a população sobre onde está o foco de água parada, que é mais perigoso e tem maior risco de proliferação dos mosquitos”, explicou o secretário.

Da Agência Brasil e SMS-Rio

 

Shares:

Posts Relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *