Mais de 4.000 compostos químicos (muitos deles tóxicos), incluindo a nicotina, o monóxido de carbono, a acroleína e outros oxidantes estão presentes na fumaça de cigarro, cuja exposição constante induz a múltiplos efeitos patológicos no organismo, causados pelo estresse oxidativo das células.

E acredite: ele também pode minar a sua ideia de ter um filho. Segundo os estudos, mulheres que fumam 10 cigarros por dia têm a fertilidade reduzida em 25%, e para aquelas que fumam uma quantidade ainda maior, este índice aumenta para 43%.

“O cigarro possui milhares de componentes tóxicos como nicotina, alcatrão, zinco, níquel, chumbo, acido cético, fenol, ácido fórmico e substâncias radioativas as quais afetam a fertilidade. Dados da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM) apontam que homens e mulheres fumantes têm três vezes mais chances de sofrerem de infertilidade quando comparados àqueles que não fumam”, explica Rodrigo Rosa, especialista em reprodução humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo.

Os prejuízos do cigarro ao sistema reprodutor são causados pelas substâncias tóxicas encontradas no cigarro que comprometem a função reprodutiva. “Essas substâncias afetam desde a produção dos espermatozoides até a movimentação tubária (que faz com que o embrião percorra o caminho entre o ovário e o útero), a divisão celular, a formação do embrião e sua implantação”, diz o especialista.

“Trabalhos científicos demonstraram que mulheres fumantes necessitam de duas vezes mais tentativas de Fertilização in Vitro que as não fumantes, e uma quantidade maior de medicamentos nos tratamentos”, explica o médico.

Complicações à saúde da mulher

Ainda há outras complicações para as mulheres, como maior chance de irregularidade menstrual, inclusive ausência de menstruação, e diminuição da reserva ovariana, com antecipação da menopausa em até 7 anos, segundo o médico.

“Com o aumento do estresse oxidativo (radicais livres), há uma maior dificuldade na implantação do embrião e alteração da função fisiológica das trompas também”, diz o especialista.

No caso dos homens que fumam, eles têm muito mais espermatozoides anormais, ou seja, há uma diminuição da qualidade de produção dos espermatozoides.

“Também diminui a concentração dos espermatozoides, o formato e motilidade (capacidade de nadar rápido). Por fim, pesquisas já indicaram que filhos de mães fumantes têm dificuldade no aprendizado escolar e filhos de pais fumantes têm maior chance de câncer. Portanto, se você fuma e está tentando engravidar, comece parando de fumar. Abandonar o hábito do cigarro, pela concretização de um sonho de maternidade e paternidade vale a pena”, finaliza.

Riscos para gestantes e bebês

As gestantes fazem parte do grupo de risco, uma vez que o uso do cigarro durante a gravidez está associado a um aumento significativo de várias complicações, tais como placenta prévia, ruptura prematura das membranas, descolamento prematuro da placenta, hemorragia pré-parto, parto prematuro, aborto espontâneo.

Além disso, pode haver restrição do crescimento intrauterino, baixo peso ao nascer, morte súbita do recém-nascido e comprometimento do desenvolvimento físico da criança. Segundo estudos, o tabagismo durante a gestação pode resultar em má-formação fetal, aborto, mortalidade materna, natimortalidade e mortalidade neonatal (Yamaguchi, 2008).

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Males do fumo passivo para crianças e até bebês

Cerca de oito milhões de mortes por ano são relacionadas ao tabagismo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dessas, 1,2 milhão (15%) são decorrentes da exposição ao fumo passivo, ou seja, de pessoas que não fazem uso do cigarro, mas por conviverem com quem fuma acabam inalando as substâncias nele contidas. A fumaça do cigarro comum tem mais de 7 mil compostos e substâncias químicas. Desses, pelo menos 69 causam câncer. Os dados são do Instituto Nacional de Câncer (Inca).

Mais práticos, com um formato mais moderno e oferecendo uma infinidade de sabores e aromas que evita o incômodo do cigarro tradicional, especialmente em relação ao odor, os vapers, ou vaporizadores, passaram a ser socialmente aceitáveis em diferentes ambientes e têm ganhado cada vez mais espaço entre os jovens.

Apesar da percepção de serem menos prejudiciais à saúde, os vaporizadores são usados com um líquido que contém nicotina e outros produtos químicos sendo igualmente nocivo e viciante para quem fuma tanto quanto o cigarro comum. Mas e os fumantes passivos, também correm riscos de sofrer os efeitos negativos dos cigarros eletrônicos?

De acordo com Débora Chong, pediatra e pneumologista do Hospital Pequeno Príncipe, a resposta é afirmativa. “Já temos estudos mostrando que sim, especialmente em asmáticos que convivem com fumantes de cigarros eletrônicos”, explica.

A atenção deve ser ainda maior com bebês, crianças ou pessoas com doenças respiratórias. O público infantil é mais suscetível aos malefícios do fumo passivo por terem as vias aéreas menores.

Embora algumas informações em relação ao fumo passivo desses dispositivos ainda estejam em fase de estudos, evidências mostram que o vapor pode conter diferentes quantidades de substâncias tóxicas e metais pesados. Por isso, a orientação de especialistas é evitar a exposição a ambientes onde estejam fazendo uso do cigarro eletrônico ou outras formas de tabaco.

“O tabagismo está ligado a vários problemas de saúde, que afetam todo o corpo, o ato de inspirar e expirar a fumaça do cigarro está diretamente relacionado ao desenvolvimento ou ao agravamento das doenças respiratórias”, diz a médica, que alerta sobre os principais riscos aos meninos e meninas que são expostos aos malefícios dos cigarros.

Fumo passivo: quais são os riscos?

Riscos para o bebê durante a gravidez

  • Aumento nos níveis de monóxido de carbono no sangue.
  • Menor recebimento de oxigênio.
  • Aborto espontâneo e morte fetal.

Riscos para o recém-nascido

  • Parto prematuro.
  • Morte súbita infantil (risco aumentado em duas vezes).
  • Baixo peso ao nascer.

Riscos para crianças e adolescentes

  • Infecções de ouvido repetitivas.
  • Resfriados constantes.
  • Crises de asma.
  • Pneumonia.
  • Rinite aguda.
  • Aumento da chance de tornar-se fumante no futuro.

Com Assessorias

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