A megaempresária Kim Kardashian, de 43 anos, usou suas redes sociais para postar um vídeo em que revela aos seus 364 milhões de seguidores o agravamento das lesões em sua pele, fruto da psoríase, uma condição autoimune que ela enfrenta há aproximadamente 15 anos.
Nos stories do Instagram, ela mostrou manchas vermelhas, erupções e descamação, no que chamou de ‘surto doloroso’. que causa muita coceira e incomoda bastante.
“Não vou mentir, isso é doloroso. Não tenho certeza do que me causou isso. Eu não mudei minha dieta. Eu tentei de tudo! Essa doença é um saco!”, disse ela.
Além de Kim Kardashian, famosos no Brasil também já afirmaram ter o diagnostico da patologia, como os cantores Xand Avião e Kelly Key. Mas o que é exatamente a psoríase? É contagiosa? Tem cura?
No Dia do Dermatologista, celebrado neste 5 de fevereiro, vamos falar dessa doença que está entre os motivos para a busca de consultas nesta especialidade médica, responsável pelo tratamento e prevenção de doenças da pele, pelos, cabelos e unhas.
Psoríase não é grave, mas piora com estresse
A psoríase é uma doença autoimune e crônica, não contagiosa, caracterizada pelo surgimento de lesões descamativas e avermelhadas na pele, cobertas por uma cama esbranquiçada. Não causa cicatrizes, mas pode alterar, temporariamente, a coloração da pele. As áreas de impacto podem variar, mas algumas das mais sensíveis são o couro cabeludo, rosto, genitais e unhas.
“É uma doença autoimune comum da pele, na qual seu corpo reconhece uma proteína normal da pele como anormal e tenta se livrar dela fazendo a pele descamar. Isso resulta em placas grandes, espessas e escamosas que racham e sangram, e podem ser dolorosas e apresentar coceira”, esclarece a médica Paola Pomerantzeff, dermatologista e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Considerada comum, a psoríase acomete 1,3% da população brasileira e afeta homens e mulheres igualmente, especialmente na idade entre 30 e 39 anos, mas também pode se manifestar em crianças e idosos entre 60 e 69 anos. A doença não tem cura e é intermitente, ou seja, ela apresenta ciclos de melhora e piora.
Sua causa é ainda desconhecida e embora exista uma predisposição familiar, não é necessariamente transmitida aos descendentes. Pode ser causada por fatores genéticos, é agravada pelo estresse, falta de exposição solar e outros agressores ambientais.
Psoríase não é contagiosa, mas causa isolamento social
Muitas pessoas pensam que a psoríase é contagiosa – e elas não querem apertar a mão de alguém com a doença, por exemplo. Mas é necessário deixar claro: a psoríase não é contagiosa”, diz a dermatologista.
“Se uma em cada três pessoas que você encontra na rua vai ter essa visão de sua pele, isso é realmente difícil de enfrentar. A psoríase pode isolar o paciente socialmente e fazer com que as pessoas se sintam ansiosas e deprimidas. Muitos pacientes não usam shorts ou mangas curtas porque seus joelhos ou cotovelos estão afetados”, diz a médica.
Segundo estudos, os sintomas da psoríase na pele podem causar grande impacto na saúde mental do paciente, aumentando em 32% o risco de transtornos mentais, como depressão e ansiedade, podendo levar até mesmo ao suicídio. Por isso, é fundamental incluir o acompanhamento psicológico no tratamento.
“Apesar de ser uma doença benigna e não contagiosa, a psoríase pode gerar um impacto significante na qualidade de vida e na autoestima do paciente, atrapalhando-o tanto fisicamente, quanto psicologicamente e socialmente”, destaca Paola.
Doença pode surgir ainda em bebês ou idosos de 80 anos
O início típico da psoríase ocorre na idade adulta jovem, mas há relatos de bebês e até uma paciente na casa dos 80 anos, que experimentou pela primeira vez uma crise depois que sua irmã morreu.
“Estudos têm mostrado que as pessoas que enfrentam eventos importantes na vida têm maior risco de desenvolver psoríase e que os pacientes com psoríase relatam níveis mais elevados de estresse. Existe uma relação cíclica”, diz a médica.
Ainda segundo ela, um quadro grave de psoríase pode esconder outras doenças crônicas.
“Quando um paciente tem psoríase significativa, sei que há mais coisas acontecendo do que posso ver. Eles são mais propensos a diabetes e doenças cardiovasculares e têm maior risco de mortalidade. Então, fazemos um plano para tratar de todos os aspectos da doença”, diz a especialista.
Efeitos mentais da doença: angústia e estresse
Um dos desafios da saúde mental com doenças de pele é que elas são em geral “observáveis”. Por isso, as pessoas que têm psoríase costumam sofrer muito com discriminação e preconceito, por parte daqueles que desconhecem a doença.
“As pessoas podem ficar olhando e isso pode fazer o paciente se sentir estigmatizado. Alguns pacientes podem esperar que as pessoas reajam negativamente, então podem decidir que não vão sair ou não podem ir à praia, piscina ou ter uma vida social”, diz a médica.
A intensidade da angústia está frequentemente (mas nem sempre) ligada ao grau de gravidade da psoríase. “Uma área relativamente nova de pesquisa em Dermatologia levanta a hipótese de que se você teve psoríase realmente ruim em uma idade jovem e foi socialmente isolado, isso pode afetar sua vida social mais tarde, mesmo que sua pele melhore”, diz a médica.
Médico deve indicar acompanhamento psicológico
O médico também deve orientar o paciente a buscar ajuda psicológica. “Também devemos pensar em seu bem-estar emocional. Quando alguns pacientes estão estressados, a psoríase piora, por isso trabalhamos no controle do estresse”.
O ideal, segundo ela, é que o acompanhamento psicológico ajude o paciente a controlar o estresse e interpretar corretamente as interações sociais com as quais está lidando por causa de sua pele. “Isso, hipoteticamente poderia fazê-lo ter mais energia mental para seguir seu plano de tratamento – que muitas vezes pode ser muito complicado e difícil”, afirma a médica.
“É necessário ter empatia e dar espaço ao paciente, em um acompanhamento psicológico adequado, para falar sobre sua condição de pele e como isso afetou sua vida, o que pode ajudar a melhorar a resposta do tratamento”, diz a médica.
Tratamento inclui cremes, pomadas, comprimidos e injeções
A psoríase não é uma doença grave e há tratamento acessível – inclusive pelo Sistema Único de Saúde (SUS) – que permite o controle dos sintomas. Segundo a Dra. Paola, por mais difícil que seja a doença da psoríase, há várias maneiras de tratá-la.
Os tratamentos disponíveis são o tópico, com cremes e pomadas aplicados diretamente na pele; os sistêmicos, à base de comprimidos ou injeções; os biológicos, que são injetáveis.
Mais recentemente, os probióticos foram adicionados com sucesso na lista de tratamentos e também a fototerapia, que é a exposição da pele à luz ultravioleta de forma consistente e com supervisão médica
“Pode levar semanas ou meses para ver os resultados. Quando a doença é localizada, as pessoas gostam de medicamentos tópicos, que diminuem o crescimento do excesso de células da pele [que constituem as placas da psoríase]. Mas podem não funcionar para alguns pacientes e são inconvenientes, especialmente se várias áreas forem afetadas”.
Segundo Paola, os comprimidos podem reduzir a resposta imunológica hiperativa, mas alguns podem provocar sintomas gastrointestinais. Já os medicamentos injetáveis, chamados de biológicos, são altamente eficazes, mas caros, e podem tornar as pessoas um pouco mais suscetíveis a infecções, pois diminuem a atividade imunológica no corpo.
Meditação, mudança de hábitos e até o sol podem ajudar
Segundo ela, há pesquisas que mostram que as técnicas de atenção plena, como a meditação, podem tornar as pessoas mais responsivas às terapias para psoríase. Bons hábitos de vida também ajudam.
“É importante ter uma alimentação saudável e balanceada, aumentar a ingestão de líquidos, dormir bem e com qualidade e praticar exercícios físicos regularmente, mesmo dentro de casa. Tudo isso com o intuito de trazer relaxamento, bem-estar e o controle do estresse”, destaca a dermatologista.
É interessante também procurar se expor ao sol com segurança. “A exposição segura ao sol é capaz de prevenir a psoríase e aliviar os sintomas da doença, pois a radiação solar possui efeitos imunomoduladores no controle da psoríase e é fundamental para a manutenção de um sistema imunológico saudável”, explica a Dra. Paola.
Dia do Dermatologista
Como esse profissional pode ajudar na saúde da sua pele?
A psoríase é apenas uma dentre as mais de 3 mil doenças dermatológicas já identificadas. Então, a partir do momento em que você observa qualquer mudança suspeita na pele, manchas, alteração na cor e tamanho de pintas, coceira persistente, queda de cabelo ou unhas que não melhora ou mesmo piora é o momento de se procurar um especialista em pele ou seja um dermatologista.
José Roberto
“Vão de dermatite de fraldas até o ressecamento da pele na velhice. Mas, normalmente, a procura se inicia na adolescência com preocupação com aparecimento de acne que é muito frequente nessa faixa etária”, explica o dermatologista.
Segundo ele, a Dermatologia não trata somente as doenças de pele, como também tem a função de evitar que muitas doenças venham a aparecer como por exemplo os canceres de pele. Na área estética, a lista de procedimentos é grande.
“Também cuidamos do envelhecimento da pele com enorme arsenal não só medicamentoso como de procedimentos como peelings, toxina botulínica (o famoso botox), preenchimentos com ácido hialurônico e também a utilização de tecnologias como lasers, ultrassom microfocado, luz pulsada, entre outros”, explica.
As principais queixas na dermatologia
- Prevenção e tratamento de pintas pelo corpo, retirando-as quando há suspeita para câncer de pele;
- Doenças de pele como urticária, parasitas na pele como o “bicho geográfico” e doenças inflamatórias como psoríase e lúpus;
- Tratamento e prevenção do aparecimento de acne, que se inicia principalmente na adolescência podendo perdurar até a idade adulta;
- Skincare, ou seja, os cuidados para cada tipo de pele com orientação sobre a utilização de filtros solares.
- Com Assessorias