O câncer de próstata é apontado como uma das maiores causas de mortes entre homens no Brasil. São 61.200 casos novos por ano no país, o que representa um risco estimado de 61,82 casos novos a cada 100 mil homens. Neste Novembro Azul, de conscientização sobre o câncer de próstata, o Portal ViDA & Ação ouviu especialistas para tirar dúvidas em relação à doença.

Uma delas é que o crescimento da próstata nem sempre está ligado somente ao câncer, mas também a outras doenças urológicas. Ao contrário do que muitos pensam, a hiperplasia benigna da próstata (HBP) é a doença mais comum da glândula e não o câncer, como alerta o médico urologista José Anacleto Dutra de Resende Júnior, pesquisador da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), que traz cinco curiosidades sobre o tema.

“Em alguns casos, o inchaço da glândula obstrui parcial ou totalmente a uretra, manifestando alguns sintomas que muitas vezes passam despercebidos no cotidiano dos homens. Por volta dos 45 anos  a próstata aumenta de tamanho naturalmente, sem necessariamente ter relação com o câncer de próstata e por isso é preciso cuidado e atenção”, comenta.

Outra dúvida está relacionada a possíveis impactos da cirurgia de próstata sobre a saúde sexual masculina. “Nem todo paciente que opera a próstata acaba com algum grau de impotência ou de incontinência urinária”, garante Mauricio Rubinstein, fellow em Laparoscopia Urológica e cirurgia robótica na Cleveland Clinic e mestre em Urologia pela Uerj.  Abaixo, ele responde oito mitos e verdades sobre o câncer de próstata.

8 mitos e verdades sobre o câncer de próstata

1- O câncer de próstata faz parte do envelhecimento do homem

VERDADE. O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer mais comum no homem (após o câncer de pele) e ocorre em 1 a cada 7 homens, tendo seu pico de incidência aos 65 anos. Em 2016 foram diagnosticados mais de 180 mil novos casos nos Estados Unidos e morreram  desse tipo de câncer cerca de 26 mil pacientes, segundo dados do National Cancer Institute.

2- Uma dieta inadequada pode ser responsável pelo desenvolvimento do câncer na próstata

VERDADE. Na grande maioria dos cânceres, já foi descoberto que uma dieta rica em gordura (saturadas) pode aumentar a incidência de câncer. No caso da próstata, isso também é valido.

3- Não ter sintomas urinários quer dizer não ter câncer

MITO. A grande maioria dos casos atualmente são diagnosticados precocemente. Esses casos são diagnosticados em homens que podem não ter nenhum sintoma urinário e simplesmente descobrem através da prevenção, com a realização de toque retal e do exame sanguíneos de PSA (antigen prostático específico). Quando o câncer de próstata causa sintomas, muitas vezes se encontra em estágio mais avançado.

4- Nem todos os tumores na próstata precisam ser tratados

DEPENDE. Temos que ver isso com muita cautela. Há diversos estudos publicados que colocam como uma opção ao paciente a escolha de “observação ativa” como tratamento. Esses estudos se baseiam em casos de câncer de próstatas descobertos em sua fase inicial, quase indolentes, onde somente seriam tratados com outros métodos caso o quadro do câncer se mostrar mais agressivo em uma próxima avaliação. Isso deve ser individualizado a cada paciente e muito bem discutido com seu médico, a fim de que não se perca a chance de salvar uma vida.

5- Todo paciente que opera a próstata acaba com algum grau de impotência ou de incontinência urinária.

MITO. Os tratamentos evoluíram muito e minimizaram muito o risco desses efeitos colaterais. A Cirurgia Minimamente Invasiva, através da cirurgia Robótica, aperfeiçoou a técnica e vem alcançando melhores resultados nesse assunto. Atualmente, cerca de 95% das cirurgias para câncer de próstata nos EUA são realizadas com a utilização da tecnologia Robótica.Os aparelhos de Radioterapia também evoluíram e apresentam maior segurança atualmente.

6- O câncer de próstata afeta apenas homens idosos

MITO. O câncer de próstata apresenta seu pico de incidência entre 65 a 70 anos, porém, existe um aumento progressivo a partir dos 40 anos. A prevenção é essencial para um diagnóstico precoce.

7- Aumento da próstata é um sinal de câncer de próstata

MITO. O aumento de próstata chama-se Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP) e ocorrera em praticamente todos os homens com o envelhecimento. A HBP não é um fator de risco para o câncer de próstata.

8- O câncer de próstata é um câncer de crescimento lento, por isso não me devo preocupar.

MITO. Há diversos tipos de câncer, e ainda não temos a resposta definitiva de qual câncer cresce lento e qual cresce e se expande rápido em nosso organismo. Todos os casos devem ser discutidos individualmente e fim de que se possa escolher o melhor para cada paciente.

5 curiosidades que todo homem deve saber sobre a sua próstata

O médico urologista José Anacleto Dutra de Resende Júnior, pesquisador da Uerj, listou cinco curiosidades que todo homem deve saber sobre a sua próstata. Confira!

1. Alvo de preocupação de boa parte dos homens, especialmente quando passa dos 45 anos, a próstata saudável pesa 15 gramas, exatamente do tamanho de uma noz;

2. Algumas vezes, o crescimento anormal da próstata não evolui para o câncer. Na avaliação da hiperplasia, o câncer é diagnosticado também.

3. Ao contrário do que muitos pensam, a hiperplasia benigna da próstata (HBP) é a doença mais comum da glândula e não o câncer. A condição prejudica a qualidade de vida do homem, afetando sua rotina e vida sexual. A partir dos 50 anos, a HBP torna-se bastante comum. A condição geralmente não causa dor e alguns exames preventivos podem ajudar na detecção da doença e cuidado com a glândula;

4. Após os 45 anos de idade, já é indicado ir ao médico regularmente. Além do histórico do paciente, devem ser realizados exame físico geral, urológico completo, ultrassom e exames laboratoriais. Genética, diabetes, obesidade e tabagismo estão entre os fatores de risco. 

5. Um dos tratamentos minimamente invasivos mais efetivos no Brasil é a cirurgia a laser. A tecnologia permite uma cirurgia (vaporização prostática) mais precisa para evita sangramentos e oferece segurança para pacientes cardíacos e em uso de anticoagulantes.

Com Assessorias

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