Rebeca Cauzzi, de apenas 8 anos, acordou cedo neste sábado (22) para participar do passeio ciclístico da Tijuca à Praça XV  para celebrar o Dia Mundial Sem Carro. “Adorei o passeio. Foi muito legal. A gente se divertiu muito, aprendeu coisas de respeitar cada um o seu espaço, ganhamos camiseta e no fim ainda tomei um sorvete”, contou a mascote da pedalada.

A ação promovida pela Prefeitura do Rio reuniu cerca de 200 ciclistas, entre jovens, adultos, idosos e até crianças. Além de integrar os amantes de bike, a pedalada que percorreu mais de oito quilômetros -– serviu de cenário para o município lançar a campanha de conscientização do trânsito “Respeito é o Melhor Caminho”, de incentivo à convivência pacífica entre pedestres, ciclistas, motoristas e motociclistas nas ruas da cidade.

O número de pedestres e ciclistas que morreram no trânsito no estado do Rio de Janeiro reduziu 50% e 61%, respectivamente, em dez anos, de acordo com os dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Entre os anos de 2007 e 2016, o número de pedestres vítimas de acidentes de trânsito caiu de 1.011 para 509. Já o de ciclista, reduziu de 152 para 60.

No Rio, a estimativa é de que cerca de 5% dos habitantes utilizam bicicleta para o deslocamento diário, dispensando o carro para percorrer, em especial, curtas distâncias. Com 458 quilômetros de ciclovias, o município tem a terceira maior malha do país. Como reconhecimento de sua vocação como cidade amiga das bicicletas, o Rio sediou este ano o Velocity, maior evento mundial de mobilidade sustentável e pela primeira vez realizado fora da Europa.

VIDA NO TRÂNSITO

No Brasil, houve redução de 36,2% de óbitos de pedestres e 23,4% de mortes de ciclistas em vias de trânsito. Cinco capitais se destacaram, em termos percentuais, com as maiores reduções: Aracaju (SE), com 57,1%; Natal (RN), com 45,9%; Porto Velho (RO), com 43,5%; Salvador (BA), com 42,4% e Vitória (ES) com 42,1%. Os dados são do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). O estado de São Paulo aparece em 8ª posição, com redução dos óbitos por acidentes de trânsito em -31,4%.

A redução dos óbitos está associada a vários fatores, em especial a implementação de ações integradas e intersetorial, com destaque para a fiscalização dos órgãos de controle, o fortalecimento da legislação, a engenharia de trânsito e a mudança nos hábitos dos brasileiros. Além das ações citadas, algumas medidas adotadas pelo pedestre ajudam a reduzir a frequência de acidentes, entre elas, atravessar na faixa de pedestre com segurança ou na travessia elevada, respeitar a sinalização do semáforo e evitar caminhar com fones de ouvidos ou falando ao celular.

“Houve um aprimoramento da Legislação, aumento na fiscalização e alguns programas estratégicos, como o Vida no Trânsito. No entanto, o número de óbitos e internações ainda preocupa, especialmente os de motociclistas. Precisamos avançar na mobilidade segura para reduzir esses números”, enfatizou diretora do Departamento de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Maria de Fátima Marinho, .

O programa Vida no Trânsito, realizado pelo Ministério da Saúde desde 2010 em cinco capitais do país, já apresentou resultados expressivos. Enquanto, a redução de óbitos por acidentes de trânsito no Brasil, no período 2010 a 2016 foi de 12,8%, nas capitais, com exceção de Palmas e João Pessoa, a redução variou entre 16,5% (Fortaleza) a 57% (Aracaju).

MAIS SOBRE O EVENTO

Entre as ações de conscientização, a CET-Rio usou faixas com mensagens sobre a educação no trânsito e entregou o Código de Trânsito a ciclistas e motoristas. Uma equipe do Centro de Educação Ambiental da Subsecretaria do Meio Ambiente também atuou distribuindo materiais informativos sobre o uso da bicicleta, com dicas de boa educação no trânsito.

Comandado por ciclistas experientes e com suporte de agentes da CET-Rio e da Guarda Municipal, o pelotão saiu pouco depois das 10h da Praça Saens Peña, na Tijuca, rumo ao Beco da Música, no Centro, concluindo em uma hora o trajeto que passou por 16 vias da cidade, como a Haddock Lobo, Marquês de Pombal, Riachuelo, Rua do Lavradio, Avenida Chile, Avenida Almirante Barroso e Rua Dom Manuel, até chegar à Praça XV.

Criado na França em 1997, o Dia Mundial sem Carro já é celebrado em cidades de quase todos os países para estimular a reflexão sobre o uso excessivo do automóvel. O movimento vem alertando as pessoas para a necessidade do transporte alternativo para a preservação do meio ambiente, em especial, a bicicleta. A proposta de soluções de mobilidade inclui também o incentivo ao uso do transporte público.

Fonte: Prefeitura do Rio e Ministério da Saúde

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