Ludmilla, 29, e Brunna Gonçalves, 33, anunciaram nesta quarta-feira (14) o nascimento da primeira filha, Zuri. “Hoje a gente multiplicou o amor. Sinto que nunca fomos tão abençoadas por Deus como agora. Bem-vinda ao nosso paraíso, Zuri. Aqui, nós três seremos as mulheres mais felizes do mundo”, escreveu a cantora em suas redes sociais.
A chegada de Zuri representa mais do que a realização do sonho de maternidade das artistas, mas também a concretização de um processo iniciado meses antes, quando o casal revelou que estava na fase inicial de exames para realizar uma fertilização in vitro (FIV).
O procedimento foi realizado em uma clínica em Miami, nos Estados Unidos, utilizando o óvulo de Ludmilla, que foi fecundado com o sêmen de um doador. O embrião foi então implantado em Brunna, que gerou a filha do casal.
Entre as mais diversas formações familiares, pessoas LGBTQIAPN+ buscam opções na medicina reprodutiva para realizar o sonho da maternidade e paternidade através das técnicas disponíveis. Para especialistas, a possibilidade de pessoas em relacionamentos homoafetivos gerarem uma família é uma questão de autonomia e reconhecimento dos direitos individuais.
Técnicas como fertilização in vitro, inseminação artificial ou até mesmo barriga solidária possibilitam que a parentalidade seja alcançada de forma inclusiva e atue na quebra das barreiras tanto sociais, quanto biológicas”, afirma Edson Borges Jr, diretor científico do FertGroup.
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Como a FIV funciona?
Em 2013, uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) permitiu que as clínicas e serviços de reprodução humana realizassem metodologias de reprodução assistida em casais do mesmo sexo no Brasil, tornando a possibilidade real. Contudo, dentre os tratamentos disponíveis, a FIV e a inseminação artificial continuam sendo os mais buscados pelos casais LGBTQIAPN+.
Segundo um levantamento de 2022 realizado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade de São Paulo (USP), publicado na revista científica Nature Scientific Reports, 12% dos brasileiros se declaram LGBTQIAPN+, correspondendo a 19 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No caso das mulheres, o tratamento para casais homoafetivos costuma ser mais simples, sendo necessário apenas um doador de sêmen – que pode ser anônimo de um banco de sêmen ou ainda de um parente até quarto grau. Na FIV, uma das parceiras doa o óvulo e o embrião é transferido para o útero da outra mulher, que será a responsável pela gravidez – também conhecida por gestação compartilhada.
Porém, independente da técnica escolhida pelo casal, é fundamental buscar pela ajuda de um especialista.
Contar com uma clínica de medicina reprodutiva se tornou uma realidade no Brasil para os casais LGBTQIAPN+, não sendo mais necessário ir tão longe. O Brasil está a par e passo nas técnicas e resultados dos tratamentos de Medicina Reprodutiva, quando comparado com os outros países. Optar pelo serviço é um fator que traz segurança aos pacientes, além de oferecer informações relevantes”, orienta o especialista.
Quando pessoas LGBTQIAPN+ devem procurar um especialista em medicina reprodutiva?
A busca por um especialista costuma ser um ponto muito individual de cada casal LGBTQIAPN+, contudo, alguns momentos podem ser importantes para o início de uma avaliação detalhada.
Um deles é o planejamento familiar, justamente para que sejam discutidas as melhores opções disponíveis para cada casal. Outro momento é para pessoas que passarão pela transição de gênero e desejam preservar a fertilidade antes do tratamento. “Em casos como esse, podemos aconselhar a criopreservação de óvulos ou de espermatozoides, por exemplo”, finaliza Edson Borges.
Palavra de Especialista
A evolução da medicina reprodutiva e a inclusão de diferentes modelos familiares – como as famílias homoafetivas, monoparentais e recompostas. A medicina assistida, com técnicas como FIV e inseminação, tem permitido que pessoas de diversas configurações familiares realize o sonho de ter filhos. Alfonso Massaguer, especialista em reprodução humana, compartilhar insights sobre como essas novas formas de família têm acesso igualitário às opções reprodutivas e os avanços que a medicina tem proporcionado.
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