O dia 1º de dezembro é marcado pelo combate ao HIV ao redor de todo o mundo e, embora o acesso à informação seja muito maior que na década de 1980, quando a doença se tornou muito conhecida, ainda tem muita gente colocando a si mesmo e ao outro em risco na hora do sexo. A médica infectologista Sheila Teodoro explica que o preservativo é fundamental também na hora do sexo oral.

“O risco de transmissão do HIV pelo sexo oral é baixo, mas não é nulo. Outras Infecções, no entanto, como a sífilis, herpes genital, HPV e clamídia e gonorreia podem ser transmitidas pela prática sem proteção. “Uma orientação comum é usar plástico filme ou até mesmo a camisinha cortada para quem tem vagina e preservativo comum para quem tem pênis. Outras medidas importantes que podem ser adotadas são evitar a ejaculação na boca, sexo oral em caso de menstruação e observar feridas, machucados, sangramento ou verrugas na região genital”, explica a infectologista.

A Dra. Sheila explica que, mesmo a camisinha pode não ser suficiente na prevenção, já que a pessoa pode ter lesões de HPV ou herpes em áreas que não são cobertas pelo preservativo (como a base do pênis ou dos lábios vaginais). “Daí a ideia de prevenção combinada, que inclui a testagem frequente, tratamento de Infecções Sexualmente Transmissíveis  (ISTs) etc”, explica.

Ainda segundo a infectologista, em casos de sexo com duas ou mais pessoas ao mesmo tempo, é preciso trocar de preservativo a cada penetração e também na prática do sexo oral. “Jamais use a mesma camisinha para penetração anal e vaginal, muito menos uma que já foi utilizada em outra pessoa. Adotando esta prática, evita-se tanto a transmissão do HIV quanto de outras ISTs.

Estratégias de prevenção

A prevenção vai além dos preservativos. Sheila Teodoro explica que, atualmente, se discute uma estratégia que consiste na soma de abordagens de prevenção. “A ideia é que se utilize o máximo de recursos que façam sentido para sua vida e suas práticas. E é importante salientar que todas elas estão disponíveis no SUS”, diz.

Os preservativos, sejam eles masculinos ou femininos são os mais conhecidos, acessíveis e eficazes. Mas o tratamento como prevenção também é bastante útil. Neste caso, segundo a infectologista, a adesão ao tratamento por parte das pessoas que vivem com o HIV atinja níveis de carga viral tão baixos que é praticamente nula a chance de transmitir o vírus para as outras pessoas. “Além disso, quem toma o medicamento corretamente não adoece e garante sua qualidade de vida”, explica.

Se ocorreu sexo sem proteção, é hora da Profilaxia Pós-Exposição entrar em campo. A médica explica que, neste caso, usam-se medicamentos antirretrovirais, que impedem que o vírus se estabeleça, durante 28 dias após uma possível exposição ao HIV. “É preciso começar esse tratamento o mais rápido possível, no máximo até 72 horas após a exposição de risco. É esse também o protocolo utilizado em pessoas que sofreram violência sexual ou tiveram acidentes com agulhas ou outros objetos cortantes.

Existe também a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), um método que consiste em usar medicamentos antirretrovirais antes da exposição ao HIV. No serviço público, ela é direcionada para os grupos em que há maior prevalência de HIV no país, como homens que fazem sexo com homens, pessoas trans, homens e mulheres profissionais do sexo e casais em que uma das pessoas tem HIV e a outra não. O uso diário do medicamento reduz o risco de infecção por HIV, mas não protege contra outras ISTs.

A médica infectologista finaliza explicando que também é possível testar regularmente o indivíduo para HIV, ISTs e que a imunização contra o HPV  e Hepatite B também é fundamental, além de acessível no SUS para os públicos-alvos (adolescentes até 14 anos no caso de HPV e todas as idades para Hepatite B).

Fonte: Sexlog, com Redação

 

 

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