A atriz Maria Casadevall, de 36 anos, traz à tona sua luta contra a depressão. Diagnosticada com a doença há 10 anos, a linda e talentosa paulistana, que brilhou em várias novelas da Rede Globo, abriu o coração e revelou todos os desafios para aceitar a sua condição de saúde e encontrar, em uma rede de apoio, forças para sair da frequência imposta pelo transtorno. Um problema que, infelizmente, muitos ainda confundem com desânimo, preguiça, desinteresse, problema espiritual, entre outros.
Assim como Maria, muitas pessoas convivem com a depressão sem saber ao certo o que se passa. Outros não falam sobre o que sentem por medo dos julgamentos, visto que ainda enfrentamos o tabu relacionado às doenças psíquicas. Confundir os sinais e sintomas faz parte de uma sociedade que ainda se esquiva da busca pelo autoconhecimento, capaz de desmistificar a doença e favorecer uma vida mais equilibrada e saudável para quem se depara com os efeitos nocivos provocados por essa dor emocional.
Em tempos da campanha Setembro Amarelo, de prevenção ao suicídio e de dar ênfase às questões que envolvem a saúde mental, o depoimento de Maria Casadevall vem ao encontro da urgência na busca por encontrar ferramentas para reconstruir o equilíbrio por meio da aceitação de nossos altos e baixos e evitar as ideações suicidas provocadas pela depressão. Portanto, a coragem da atriz é louvável em expor esse drama, que hoje, sabemos, é enfrentado por milhares de pessoas ao redor do mundo.
Mas como saber se o desânimo ou a vontade de nada é uma depressão?
A intensidade e frequência com que se sente desanimado, estagnado e sem ânimo, são os fatores principais para identificar que algo está errado. Essa sensação de apatia de forma contínua, por um longo período, sem qualquer motivo aparente, não é normal e pode ser indicativo de depressão sim. Biologicamente falando, a falta de dopamina, um neurotransmissor ligado à sensação de prazer, pode estar em baixa produção no organismo.
A sensação de que tudo parece monótono e exaustivo pode levar à necessidade de isolamento, uma falta de alegria, excesso de pensamentos negativos, vontade de permanecer na cama e um constante desalento. Ou seja, tudo se torna um grande desafio. O indivíduo se sente um eterno fatigado e sonolento, com um cansaço que persiste mesmo após longas horas de sono.
Porém, é importante frisar que a depressão é tratável e sem auxílio psicológico e psiquiátrico, fica mais difícil encarar todos esses sintomas. Ter depressão não é estar tristinho, é estar doente. Cuidar do organismo reflete na saúde mental de forma positiva.
Depressão é coisa séria e, se não tratada, pode levar a consequências irreversíveis. Por isso é fundamental prestar atenção em como reagimos às nossas necessidades e emoções. Fingir que elas não estão ali só vai deixá-las mais intensas e provocar adoecimento físico e emocional.
Leia nosso Especial Setembro Amarelo 2023
Entenda os principais sinais da depressão
Sentir-se culpado por estar desanimado, enquanto os outros parecem normais;
Mal levantou da cama e já quer voltar para ela;
Começa a descuidar da sua aparência ou não se importar mais com a alimentação adequada;
O bom humor das pessoas parece não fazer sentido e pode causar até irritação;
Tem vontade de abandonar objetivos que antes eram motivo de alegria;
Perde rapidamente o foco e a concentração, o que traz um sentimento de inutilidade;
O cansaço físico e psicológico são tão grandes que se questiona se não está doente de outra coisa;
Tem visto ou se comunicado cada vez menos com pessoas que foram sempre importantes na sua vida; e
Se for confrontado com qualquer problema que precisa resolver, começa a pensar que gostaria “de sumir”, para não ter que lidar com tal situação.