O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 79 anos, chamou atenção nesta segunda-feira, 7, ao surgir com um curativo no supercílio durante um evento oficial no interior de Minas Gerais. A proteção era por causa de um pequeno procedimento dermatológico ao qual ele foi submetido por precaução.
Segundo informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência, o curativo foi necessário após a retirada de um nevo melanocítico, nome técnico para o que é popularmente conhecido como pinta ou sinal, de origem benigna. O procedimento ocorreu em São Paulo, onde o presidente passou o final de semana e, segundo a pasta, não há risco para a saúde de Lula.
Embora seja apenas preventivo, o procedimento levantou curiosidade sobre o que são esses sinais. O caso reacende a importância dos cuidados com a pele, principalmente em relação a sinais que surgem com o tempo, seja por fatores genéticos ou pela exposição solar excessiva.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), “nevos melanocíticos são pequenas manchas marrons regulares na pele, salientes ou não”. Ainda de acordo com a SBD, a maioria tem formato regular e surge em decorrência da genética e da exposição solar.
Um adulto jovem possui entre 10 e 20 pintas, elevadas ou não. O formato deve ser simétrico. A borda regular e bem delimitada. A cor uniforme, e geralmente castanha, marrom ou cor de pele. O diâmetro menor do que 6 mm.
Embora a maioria dos nevos seja benigna, é essencial ficar atento a alterações de cor, forma e tamanho. As pessoas devem ficar atentas às regras ABCDE no que diz respeito às pintas. São cinco pontos a serem observados, que podem acender um alerta sobre um nevo melanocítico: assimetria, borda, cor, diâmetro e evolução.
Recomendação cirúrgica. “A maioria dos nevos melanocíticos não necessita tratamento. Quando existe dúvida se a pinta é um nevo atípico ou um melanoma inicial, deve ser realizada a remoção da mesma para biópsia e confirmação diagnóstica”, acrescenta o artigo da SBD,
Sinais podem ser indício de câncer de pele
Em entrevista ao Terra, a dermatologista e professora da Universidade Católica de Brasília (UCB), Natalia Solon, explicou que os nevos melanocíticos, popularmente conhecidos como pintas ou sinais, são lesões provocadas pela proliferação das células responsáveis pela produção de melanina, que dá cor à pele.
Normalmente, são lesões simétricas, regulares, de coloração única, que surgem ainda quando somos crianças ou adultos jovens e que são, na grande maioria dos casos, lesões benignas”, disse a médica.
Apesar disso, Natalia destaca que há um pequeno grupo de pintas que merece atenção: os chamados nevos atípicos. “Eles tendem a ter características diferentes, como, por exemplo, assimetria, uma borda irregular ou múltiplas cores, ou também são aqueles sinais que, ao longo dos anos, evoluíram e começaram a apresentar essas características.”
Nesses casos, a recomendação é a remoção da pinta por precaução ou porque já pode haver sinais de transformação maligna — como o surgimento de um melanoma, tipo mais agressivo de câncer de pele.
A dermatologista recomenda atenção a sinais suspeitos e alerta para a importância de consultas regulares com um especialista. “É importante, pelo menos uma vez ao ano, buscar o dermatologista para realizar um exame de corpo inteiro, examinar as pintas e os sinais”, reforçou.
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Saúde do presidente
Além do curativo no rosto, Lula também apareceu com um curativo na mão esquerdam que colocado para proteger um arranhão causado pelas cachorras de estimação do presidente, enquanto brincavam. Desde que passou por uma cirurgia na cabeça, no final do ano passado, a saúde do presidente Lula tem sido motivo de maior cautela.
Em outubro do ano passado, Lula sofreu um acidente doméstico, que provocou um corte na cabeça. Ele escorregou no banheiro do Palácio da Alvorada, mas não perdeu a consciência. O presidente procurou atendimento médico, recebeu pontos e foi monitorado com exames clínicos e de imagem. Em dezembro, ainda devido a esta queda, Lula passou por procedimentos cirúrgicos na cabeça. O quadro do presidente evoluiu bem e ele não teve sequelas.
Em fevereiro, ele esteve no Hospital Sírio Libanês, na capital paulista, onde passou por uma bateria de exames. Na ocasião, o boletim médico do hospital dava conta de que “todos os exames realizados estão dentro da normalidade, inclusive a tomografia de crânio para controle pós-operatório”.
Com informações dos portais Uol, Terra e CNN