Durante a Semana Santa, a ‘Campanha Lava-Pés: Cuidados com os Pés Diabéticos” em diversas cidades do país, oferecendo exames dos pés para pessoas com diabetes, enfermidade que é a principal causa de amputação dos membros inferiores no Brasil. A iniciativa do Ministério da Saúde, com apoio de secretarias municipais e estaduais de saúde, universidades, igrejas e entidades da sociedade civil, busca alertar a população sobre os riscos do diabetes.

Até dia 24 deste mês, a campanha será realizada em diversas cidades do país e busca promover o cuidado integral com a saúde das pessoas com diabetes, além de focar na prevenção da amputação de membros inferiores resultantes do agravo da doença, em especial a prevenção de complicações como feridas, infecções e amputações, especialmente no período da Páscoa, momento simbólico de reflexão e cuidado,

Realizada desde 2014, a campanha une cuidado, prevenção e escuta ativa, oferecendo orientação e acolhimento às pessoas com diabetes. A ação faz parte de um movimento nacional que busca conscientizar a população sobre os riscos associados à doença, que já atinge cerca de 20 milhões de brasileiros, o equivalente a 10,2% da população.

Durante o evento, pessoas com diabetes mellitus podem realizar avaliações do “pé diabético” e exames antropométricos, além de receber orientações sobre uso correto de medicamentos. Também é possível aferir a pressão arterial e medir a glicemia capilar, para verificar a taxa de glicose no sangue. As pessoas ainda recebem orientações sobre alimentação, saúde bucal. Também estão previstas rodas de conversa, mutirões de cuidados e o gesto simbólico do lava-pés. 

 

Lava-pés e ceia para pessoas em situação de rua

Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participa de cerimônia do lava-pés (Foto: Rafael Nascimento/MS)

Em São Paulo, a ação aconteceu nesta quinta (17), no Espaço de Cultura e Convivência Irmão Pedro Betancur, no Belenzinho na capital paulista. Voltado para pessoas em situação de rua, o evento teve a participação do padre Júlio Lancellotti e do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ceiaram e ajudaram a lavar os pés dos moradores de rua.

A perda de sensibilidade e lesões não tratadas podem evoluir para complicações graves. Por isso, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece acompanhamento, controle glicêmico, educação em saúde e agora também a produção nacional de insulina e novos medicamentos gratuitos no Farmácia Popular.

Isso aqui vai virar um compromisso meu. Voltarei a cada ano para mostrar mais avanços no cuidado da população em situação de rua e na atenção primária do SUS para melhorarmos cada vez mais. Além dos medicamentos disponíveis gratuitamente nas Unidade Básicas de Saúde (UBSs) e Farmácia Popular, é importante ficar atento aos cuidados com os pés, cuidar desde o começo para não chegar em uma situação grave”, destacou o ministro.

Cardápio saudável

A ação contou com profissionais de saúde, estudantes da área e lideranças comunitárias e foi oferecida uma ceia saudável com arroz de açafrão (cúrcuma da terra), quinoa (grão andino superproteico) com grãos e óleo de gergelim, bacalhau com grão de bico, sala verde e purê de raízes. De sobremesa, frutas da estação. Todos os sucos eram sem açúcar.

Desde 2014, a campanha lava-pés é realizada em Caruaru (PE), com a Universidade Federal de Pernambuco e as UBSs. Em várias cidades, a ação reúne representantes de confederações, instituições e associações de saúde, religiosas e organizações da sociedade civil com apoio do Ministério da Saúde.

O objetivo é fortalecer a atenção à saúde dos pés e ampliar o acesso à informação, com o ensino da empatia em saúde no contexto das graduações da área, dialogando com a prática do lava-pés que permite identificar feridas indolores e áreas com pouca sensibilidade, características da doença não controlada.

 

Campanha Lava-Pés

Prevenção reduz complicações e preserva vidas

A Campanha Lava-Pés reafirma que a importância da prevenção da diabetes em um cenário que só aumenta o número de casos no Brasil.  Dados do Ministério da Saúde mostram que cerca de 10,2% da população brasileira — o equivalente a 20 milhões de pessoas — convivem com diabetes.

O pé diabético é uma das complicações mais graves da doença, e estima-se que 25% dos pacientes desenvolverão úlceras nos pés ao longo da vida. Em casos avançados, a condição pode levar à amputação. Entre janeiro de 2024 e fevereiro de 2025, as autoridades de saúde registraram 4.227 amputações por diabetes no país.

O Ministério da Saúde vem fortalecendo as ações de enfrentamento ao diabetes no SUS. Atualmente, o tratamento integral inclui insulinas humanas (NPH e regular), insulinas análogas de ação rápida e prolongada, medicamentos orais e injetáveis. Em 2024, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) recomendou a ampliação do uso de insulinas análogas também para pacientes com diabetes tipo 2.

Também foi incorporado à lista de medicamentos gratuitos do Farmácia Popular o dapagliflozina, utilizado no tratamento do diabetes tipo 2 em pacientes com risco cardiovascular. O medicamento atua ajudando os rins a eliminar o excesso de glicose e contribui para a redução da pressão arterial, prevenindo complicações como infarto e insuficiência renal.

Os recursos para do tratamento do pé diabético no Sistema Único de Saúde (SUS) são estimados em R$ 586 milhões ao ano, com grande parte desse valor voltado ao atendimento de pacientes com úlceras infectadas. 

Diabetes mellitus é uma síndrome metabólica de origem múltipla, decorrente da falta de insulina, da incapacidade e/ou da falta de insulina exercer adequadamente seus efeitos, caracterizando altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente.

A doença não controlada pode provocar, a longo prazo, disfunções e falências de vários órgãos, principalmente rins, olhos, nervos, coração e vasos sanguíneos. E isso também é associada ao alto risco de desenvolvimento de complicações.

Sistema Único de Saúde (SUS) garante tratamento integral a pessoas com diabetes e medicamentos orais e injetável. Estão disponíveis gratuitamente dois tipos de insulinas humanas (NPH e regular), dois tipos de insulinas análogas de ação rápida e prolongada.

Para ampliar o uso da insulina por pacientes com a doença, em novembro de 2024, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) recomendou a incorporação de insulinas análogas de ação rápida e prolongada também para pessoas com diabetes mellitus tipo 2.

Além disso, o Ministério da Saúde anunciou a fabricação nacional da insulina glargina como parte do Programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), que envolve a produção nacional do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) pela Fiocruz (Unidade Bio-Manguinhos) e a ampliação da fabricação do produto final pela empresa de biofármacos Biomm.

A estimativa é que a produção de insulina poderá atingir 70 milhões de unidades/ano. Também foi anunciada pelo governo federal, a pretensão de implantar a primeira planta produtiva de IFA de insulina da América Latina no estado do Ceará. Integrando as iniciativas para o enfrentamento da diabetes no SUS está a inserção do medicamento dapagliflozina na lista do Programa Farmácia Popular, para tratamento da diabetes associada a doenças cardiovasculares.

Ritual cristão do lava-pés inspira profissionais de saúde
O Lava-Pés é um ritual cristão, onde Jesus lava os pés dos seus discípulos durante a Última Ceia. Comumente, celebra-se este ritual no contexto da Semana Santa, na véspera da Sexta-feira santa, quando os cristãos relembram a crucificação e morte de Jesus Cristo.
Na Igreja Católica, o lava-pés simboliza humildade, serviço e amor. Nesta cerimônia, Jesus se curva e lava os pés dos discípulos, realizando um ato que tradicionalmente os servos faziam. Ao lavar os pés dos discípulos, Jesus demonstra humildade e serviço, mostrando que líderes devem servir aos outros, e não esperar que outros os sirvam.
O ato de lavar os pés também pode ser visto como sinal de respeito e consideração com o outro. E, também, exemplo de serviço que pode ser praticado em diferentes contextos, como nos hospitais, onde os profissionais da saúde demonstram cuidados com os doentes. 
O Lava-Pés serve como um modelo para os cristãos, incentivando-os a seguir o exemplo de Jesus e a servir uns aos outros. Sendo assim, cristãos praticam a cerimônia como uma forma de imitar Jesus, demonstrando amor e serviço aos outros.  
O ritual é uma forma de fortalecer a comunidade cristã, mostrando que todos são iguais em espírito e devem se servir uns aos outros.  Algumas denominações cristãs, como a Verdadeira Igreja de Jesus, consideram o Lava-Pés como um sacramento e símbolo de purificação e perdão dos pecados dos cristãos.  

Do Ministério da Saúde, com Redação

 

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