Com a decisão, o medicamento passa a ter cobertura obrigatória na saúde suplementar, ou seja, nos planos de saúde. O remédio custa em média R$ 30 mil e é capaz de interromper o crescimento e a proliferação descontrolada de células cancerígenas, levando à redução da carga tumoral e à melhoria dos sintomas da leucemia.
A inclusão do medicamento ao Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde foi aprovada pela Diretoria Colegiada da ANS em reunião no dia 4 de novembro. Segundo a Agência, será apenas para pacientes adultos com leucemia mieloide crônica (LCM) cromossomo Philadelphia positivo em fase crônica, previamente tratados com dois ou mais inibidores da tirosina quinase (ITQ).
A proposta foi submetida diretamente à ANS, tendo passado pela 32ª e 34ª reuniões técnicas da Comissão de Atualização do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde Suplementar (Cosaúde), realizadas em agosto e outubro, respectivamente, pela Consulta Pública 136 e pela Audiência Pública 47. “Assim, o medicamento passa a ter cobertura obrigatória na saúde suplementar, de acordo com sua diretriz de utilização, a partir de 2/12/24”, diz a ANS.
O Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde conta com tecnologias disponíveis aos beneficiários entre terapias, exames, procedimentos e cirurgias, atendendo às doenças listadas na Classificação internacional de Doenças (CID), da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Leia mais
Skatista que venceu leucemia faz campanha por doação de sangue
Tipo grave de leucemia nem sempre precisa de tratamento
Jovem com leucemia conhece doador da medula que salvou sua vida
Leucemia: oito em cada 10 pacientes nunca ouviram falar da doença
Próxima luta dos pacientes é pela inclusão do medicamento no SUS
Para Thiago Brasileiro, um dos coordenadores do comitê de pacientes da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), a medida significa um grande avanço:
É um grande avanço na nossa luta, na nossa busca por tratamentos dignos, igualitários, por mais opções de terapia para tantos pacientes, para que pacientes do Brasil inteiro não precisem judicializar, buscar advogados, para tentar outra alternativa de tratamento”.
Thiago Brasileiro conta que recebeu alguns relatos de pacientes que já estavam conseguindo pelo plano de saúde, mesmo antes da aprovação. “Por isso que a gente tem uma expectativa enorme de que 100% dos planos de saúde façam com que a aprovação de fato aconteça”, completa.
De acordo com o coordenador da Abrale, a próxima luta é para que a medicação seja aprovada pelo SUS, ampliando a quantidade de pacientes que podem ter mais qualidade vida e maior esperança de remissão:
“É um tipo de leucemia que progride devagar, o nome já diz né. Isso pode causar o que? Sintomas como anemia, fadiga, infecções, sangramentos e outros problemas. Mas tem aqueles pacientes também que são completamente assintomáticos, e a doença é descoberta muitas das vezes em exames de rotina”.
A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos, geralmente, de origem desconhecida. Tem como principal característica o acúmulo de células doentes na medula óssea, que substituem as células sanguíneas normais. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), a doença ocupa a décima posição entre os tipos de câncer mais frequentes.
Com informações da Agência Brasil e ANS