De acordo com dados da American Heart Association e do Ministério da Saúde, apenas 1,8% da população brasileira doa sangue regularmente, o que corresponde a cerca de 3,6 milhões de bolsas coletadas por ano. Somente no Estado de São Paulo, em 2022, foram realizadas mais de 730 mil doações.

Apesar destes dados, a média atual dos hemocentros paulistas está em apenas 50% da capacidade ideal, gerando preocupação entre as equipes de saúde.  Para manter o abastecimento necessário, cada hemocentro precisa receber, em média, 250 doadores por dia.

O apelo é constante, mas nessa época do ano torna-se ainda mais necessário. Basta esfriar um pouquinho para que as doações de sangue caiam drasticamente nos hemocentros de todo o Brasil. Com a chegada do inverno, período em que historicamente as doações diminuem, o desafio se torna ainda maior.

E é justamente por isso que o mês ganha o reforço da campanha Junho Vermelho e do Dia Mundial do Doador de Sangue, celebrado em 14 de junho, para sensibilizar as pessoas sobre a importância da doação de sangue, que é um gesto de amor e solidariedade e, por esse motivo, deve ser um hábito entre as pessoas, contribuindo para que mais vidas sejam salvas

Alerta nos hemocentros de Campinas

Em Campinas (SP), o Hemocentro da Unicamp estima queda de 30% das doações no mês de junho e isso muito se deve ao frio e à proximidade com as férias de julho. Até o dia 11 de junho, o estoque de bolsas da unidade apresentava nível crítico para os tipos O+ e AB- e alerta para os tipos A+, B+, O- e B-.

Campinas é sede da Região Metropolitana e, portanto, a cidade que recebe pacientes de municípios vizinhos e até de outros estados, uma vez que é referência no tratamento de inúmeras doenças. Sendo assim, manter os estoques de sangue altos é uma necessidade diária.

O Hemocentro da Unicamp, que concentra grande parte das doações de sangue, apresenta oscilação no estoque de bolsas entre os níveis de alerta e crítico nessa época do ano, em que o tempo mais frio espanta os doadores. Por isso, o apelo é mais do que necessário neste Junho Vermelho.

Esta não é uma campanha sazonal, é um apelo diário e constante. Os hospitais precisam dessas bolsas em diferentes situações”, alerta a hematologista Jamille Cunha, do Grupo SOnHe.

Sem discriminação de gênero para doar sangue

Doar sangue é muito simples e nos últimos cinco anos se tornou uma ação ainda mais abrangente, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por maioria, que impedir a doação de homens que fazem sexo com homens violava os princípios de igualde sendo, portanto, considerada uma regra discriminatória.

Por meio desta decisão, a Anvisa atualizou a RDC nº 34/2014, que regulamenta a doação de sangue no Brasil, não impondo restrições à doação baseada na orientação sexual ou identidade de gênero, priorizando uma triagem individualizada, com foco no comportamento de risco.

Jamille Cunha, hematologista do Grupo SOnHe, explica que essa decisão foi um marco importante que mais pessoas pudessem ter acesso e contribuir as doações. “A triagem individualizada é necessária, prudente e permite que mais pessoas que tenham vontade de ajudar possam contribuir. É uma quebra de paradigma, uma vitória importante para a sociedade”, comemora a hematologista.

Cirurgias de emergência necessitam de mais sangue

Embora as regras para a doação de sangue estejam mais flexíveis, os hemocentros registram bastante oscilação no estoque ao longo do ano, o que faz com que a campanha Junho Vermelho seja um reforço necessário para uma necessidade diária

É importante lembrar que todos os dias os hospitais recebem pessoas para cirurgias de emergência e que precisam de bolsas de sangue. Por isso, a doação precisa ser contínua, para que haja esse equilíbrio, especialmente nos grandes centros, como Campinas, que recebe diariamente pacientes de toda a região”, reforça Isabella Constantini, hematologista do Grupo SOnHe.

A oscilação no estoque atinge todos os tipos sanguíneos. Os mais comuns na população, A+ e O+, também os mais utilizados em urgências, emergências, reservas cirúrgicas e pacientes oncohematológicos e os tipos O- e AB+ podem ser frequentemente escassos, por serem mais raros. Por isso, o apelo é generalizado, para que as pessoas sejam sensibilizadas com a necessidade da doação.

É um ato de amor que salva vidas e é um processo simples, que vai exigir uma entrevista, para a triagem, e a doação em si. É muito importante e necessário”, reforçam Jamille Cunha e Isabella Constantini.

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Como funciona a triagem?

Jamille Cunha explica que a doação de sangue é um procedimento simples e extremamente seguro, tanto para que doa quanto para quem recebe. “Os doadores passam por uma entrevista, para que os médicos possam conhecer o perfil do doador e avaliar qualquer contraindicação para o procedimento”, reforça a hematologista do Grupo SOnHe.

Estão aptas a doar sangue pessoas entre 16 e 69 anos, que pesem mais de 50 quilos. Antes da doação, é fundamental que a pessoa tenha realizado uma refeição leve nas últimas 3 horas e evitado o consumo de álcool 12 horas antes.

– Toda pessoa que pretende doar sangue passa por uma triagem clínica confidencial, na qual é questionada sobre comportamentos que podem aumentar o risco de infecções transmissíveis pelo sangue.

– Os critérios de inaptidão temporária ou definitiva se aplicam a qualquer pessoa, independentemente de ser hetero, homo ou bissexual.

– Ter tido múltiplos parceiros sexuais sem uso consistente de preservativo nos últimos meses pode deixar o doador inapto, assim como ter tido parceiro(a) sexual com infecções sexualmente transmissíveis recentes.

– Ter feito sexo em troca de dinheiro ou drogas ou o uso recente de drogas injetáveis pode impedir a doação.

– Outros critérios clínicos, como viagens, doenças ou cirurgias também podem deixar o doador inapto.

Quem doa para quem?

Tipos sanguíneos como A+ e O+ são os mais comuns na população, porém também os mais utilizados em urgências, emergências, reservas cirúrgicas e pacientes oncohematológicos e os tipos O- e AB+ podem ser frequentemente escassos, por serem mais raros.

Tipo O: As pessoas do tipo O negativo (O-) são consideradas as doadoras universais e os estoques desse tipo são importantes em centros cirúrgicos de trauma, por exemplo. Pessoas com esse tipo sanguíneo só recebem de outros que sejam O negativo.

Tipo A: Pessoas com esse tipo sanguíneo podem doar para outras que também sejam A ou AB, respeitando sempre o RH positivo ou negativo. Recebem do tipo A e O.

Tipo B: Pessoas com esse tipo sanguíneo podem doar para outras que também sejam B ou AB, respeitando sempre o RH. Recebem do tipo B e O.

Tipo AB: As pessoas do tipo AB positivo são consideradas receptoras universais, porque podem ser contempladas com todos os outros tipos sanguíneos. Já os do tipo AB negativo, são importantes na manutenção das propriedades presentes nesse tipo sanguíneo.

Onde doar sangue em Campinas?

Saiba onde doar em Campinas:

  • Hemocentro da Unicamp – Rua Carlos Chagas, 480 – Cidade Universitária | “Zeferino Vaz” | Barão Geraldo –  De segunda a sábado, das 7h30 às 15h (inclusive feriados)
  • Hemocentro do Hospital Municipal Dr. Mário Gatti – Av. Prefeito Faria Lima, 340 – Pq. Itália – De segunda a sábado, das 7h30 às 15h (inclusive feriados)
  • Posto Sumaré – Hospital Estadual de Sumaré – Av. da Amizade, 2400 Jardim Bela Vista – Sumaré – SP.
  • Centro de Hematologia Campinas – Av. Júlio de Mesquita, 571- Estacionamento Gratuito: Av. Benjamin Constant, nº 1916, Cambuí.

Agenda Positiva

Campanha reforça importância da doação de sangue na Santa Casa de SP

Em meio ao alerta sobre a queda nos estoques de sangue no Estado de São Paulo, a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSCSP) aderiu à campanha nacional ‘Junho Vermelho’, com o objetivo de incentivar a doação voluntária entre colaboradores, alunos e a comunidade em geral.

Como forma de valorizar o gesto solidário, a Faculdade disponibilizou aos participantes materiais exclusivos, como um certificado simbólico de doador de sangue e um cartão fidelidade, que pode ser utilizado a cada nova doação. Ambos os materiais estão disponíveis para download.

Além disso, a Instituição convidou os doadores a registrarem suas experiências enviando fotos ou depoimentos. Com a iniciativa, a Faculdade reforça seu compromisso social e chama a atenção para a importância da doação de sangue como um ato de responsabilidade coletiva.

A doação é um procedimento seguro, rápido e pode salvar até quatro vidas com uma única bolsa de sangue. Pacientes em tratamento de câncer, vítimas de acidentes, pessoas em cirurgias e atendimentos de emergência são alguns dos que dependem diretamente das doações diárias”, afirma a FCMSCSP em nota.

O Hemocentro da Santa Casa de São Paulo é uma das unidades de coleta e funciona de segunda a sábado, na Rua Marquês de Itu, 579 – Vila Buarque (SP).

Quem pode doar?

Para doar, é necessário:

– Estar em boas condições de saúde e sem sintomas gripais

– Ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 precisam de autorização do responsável)

– Pesar mais de 50 kg

– Estar alimentado e descansado no dia da doação

– Apresentar um documento oficial com foto

Crosp e Fundação Pró-Sangue são parceiros na campanha ‘Odonto na Veia’

O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) é parceiro da Fundação Pró-Sangue na campanha “Odonto na Veia”. Destinada aos cirurgiões-dentistas e profissionais auxiliares (ASBs,TSBs, APDs e TPDs) da Odontologia, a ação tem como objetivo mobilizar os profissionais, e as pessoas próximas a eles, a doarem sangue.

Como o mote: “Doe sangue, mude histórias”, a campanha quer frisar que um simples gesto, doar sangue, pode salvar dezenas de vidas e mudar o futuro de várias pessoas, além de ser um ato de empatia, cidadania e cuidado com o próximo.

A “Odonto na Veia” iniciou em 1º de junho e fica no ar até o dia 30 deste mês, mas esta é uma data simbólica, por conta do junho vermelho, para reforçar a importância da doação de sangue que continua durante todo o ano.

As doações podem ser feitas em qualquer posto de coleta da Pró-Sangue, e basta dizer o nome do CROSP para que sua participação seja registrada na campanha da Autarquia.

Saiba quais são os requisitos básicos para ser um doador:

Requisitos básicos

– Ter entre 16 e 69 anos, desde que a primeira doação tenha sido feita até 60 anos.

– Pesar no mínimo 50kg;

– Ter dormido pelo menos 5 horas no dia antes da doação;

– Estar alimentado;

– Evitar alimentação gordurosa nas 4 horas que antecedem a doação.

Agende sua doação pelo site e agilize seu atendimento através do alô pró-sangue: 11 4573 – 7800 I www. prosangue.sp.gov. br I whatsapp: 11 9-9152-7653.

Confira o endereço dos postos de coleta da Pró-sangue:

Postos de coleta

– Posto Clínicas: Av. Dr. Eneas Carvalho de Aguiar, 155 – 10º Andar

Cerqueira Cesar -São Paulo

– Posto Dante Pazzanese: Av. Dr. Dante Pazzanese, 500

Ibirapuera -São Paulo

– Posto Osasco: R. Ari Barroso, 355

Presidente Altino – Osasco

– Posto Barueri: R. Guilhermina Carril Loureiro, 144

Centro – Barueri

– Posto Mandaqui: R. Voluntários Da Pátria, 4227

Mandaqui – São Paulo

Participe e ajude a mudar histórias com a sua doação!

Com Assessorias

 

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