Em termos mundiais, a educação inclusiva faz parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável formulados pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e que devem ser implementados até 2030. O item 4 do documento propõe “assegurar a Educação Inclusiva, equitativa e de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”.
Mas não se trata apenas de garantir um direito universal ou constitucional à educação. A inclusão nas escolas também contribui para promover um ambiente mais adequado ao desenvolvimento emocional saudável. Para especialistas, construir uma escola mais inclusiva é também uma maneira de garantir que todos os estudantes se desenvolvam emocional e psicologicamente.
“A educação inclusiva tem tudo a ver com a saúde mental dos estudantes porque estamos pensando na aceitação de todas as diferenças. Quando trabalhamos com a aceitação das diferenças, diminuímos a ocorrência do bullying e de outras práticas como essa, o que ajuda a diminuir as frustrações pessoais, já que ser aceito pelo grupo é muito importante na fase escolar”, ressalta a especialista pedagógica do Sistema Positivo de Ensino, Wania Burmester.
Ela destaca, ainda, que sentir que está integrado e que tem voz ativa no grupo, sem ser discriminado, melhora a autoestima e traz um impacto positivo na saúde mental e no equilíbrio emocional dos estudantes de todas as idades.
Educação inclusiva não diz só sobre pessoas com deficiência
De acordo com o IBGE, o Brasil tem, atualmente, cerca de 4,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência. Mas PCDs não são os únicos beneficiadas pelos processos inclusivos nas escolas brasileiras. Programas continuados de inclusão implementados nas escolas, por exemplo, contribuem para a saúde mental de crianças e adolescentes.
“Quando falamos de inclusão, não estamos falando apenas das pessoas com deficiência, o que já seria motivo suficiente para defendermos uma escola plenamente inclusiva. Estamos falando de diversidade como um todo, dos distúrbios e deficiências, mas também das diferenças emocionais, físicas, raciais, sociais, enfim, de todas as diferenças”, explica.
Para Wania, é importante repensar como a Educação pode contribuir para que cada vez mais pessoas se sintam encorajadas a falar sobre saúde mental.
“Incluir não é, portanto, apenas uma questão de estar de acordo com a lei e com as melhores práticas educacionais, mas também de garantir que nossos jovens tenham um ambiente escolar que se preocupa com sua saúde mental e seus estados emocionais”, finaliza.
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