Com o fim do Janeiro Branco, campanha de conscientização da Saúde Mental, o programa jornalístico ‘Fantástico’, da Rede Globo, do último domingo (29/1) destacou a importância dos cuidados e, principalmente, do combate à desinformação em relação a Esquizofrenia, uma doença mental que possui como forma mais comum, a demência.

No Brasil, estima-se que há cerca de 1,8 milhão de pessoas com esquizofrenia. Mas o número de casos aumenta assustadoramente, principalmente entre jovens e crianças, e segue afetando a vida adulta, comprometendo o equilíbrio emocional do indivíduo.

No entanto, como existem muitos estigmas em relação à doença, pouco se fala sobre as causas, os sintomas e tratamentos. Ou seja, a falta de informação e compreensão em relação aos episódios esquizofrênicos, entre pacientes e familiares, tende a demorar a busca pelo acompanhamento adequado.

É uma desordem cerebral que deteriora a capacidade das pessoas para pensar, dominar suas emoções, tomar decisões e relacionar-se com os demais. As causas desse transtorno mental não se resumem a um único fator.

Cada pessoa pode vivenciar situações diversas ao longo da vida que poderão servir de gatilho, como por exemplo: desnutrição materna e depressão pós-parto; gravidez indesejada; crescimento anormal do feto; perdas emocionais fortes e precoces; histórico de abusos físicos e mentais; repetitivas experiências psicológicas negativas; abuso de substâncias; histórico genético, entre outros.

Mudanças na forma como a pessoa pense, sente e se comporta

Por ser uma doença psiquiátrica, a esquizofrenia tende a provocar mudanças na forma como uma pessoa pensa, sente e se comporta socialmente, havendo dentre diversos sintomas, a desconexão frequente com a realidade.

É um tipo de transtorno delicado, porém, frequente e universal, que se manifesta alterando a percepção do indivíduo e seu comportamento, através de dificuldades motoras, desconfiança excessiva e diminuição da produtividade, além de mudanças da própria perspectiva e elevação dos pensamentos abstratos.

Tudo isso acontece porque existe uma ruptura com a vida de forma geral. Porém, cabe destacar que, a esquizofrenia não é uma doença incontrolável ou um atestado de insanidade para o resto da vida. Como o estigma que o nome do transtorno carrega é grande, pacientes que são diagnosticados podem sentir medo, tristeza e até culpa.

E, infelizmente, na maioria dos casos, é o seu círculo social que se recusa a acolhê-los e que geram gatilhos com atitudes agressivas, intensificando os episódios de surtos e alucinações.

Existem diferentes tipos de esquizofrenia, mas mesmo que a doença comprometa o contato do paciente com a realidade, ela é tratável. O tratamento requer acompanhamento psiquiátrico e psicoterápico constante, com administração medicamentosa, além, é claro, da necessidade de inserção e acolhimento deste paciente em um ciclo de relações familiares, de amigos, trabalho e intimidade pessoal.

O isolamento dificulta a interação e uma rede de apoio dedicada faz toda diferença no sucesso do tratamento. Portanto, a esquizofrenia se cura não só com o auxílio da Medicina, mas, principalmente, através da informação, do fim do preconceito, do acolhimento e do estímulo de contato do paciente com o mundo externo, sem preconceitos ou julgamentos.

Desta forma, sentindo-se integrado, a pessoa com esquizofrenia terá ainda mais chances de aprender a lidar com a confusão mental e corresponder às interações a seu redor.

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