Por Rosangela Matos*

Segundo a Secretaria Nacional de Políticas para Mulheres houve um aumento de 17% no número de denúncias registradas pela plataforma no comparativo do começo e do fim do mês de março, período marcado por determinações de afastamento social em estados e municípios.

Nas relações amorosas é comum haver discussões, afinal, quando não se está de acordo com alguém, argumentar, mesmo que de forma veemente, é um modo de reconhecer o outro, de levar em conta que ele existe.

Agora, quando falamos de violência, a conversa muda o rumo: o outro é impedido de se expressar, não existe diálogo.

As táticas de terrorismo íntimo viram-se contra o terrorista e da mesma maneira como ferem a vítima, ambos saem machucados. O indivíduo diminui a sua ausência de autorespeito e humanidade, paralisando a vitalidade do relacionamento.

O ganho visado pela violência é sempre a dominação e em tempos de isolamento social imposto esses números tendem a aumentam, já que o agressor permanece em confinamento com a vítima.

violência é mais interna

Os efeitos da violência conjugal são devastadores para a saúde física e mental das mulheres e seus filhos. A violência física é facilmente percebida, mas a marcas desaparecem. Já quando falamos da violência psicológica, as marcas são inapagáveis.

Você, mulher, não é a responsável por essa dor, não precisa e não deve ficar aprisionada a ele para sempre.

Muitas vezes, apesar de a mulher ter uma visão clara do que está acontecendo, é comum considerar os filhos como a primeira causa para adiar a decisão. Vêm os sentimentos de culpa, dúvida, medo, a esperança de ter interpretado mal as coisas ou até mesmo a crença de que o parceiro vai mudar o comportamento e, como um milagre, “seremos felizes para sempre.”

Por isso, vamos falar de algumas ferramentas essenciais:

– Recupere o seu poder e construa a sua autonomia: observe a sua vida e os desafios que você enfrenta, as suas idas e vindas diárias, quais situações fornecem potencial máximo para que você recupere seu poder e conquiste sua autonomia?

– Esforce-se: olhe para dentro, seja honesta. Será que você mesma não está criando suas dificuldades? Prepare-se para se reconectar com você e se tornar uma pessoa verdadeiramente plena;

– Seja tolerante com você: a tolerância é um ponto central, pois resulta na dignidade humana. Olhe com gentileza amorosa para você, eis a forma mais elevada de respeito e amor consigo mesma;

– Nunca seja uma vítima: o que preciso aprender com esta experiência? Quais são as lições da vida que preciso assimilar? Se isto está acontecendo comigo, então, como sou responsável pelo que estou passando? Qual meu papel nessa peça?

– Construa a sua felicidade, senão…: reconheça o valor de voltar a sorrir, reconstrua a sua vida com bases sólidas e apodere-se do que você deseja e merece.

Busque ajuda sim!

Lembre-se sempre de que procurar ajuda não é algo vergonhoso, aliás, é necessário e faz muito bem.

Procure grupos de mulheres que passam pela mesma situação que você, afinal, você não está sozinha. Consulte profissionais competentes, que possam de fato lhe orientar no processo, tais como psicólogos, assistentes sociais, advogados e delegacias especializadas em crimes contra a mulher.

A informação e a atitude são ferramentas poderosas, por isso, saiba sobre os seus direitos, como agir da melhor maneira possível e sim, mude o percurso da sua história.

Como conseguir apoio

– Central de Atendimento à Mulher no Brasil – Ligue 180 (Para denúncias, informações sobre direitos femininos, apoio psicológico).

Rosangela Matos é analista comportamental formada pelo Instituto Brasileiro de Coaching, analista 360 pelo  Instituto Brasileiro de Coaching, neurocoach formada pela ONT People & Performance, Practitioner em PNL e Terapeuta EFT pelo Brasil PNL, Formada em Liderança, Comunicação Eficaz e Inteligência Interpessoal pela Escola de Executivos e Negócios MasterMind Brasil e Palestrante. s é terapeuta de relacionamento e neurocoach, dona da página do instagram @DescomplicandoRelacoes .

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